tag:blogger.com,1999:blog-146049072024-03-07T23:12:40.603-03:00Amenidades e BobajadasPensamentos libertos sem garantia de retorno, para apreciar sem moderação.Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.comBlogger700125tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-28991314936906321632013-10-20T23:40:00.000-02:002013-10-20T23:40:21.548-02:00Não aprendi a dizer adeus<div align="justify">
Bem, vejamos como começar este texto:</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Há quase um ano, não passo por aqui. Nesses onze meses, muita coisa aconteceu. Muitos fatos se sucederam em nossas vidas. Estive ocupado com um monte de coisas, e não sobraram tempo, paciência e criatividade suficientes para atualizar esta página, o que fez com que mantê-la perdesse, na minha visão, completamente o sentido. Dessa forma, não vejo tanto sentido em seguir com algo que passei a considerar anacrônico. Aproveito esta passagem pelo <strong>Amenidades e Bobajadas</strong> para, enfim, me despedir deste <em>blog</em> e inaugurar uma nova passagem em minha vida virtual. Um deixa de ser atualizado, outro nasce quase que imediatamente depois. À meia-noite do dia 21, entrará no ar o <a href="http://botecosemesquina.blogspot.com/">Boteco sem Esquina</a>, um novo projeto que espero que dure tanto tempo quanto os sete anos deste aqui (sete e não oito, pois a última atualização foi no ano passado). </div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Bem, a quem estiver lendo este texto... a gente se vê.</div>
Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-44855994581410506212012-11-05T00:00:00.000-02:002012-11-05T00:00:58.746-02:00O furacão eleitoral norte-americano<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0_7peTFvMMoCJSDme4zfSwZPgCXIF9QNF-izy9yCkJ6vwHD5-PVpiAtF8UWeJ0Vvpd8a-285acrxjbsLT7XdorJ3gBrREZVNmex4rC7hF1tLbaGZIuFZ9XKjRZNchBDEVghp_Og/s1600/obamaromney.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0_7peTFvMMoCJSDme4zfSwZPgCXIF9QNF-izy9yCkJ6vwHD5-PVpiAtF8UWeJ0Vvpd8a-285acrxjbsLT7XdorJ3gBrREZVNmex4rC7hF1tLbaGZIuFZ9XKjRZNchBDEVghp_Og/s320/obamaromney.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: <strong>Reuters</strong></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Nesta terça-feira, acontecerá o grosso das eleições presidenciais nos Estados Unidos, as maiores e mais importantes do planeta. As pesquisas apontam um cenário equilibrado entre os dois principais candidatos (o democrata Barack Obama, que tenta a reeleição, e o republicano Mitt Romney), mas alguns fatos podem desequilibrar a eleição em favor do atual presidente.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Um deles é a passagem do furacão Sandy pelo costa leste, notadamente pelos estados de Nova Iorque e Nova Jérsei. Ela foi considerada a maior catástrofe natural da história da maior cidade norte-americana, causadora do maior número de problemas aos nova-iorquinos desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Obama foi rápido no auxílio às vítimas (conquistando o respeito e a confiança até mesmo de alguns adversários políticos), em contraponto à lentidão do então presidente George W. Bush quando o furacão Katrina atingiu o litoral sudeste do país, em 2005. Soma-se a isso as seguidas gafes do candidato republicano durante a campanha e temos o cenário perfeito para o apoio à reeleição de Obama.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas as propostas de Romney encontram guarida naqueles que querem a diminuição da influência estatal na vida dos cidadãos, ao contrário do que parece ocorrer com as de Obama - daí o forte equilíbrio nas pesquisas entre os eleitores do país. O fato de a eleição presidencial norte-americana ser indireta e dividida pelos delegados dos 50 estados torna o cenário ainda mais imprevisível.</div>
Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-18872222823438153852012-10-27T22:53:00.000-02:002012-10-28T21:11:04.398-02:00Campanha paulistana, a avant-premiére do fim do mundo<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj2M5iIohtozfsmcMbEyRqlYdx2l59M5s3XMsZAiNnU2Jz04iWxWnWSW0aiuo5CNoVv6CkHk2Z6fhLE70_izVB3O7QeE6f3szV1tLVSsRet9WEjp6WsQPEIJIyE_Zui827vlESSQ/s1600/serrahaddad.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj2M5iIohtozfsmcMbEyRqlYdx2l59M5s3XMsZAiNnU2Jz04iWxWnWSW0aiuo5CNoVv6CkHk2Z6fhLE70_izVB3O7QeE6f3szV1tLVSsRet9WEjp6WsQPEIJIyE_Zui827vlESSQ/s320/serrahaddad.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: <strong>Marcos Alves/Agência O Globo</strong></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Como era de se esperar, o segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo é uma verdadeira batalha entre as duas maiores forças políticas do país. Os candidatos finalistas são José Serra (PSDB), ex-prefeito paulistano (2005-2006) e ex-governador paulista (2007-2010), além de ex-ministro da Saúde durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), e Fernando Haddad (PT), ex-ministro da Educação durante o mandato de Lula (2003-2011) e parte do atual mandato de Dilma Rousseff (foi substituído por Aloizio Mercadante no começo deste ano).</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Nada mais natural que houvesse escaramuças entre os candidatos nesta reta final de campanha, mesmo porque o momento político é agitado, em grande parte graças ao julgamento do mensalão. Mas eles estão exagerando na agressividade e nos ataques pessoais, fazendo com que a baixaria prevaleça num cenário em que deveria apenas haver debates de ideias para a maior cidade do país nestes próximos quatro anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
O ex-presidente Lula, que bancou o nome de seu ex-ministro da Educação em detrimento de um nome fortíssimo como o da ex-prefeita (2001-2005) e atual senadora Marta Suplicy, aparentemente colherá os frutos de sua aposta, já que Haddad lidera as pesquisas de intenção de voto - aproveitando o desgaste de Serra, que em 2006 deixou o cargo de prefeito da capital paulista para se candidatar a governador (contrariando um compromisso da eleição de 2004) e, em 2010, deixou o cargo de governador de São Paulo para se candidatar à Presidência da República (e ser derrotado por Dilma). Além disso, o candidato tucano, anteriormente conhecido pela austeridade e até por uma certa discrição, anda meio estranho: disposto a acabar com a pecha de elitista e passar a ser visto como "parte do povo", andou passando pequenos vexames em passeatas durante a campanha, produzindo as já clássicas cenas do <a href="http://noticias.terra.com.br/blogdaseleicoes/blog/2012/09/21/serra-bate-penalti-perde-sapato-e-vira-febre-na-internet/">sapato voando</a> depois de chutar uma bola em uma favela, ou do seu hercúleo esforço em <a href="http://montanhasrn.wordpress.com/2012/10/23/segura-a-carroca-se-nao-ela-cai-serra/">erguer uma carroça</a> de caixas de laranja.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Não bastasse isso tudo, uma velha discussão da eleição presidencial de dois anos atrás voltou à tona: a questão religiosa, com o auxílio de padres e pastores ajudando a tumultuar ainda mais um ambiente já conturbado. Some-se a isso a introdução do famoso Kit Gay, tentativa de Haddad de introduzir a tolerância aos homossexuais, item já discutido e criticado <a href="http://amenidadesebobajadas.blogspot.com.br/2011/05/vergonha-da-operacao-abafa-pro-palocci.html">aqui</a>, além da posse de vítima do candidato petista e está construído o cenário para o PT voltar a governar os paulistanos depois de oito anos. Pelo visto, o governo federal conseguirá introduzir nos eleitores da cidade de São Paulo a questão do "novo", relacionando esta palavra a Fernando Haddad - mesmo com ele conhecido por sua pouca eficiência como ministro da Educação, e logo num momento em que seu partido está na berlinda em nível nacional.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Para quem acompanhou a campanha eleitoral para prefeito de São Paulo neste ano, nem foi preciso esperar até dezembro para testemunhar o fim do mundo: a escolha entre um político desgastado e uma tendência a ser mera marionete. Pobres eleitores paulistanos.</div>
Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-19593347104345548062012-10-08T23:48:00.000-03:002012-10-08T23:48:35.840-03:00Os desafios de Paes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJstcBptHGxu__7iyvvEn5zRW_0IuvarKvrtW5fzZmUDyA3aIOgHbGPvFqbBOWCN2CrjhwVmqJ21UYovDus8l7fYhYymf9BBnkGasWrt3jrYqD5vsiCdITwc7RntHzj6J9jYG8WQ/s1600/eduardopaes.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJstcBptHGxu__7iyvvEn5zRW_0IuvarKvrtW5fzZmUDyA3aIOgHbGPvFqbBOWCN2CrjhwVmqJ21UYovDus8l7fYhYymf9BBnkGasWrt3jrYqD5vsiCdITwc7RntHzj6J9jYG8WQ/s320/eduardopaes.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: <strong>Bruno Gonzalez/Agência O Globo</strong></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Reeleito no primeiro turno com 64,60% dos votos válidos (contando com a confiança de pouco mais de dois milhões de eleitores), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), assumirá seu segundo mandato em 1º de janeiro de 2013 com muitos desafios a cumprir. O maior deles, com certeza, é fazer um mandato que supere a popularidade do atual, já que a votação recorde obtida neste primeiro turno não deixa de ser um respaldo dado pelo eleitorado carioca.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas há vários outros. Como, por exemplo, preparar a cidade para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 sem esquecer as necessidades básicas da cidade, como saúde e educação. Melhorar o sistema de transportes, que ainda deixa a desejar. Seguir as obras pela revitalização da Zona Portuária (um dos grandes acertos desta prefeitura, por sinal). Pelo visto, o prefeito parece concentrado nesse objetivo. É necessário, pois os quatro próximos anos serão intensos.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
O grande desafio de Eduardo Paes, porém, será em 2016. Não, não é a realização da Olimpíada. É a própria sucessão. O vice-prefeito recém-eleito, Adílson Pires, é do PT, partido que nunca elegeu um prefeito na cidade nem um governador fluminense em eleição direta. Sei que é cedo para afirmar algo que ocorrerá daqui a quatro anos, mas a lógica diz que o vice concorre para suceder o chefe do Executivo - o vice-governador fluminense Luiz Fernando Pezão (PMDB) está cotado para concorrer ao governo do estado em 2014, já que o atual governador Sérgio Cabral Filho está em seu segundo mandato. Na próxima eleição municipal, Paes terá que encontrar um político que possa sucedê-lo seguindo seu estilo ou assumir os riscos de, talvez, ter que usar a máquina federal - principalmente se Dilma for reeleita presidente em 2014 e os métodos petistas de apoio a aliados permanecerem a todo vapor, como certamente haverá no segundo turno paulistano, onde Fernando Haddad enfrentará o tucano José Serra. Mas isso é assunto para outro texto.</div>
Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-76285958936451390802012-10-07T18:16:00.000-03:002012-10-07T18:34:35.339-03:00Depois de um longo e tenebroso inverno...<div style="text-align: justify;">
...eis que estou de volta. Sim, este <strong>Amenidades & Bobajadas</strong>, depois de quase quatro meses de inatividade, está voltando a suas atividades, ainda que pontuais. Muita coisa aconteceu desde então, mas passei longe deste espaço durante esse tempo - tanto por falta de tempo quanto por falta de disposição, mesmo. Caso alguém esteja na espera por um texto inédito - o que acho difícil -, peço desculpas pelo inconveniente. Mas meus outros <em>blogs</em> estiveram ativos nesse meio-tempo (vejam na coluna "Também estou aqui", ali à direita.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas vamos falar do que interessa neste momento: a eleição municipal. Aqui no Rio, como ficou bem claro, ela está definida há tempos. O prefeito Eduardo Paes (PMDB), apoiado por uma coligação gigantesca (19 partidos, incluindo o PT do vice Adílson Pires, PDT, PPS e PSB), deverá se reeleger com folga. Ele está sendo bem-avaliado pela população, muito por causa das alianças com os governos estadual e federal. Isso poderia ser bom, mas há algo que não me agrada: o balaio de gatos que apoia o prefeito, em que só faltariam PSOL e PSTU, que ao menos lançaram candidatos próprios. Falando em PSOL, a candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo, conhecido por sua luta pela ética, revelou-se um erro estratégico. Nascido e com domicílio eleitoral em Niterói, poderia se aproveitar da insatisfação geral com o mandato do prefeito Jorge Roberto Silveira, desgastado com os inúmeros problemas que a cidade anda vivendo - tanto que nem se candidatou à reeleição. Ao invés disso, preferiu transferir seu título eleitoral à capital fluminense para candidatar-se à prefeitura carioca, tentando repetir o fenômeno Gabeira de 2008. Um jogo arriscado e que deverá se revelar um fracasso.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Pra mim, não houve um candidato que agradasse. Tenho muitas restrições a Paes e Freixo, e o deputado federal Rodrigo Maia (DEM) mostrou pouca personalidade e, ainda por cima, fisiologismo puro ao se aliar ao PR do ex-governador Anthony Garotinho (1999-2002), que indicou sua filha, a deputada estadual Clarissa Garotinho, como vice do filho do ex-prefeito Cesar Maia (1993-1997 e 2001-2009). A também deputada estadual Aspásia Camargo (PV) demonstrou que seu partido vive à sombra do ex-deputado federal Fernando Gabeira, que quase foi eleito prefeito há quatro anos, depois de uma reação fantástica no primeiro turno.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso, o meu voto para prefeito do Rio foi para outro deputado federal: <strong>Otávio Leite</strong> (PSDB). Votei nele em 2010 e vejo que executa bem o cargo, defendendo com vigor os interesses do estado na Câmara. Por isso, o escolhi por eliminação, mesmo porque as opções de fato não me agradavam. Para vereador, por coincidência votei em um candidato do mesmo partido, mesmo sabendo que teria pouquíssimas chances de ser eleito: <strong>Miguel Fernandez y Fernandez</strong>, defensor das liberdades individuais, algo tão importante para nós no dia de hoje - e é por isso que digo que um candidato com <a href="http://www.miguel45555.com.br/miguelfyf/portal/noticias/miguel-concede-entrevista-ao-jornal-o-globo">essas propostas</a> dificilmente será eleito hoje, principalmente no Rio de hoje, em que o eleitorado só se revolta quando falta dinheiro no bolso e comida na mesa, como acontece em todo o Brasil, por sinal.</div>
Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-74252996172265683482012-06-19T11:01:00.000-03:002012-06-19T11:27:37.625-03:00Dias ruins que se avizinham<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL5sOcdqJcADlgT1q5qBmuYARNYcleamxP-yzKWAYfOfResyBVdX_alTlHQNoz6V93y-ShkuJP8kU3T1PWcIN6Tn0zE4BImk2zt8lHSmg7HoI6Ip6EeUA3UCN2KxXKKOeOWiX9Kw/s1600/LulaMalufHaddad.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" rca="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL5sOcdqJcADlgT1q5qBmuYARNYcleamxP-yzKWAYfOfResyBVdX_alTlHQNoz6V93y-ShkuJP8kU3T1PWcIN6Tn0zE4BImk2zt8lHSmg7HoI6Ip6EeUA3UCN2KxXKKOeOWiX9Kw/s320/LulaMalufHaddad.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: <strong>Eliária Andrade/Agência O Globo</strong></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A imagem mais representativa da política nacional nesta semana é certamente a expressa na foto ao lado: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) se cumprimentando, com direito ao apoio do ex-governador paulista à candidatura do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), à prefeitura de São Paulo, nas eleições municipais de outubro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Durante o seu mandato presidencial (2003-2011), Lula se notabilizou por alianças, no mínimo, questionáveis - muitas delas com antigos inimigos políticos, como Collor e Sarney. Agora, quase um ano e meio depois de deixar o cargo de presidente da República, ele não parece disposto a deixar a política, diferentemente de seu antecessor Fernando Henrique Cardoso (1995-2003). Tal atitude, ao contrário de vários tantos em oito anos de governo, desta vez causou certa indignação em alguns aliados: a ex-prefeita (2001-2005) e senadora Marta Suplicy (PT-SP), que estava cotada para ser a candidata petista, tem faltado a atos de apoio a Haddad. Outra ex-prefeita (1989-1993), Luiza Erundina (PSB), nomeada vice na chapa de Haddad, ameaça deixar a candidatura se Maluf, seu sucessor na prefeitura e notório inimigo político, seguir apoiando o candidato do PT à prefeitura paulistana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E isso tudo num cenário altamente desanimador para os eleitores da maior cidade do país: candidatos desgastados como José Serra (PSDB) e Paulo Pereira da Silva (PDT), inexpressivos como Celso Russomanno (PRB), Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha Francine (PPS) ou "polêmicos" (eufemismo para "inaceitáveis em qualquer eleição") como Netinho de Paula (PCdoB) pulularão pelas ruas paulistanas até o começo de outubro. Ainda por cima, com Lula querendo bancar seu <em>Dilmo</em> por aí. Promessa de dias sombrios para uma metrópole que já viu dias melhores.</div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-89677236827550909682012-05-15T15:15:00.001-03:002012-05-15T15:18:39.652-03:00Santa Obama de Chicago<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR3GHMyuZNzw9omaM9qVvrLEYjGemYuYn0Ulz2hAS-R4adGZj4e4caq_4CQYmcj0h36IqQIHxt-MV4zHq-kdr-fSPF_UDRsNW_Ry79vyaNwIqXTNCNTrm7z02lyjsKLhn34knAPQ/s1600/newsobama.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" kba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR3GHMyuZNzw9omaM9qVvrLEYjGemYuYn0Ulz2hAS-R4adGZj4e4caq_4CQYmcj0h36IqQIHxt-MV4zHq-kdr-fSPF_UDRsNW_Ry79vyaNwIqXTNCNTrm7z02lyjsKLhn34knAPQ/s320/newsobama.jpg" width="236" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
À medida que se aproxima o início da campanha presidencial nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama, como era previsível, vai (como se diz no jargão popular) jogando pra galera na busca por votos - isso apesar de o oposicionista Partido Republicano estar aparentemente perdido, fazendo lembrar um pouco o PSDB aqui no Brasil. Obama se tornou o primeiro presidente norte-americano a se declarar favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, ao mesmo tempo em que mais um estado da Federação (no caso, a <a href="http://blogs.estadao.com.br/marcos-guterman/os-gays-e-a-democracia-essa-madrasta/">Carolina do Norte</a>) alterou sua constituição, via consulta popular, exatamente para proibir esse tipo de união.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não se sabe quais serão as consequências desse tipo de anúncio nas eleições de novembro - ainda mais que o candidato da oposição, o republicano Mitt Romney, reafirmou sua posição contrária ao casamento gay no país. Mas trata-se de uma decisão meramente política do atual presidente, de olho na reeleição - como se a morte de Osama bin Laden, no ano passado, já não fosse o bastante. De todo modo, é mais um capítulo da consolidação do imperialismo politicamente correto que toma conta da maior potência do planeta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, não se sabe se Obama obterá sucesso com essa atitude - corajosa para alguém com um cargo como o dele, ressalte-se, apesar de historicamente os democratas serem mais progressistas que os republicanos. O assunto abre polêmicas e discussões acaloradas pelo país. Apesar de cerca de metade da população norte-americana apoiar a declaração presidencial, mais da metade dos 50 estados proíbe a união oficial entre homossexuais. E são eles que decidem eleições para presidente, já que o voto para a chefia máxima da nação é indireta. Apesar da cartada do presidente para tentar conquistar uma parcela considerável do eleitorado, tal estratégia pode se revelar um verdadeiro tiro no pé. Aguardemos.</div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-75880494710445556022012-04-16T10:45:00.001-03:002012-04-16T10:49:49.230-03:00Coraçã de estudanta<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVZ8_vHmq9ZoP9nPBng10ktJUEZTMMMEx7wTniqC7b1bw-4Gpp9TASB5WA1qtlsijHiXzce5FMiRDq_VvhGyxydz-tjfblbmC2X_9C0-FZ2YYlHg_RJSAejei39jYxHvrT3ZOeQw/s1600/brasilburro.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="121" nda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVZ8_vHmq9ZoP9nPBng10ktJUEZTMMMEx7wTniqC7b1bw-4Gpp9TASB5WA1qtlsijHiXzce5FMiRDq_VvhGyxydz-tjfblbmC2X_9C0-FZ2YYlHg_RJSAejei39jYxHvrT3ZOeQw/s320/brasilburro.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando Dilma Rousseff assumiu o cargo de presidente da República, o consenso geral era de que as mulheres, enfim, tinham sua vez de mandar nos mais importantes segmentos do país. Nada mais natural, portanto, que houvesse um momento de afirmação feminina. Mas o tempo passou e esse momento de afirmação, convenhamos, começa a gerar momentos que beiram o ridículo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde o governo Lula, tramitava no Congresso um projeto de lei que obrigava a flexionar gêneros sexuais nos diplomas. O projeto foi aprovado e sancionado pela presidente Dilma na semana passada. Ou seja, não bastasse chamarem Dilma de "presidenta" (o que existe na língua portuguesa, apesar de ser influência da língua espanhola, mas trata-se de uma violência aos nossos ouvidos), estão liberadas formas como "bacharela", como podem ler <a href="http://oglobo.globo.com/pais/diplomas-terao-de-flexionar-genero-segundo-sexo-do-diplomado-4645547">aqui</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Falo não só como cidadão, mas também como formado em Português: tal medida é uma perda de tempo, que não resolve nada e ainda atrapalha, como grande parte das leis aprovadas no Brasil. E o pior é que isso não é novidade nenhuma, no que se refere a violentar o idioma nacional: o governo, nos últimos anos, demonstra tolerância com erros de ortografia e pronúncia, como podemos relembrar <a href="http://amenidadesebobajadas.blogspot.com.br/2011/05/concagrassao-da-burisse-nassionau.html">neste texto</a>. Basta recuar mais um pouco no tempo para que lembremos da <a href="http://amenidadesebobajadas.blogspot.com.br/2010/10/patrulha-pc-ataca-novamente.html">quase censura</a> a livros de Monteiro Lobato. Não demorará muito e queimaremos livros em praça pública. Posso estar exagerando, mas as circunstâncias me levam a isso.</div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-43749114110315264362012-04-12T16:27:00.001-03:002012-04-12T16:37:10.118-03:00Pela instalação da UPPP<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBKD8QOWy2Ir5aylL9tZyJvSiRzIUWL3i4uF6O6fbwc86ApI0E4WTwzITiUU5ITHjTzdY84dgWh3IOFu3eqvQRBtRVM9kgcNCkLs41f3ET9AV65_zgNDxrJqwgWre3lXrjq-9nVw/s1600/nitegonza.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" qda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBKD8QOWy2Ir5aylL9tZyJvSiRzIUWL3i4uF6O6fbwc86ApI0E4WTwzITiUU5ITHjTzdY84dgWh3IOFu3eqvQRBtRVM9kgcNCkLs41f3ET9AV65_zgNDxrJqwgWre3lXrjq-9nVw/s320/nitegonza.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de ser um sopro de segurança para os cidadãos cariocas depois de décadas de convivência com um constante estado de guerra civil, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) não são um exemplo de perfeição, como andamos vendo nesses últimos dias. Problemas em Rocinha, Mangueira e Cidade de Deus, além da previsível <a href="http://oglobo.globo.com/rio/beltrame-admite-bandidos-migraram-para-niteroi-4622735">(menos para os governantes fluminenses)</a> migração da bandidagem fugida das favelas pacificadas para outras cidades do estado como Niterói e São Gonçalo, lançam uma sombra de dúvidas acerca da eficiência do método implantado pelo governador Sérgio Cabral Filho e pelo secretário de Segurança José Mariano Beltrame.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Culpa, em grande parte, da leniência das autoridades do estado em tratar de bandidos procurados, dando a eles uma "segunda chance", como se não tivessem desperdiçado todas as chances possíveis que tiveram. Os cidadãos de bem já tinham sérias restrições quanto aos avisos dos responsáveis pela segurança pública de que determinada favela iria receber a próxima UPP, dando a assaltantes, traficantes e seus chefões a oportunidade de escapar para um lugar onde pudessem praticar suas atrocidades sem serem incomodados. Isso sem falar de o poder público concentrar seus esforços apenas na capital, ignorando solenemente as cidades vizinhas. Resultado: Niterói vive sua maior onda de violência em muito tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Secretaria de Segurança anunciou medidas para conter esse estado de coisas na região. Mas é fácil agir quando o desastre acontece. Além disso, de nada adianta tomar atitudes paliativas se os bandidos seguem soltos por aí. Dessa forma, assemelha-se ao "banditismo cidadão" encravado em governos anteriores, de tão triste memória para a população fluminense. Mesmo que todo o estado seja <em>upepetizado</em>, os malfeitores fugirão para outros estados se continuarem à solta. Por isso, é mais que urgente que seja implementada a UPPP: Unidade de Polícia Pacificadora... e Prendedora.</div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-81743842815472694122012-03-22T10:44:00.001-03:002012-03-22T10:44:07.045-03:00De massacres e relativizações<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVNZMbA55Chy8Xs6AHT80a4ubuKgDTaXSsaO_wPMFWZOZxlMo3p4HzOF0i8MT_57y-lEDU4YTUDtzESo2sCLosUgvucjggk_KXKFjSkTR9y4IgABtkRhJcvVk-qOuKtEnRYXCIkQ/s1600/toulouse.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5722708983438782386" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVNZMbA55Chy8Xs6AHT80a4ubuKgDTaXSsaO_wPMFWZOZxlMo3p4HzOF0i8MT_57y-lEDU4YTUDtzESo2sCLosUgvucjggk_KXKFjSkTR9y4IgABtkRhJcvVk-qOuKtEnRYXCIkQ/s320/toulouse.jpg" /></a><br /><br /><br /><p align="justify">O ataque a uma escola judaica na cidade francesa de Toulouse, em que morreram quatro pessoas (três delas crianças), na segunda-feira passada, mostra o quanto insanos estão nossos tempos - e o quanto as pessoas andam relativizando as coisas, se não as escondendo ou mesmo apoiando (ainda que na miúda) atos terroristas como este.</p><br /><p align="justify">Antes de morrer no cerco policial, o franco-argelino Mohammed Merah afirmou ter "vingado a morte de crianças palestinas" (como se israelenses atirassem indiscriminadamente em civis com o intuito de matá-los, como afirmam certos "progressistas" por aí) e protestado contra a presença de tropas francesas no Afeganistão (alguns dias antes, ele teria matado três militares do país, dois deles muçulmanos como ele). Era o ato final de um sociopata que certamente achava que matar por sua fé seria a solução de todos os seus problemas.</p><br /><p align="justify">Mas esses lamentáveis fatos infelizmente serão esquecidos a médio prazo, sem a menor sombra de dúvida. Afinal, o Islã radical, mesmo escancaradamente antiocidental e disposto a usar a violência para fazer valer seus "ideais", <a href="http://blogdomrx.blogspot.com.br/2012/03/au-revoir-les-enfants.html">não está</a> entre as prioridades de segurança do Ocidente, cada vez mais calcado na correção política e na aceitação do multiculturalismo, que mostra não funcionar em grande parte dos países. Ainda por cima, há os relativistas de sempre, que sempre afirmam que enquanto Israel não ceder à chantagem de grande parte de seus vizinhos hostis, ataques como esses irão acontecer - ignorando que esse estado de coisas vem desde antes mesmo de o Estado de Israel ser criado, o que <a href="http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/os-terroristas-estao-entre-nos/">este texto</a> de Reinaldo Azevedo explica com perfeição.</p>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-406270733389087642012-03-13T17:17:00.000-03:002012-03-13T17:17:21.429-03:00Entra governo, sai governo e os trens da alegria seguem a todo vapor<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiigwm27jacwuHknJDLOOR8Ty74OQOg_YdB0QibjZEh6Z8w18JX-KVs67iCZvnZOsHTNYqGDbVD-QyChp-guglvU8vaPEZHF9hiEDkW_-r_ItxRS0daZzMjj_l_LICVwYCSSqhLWA/s1600/ministrosdilma.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 238px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5719470262323859730" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiigwm27jacwuHknJDLOOR8Ty74OQOg_YdB0QibjZEh6Z8w18JX-KVs67iCZvnZOsHTNYqGDbVD-QyChp-guglvU8vaPEZHF9hiEDkW_-r_ItxRS0daZzMjj_l_LICVwYCSSqhLWA/s320/ministrosdilma.jpg" /></a><br /><br /><br /><p align="justify">Desde que o mundo é mundo, vemos governos de diferentes tendências agradando os aliados a seu bel prazer, distribuindo ministérios a torto e a direito. No governo da presidente Dilma Rousseff, não poderia ser diferente. Logo nos primeiros meses, ao longo do ano passado, a sucessora de Lula se viu forçada a demitir vários ministros herdados do antecessor e grande padrinho político, a grande parte deles sob acusações de corrupção. Não bastasse isso, o governo Dilma repete os mesmos vícios dos anteriores, ao relegar o infinito número de ministérios a meros feudos dos partidos da situação. Dois casos recentes mostram isso.</p><br /><p align="justify">Ninguém de fora do governo sequer desconfia de qual seja a utilidade do Ministério da Pesca. De todo modo, ele deve servir para alguma coisa. Até bem pouco tempo atrás, a pasta era ocupada pelo petista Luiz Sérgio (que deixara o Ministério das Relações Institucionais alguns meses antes), que foi destituído do cargo, por motivos até hoje misteriosos, pela presidente da República - que parecia fazê-lo a contragosto, por sinal. Pouco depois, o cargo passou a ser ocupado pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), um dos mais ardorosos aliados do governo desde Lula. Há inúmeras especulações sobre quais seriam os motivos para tal troca: uns dizem que seria para adular um dos partidos que fazem parte da base do governo; outros dizem que seria tática para ajudar a pré-candidatura do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), à prefeitura de São Paulo - ainda mais depois da hipótese do ex-prefeito e ex-governador José Serra (PSDB) se candidatar ao cargo. Mas nada é mais significativo desse estado de coisas do que uma declaração do próprio ministro Crivella no momento de sua posse, quando disse não saber sequer colocar uma minhoca num anzol de pescaria.</p><br /><p align="justify">O Ministério do Trabalho é outro caso, digamos, emblemático. Como sabemos, ele era chefiado por Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT - partido que, definitivamente, já viveu dias melhores, para dizer o mínimo. Este é um caso que a presidente mostrou um certo poder de persuasão: primeiramente, pediu de forma encarecida ao governador fluminense Sérgio Cabral Filho que nomeasse o deputado federal Sérgio Zveiter (eleito pelo PDT em 2010) para alguma secretaria, fazendo-o trocar de lugar com o então secretário estadual de Trabalho e Renda e suplente de deputado Brizola Neto, que não havia conseguido se reeleger para a Câmara. Empossado a pedido do poder federal, o neto do falecido ex-governador e fundador do partido Leonel Brizola notabilizou-se por votar a favor do governo e contra os interesses do próprio estado na questão da divisão dos <em>royalties</em> do petróleo. Agora, é altamente provável que Brizola Neto, literalmente amigo de infância da presidente, meses depois de reassumir a cadeira de deputado federal, ocupe agora o Ministério do Trabalho...</p><br /><p align="justify">A vida nos ensina desde sempre e o governo brasileiro apenas se encarrega de confirmar: nada como ter amigos influentes.</p>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-57201219421336143172012-02-03T10:18:00.001-02:002012-02-03T10:19:00.465-02:00Teria a chamada Primavera Árabe valido a pena?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7BlhINCGPWj0TsE2Hiq3gX5kZBHmiyn32cejgpRzxTOIUmGFRRcATs-vEXfw0wNjziIYVqjc67-MhqTV0DISfePH3oisjxTOiE1mDrzmgjb6oSVDiwLFoHUHZoKtY5HXiEJIq0w/s1600/massacreegito.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5704613963360608914" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7BlhINCGPWj0TsE2Hiq3gX5kZBHmiyn32cejgpRzxTOIUmGFRRcATs-vEXfw0wNjziIYVqjc67-MhqTV0DISfePH3oisjxTOiE1mDrzmgjb6oSVDiwLFoHUHZoKtY5HXiEJIq0w/s320/massacreegito.jpg" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><div align="justify">O massacre ocorrido nesta semana, em Port Said, em jogo válido pelo Campeonato Egípcio de Futebol (estima-se que haja mais de cem mortos em decorrência do conflito) evidencia algo que muitos já sabíamos: a tendência de países que estão a derrubar longas ditaduras em cair na mais completa desordem - no Egito, isso é ainda mais claro. Suspeita-se que havia pistoleiros na torcida do Al-Masry, time médio de Port Said, que atacaram e massacraram torcedores do Al-Ahly, um dos times mais tradicionais do continente africano (é o maior campeão continental, com seis títulos, tendo inclusive participado três vezes do Mundial de Clubes da FIFA), cujos torcedores estavam na linha de frente dos protestos contra a ditadura de Hosni Mubarak, no início do ano passado. As imagens deixam claro que a polícia não interveio no ataque dos torcedores do time anfitrião, o que dá a ideia de que o poder ainda vigente no país não quer largar o osso de jeito nenhum (de uma forma ou de outra, os militares estão no poder no Egito há 60 anos, seja com Nasser, Sadat ou Mubarak).<br /><br />Isso tudo nos faz pensar se a mobilização popular em torno de uma pretensa democratização do país valeu a pena. A chamada Primavera Árabe, nome dado à onda de protestos contra as diversas ditaduras da região, parece não acontecer da forma que poderia, por sinal. Apenas a Tunísia parece progredir um pouco, até por ter sido o país que começou essa onda. Na Líbia, Kadafi foi deposto e assassinado pelos rebeldes apoiados pela OTAN, mas o que vem depois se assemelha à Al-Qaeda de Bin Laden na época da ocupação soviética no Afeganistão. Já não se fala mais no Barein e no Iêmen, que andam esquecidos. Na Síria, Bashar al-Assad não dá sinais de trégua no massacre de dissidentes. Mas o Egito parece ser o fracasso mais épico: Mubarak renunciou, mas os militares continuaram no poder e não parecem dispostos a ceder - uma amostra disso o mundo inteiro viu na quarta-feira passada.</div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-61017903534485026262012-01-19T17:09:00.001-02:002012-01-19T17:09:44.465-02:00O pró-terrorismo "humanista" não é novidade alguma<p align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaCfxetU8sHlTLwR4YgOzmx0pRWS1dNLL4ihZwo7tGomUGTxSP9nXwXXwmnYuSgeDgPhqQCkdACo0_wQOP5UaaU9u9WGuTk_FTDoRgeLgUR4zf5q-nMeM9bNERTz6TKLoqJmT0PQ/s1600/Veja19841226.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 226px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5699416300566371778" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaCfxetU8sHlTLwR4YgOzmx0pRWS1dNLL4ihZwo7tGomUGTxSP9nXwXXwmnYuSgeDgPhqQCkdACo0_wQOP5UaaU9u9WGuTk_FTDoRgeLgUR4zf5q-nMeM9bNERTz6TKLoqJmT0PQ/s400/Veja19841226.jpg" /></a> Sim, essa é uma notícia velha. Mas não deixa de ser bem significativa de que, para muitos "progressistas" brasileiros, os fins sempre justificam os meios. Esta reportagem foi tirada da edição da revista <em>Veja</em>, de 26 de dezembro de 1984. Falava sobre a viagem de três vereadores cariocas (dois do PDT de Brizola e a petista e futura deputada federal, senadora e governadora Benedita da Silva) a Buenos Aires, para conceder o título de cidadão honorário do Rio ao ex-líder terrorista argentino Mario Firmenich, preso àquela ocasião (clique na imagem para vê-la melhor).</p><br /><p align="justify">Detalhe: isso tudo contra a opinião dos próprios argentinos, que o viam como um criminoso comum. Firmenich comandava o grupo terrorista de extrema-esquerda Montoneros, que, como tantos grupos da época, queria estabelecer um Estado comunista em seu país. A grande parte dos ataques (incluindo o sequestro e a execução do ex-ditador Pedro Aramburu, que governou o país nos anos 1950) foi feita num período imediatamente anterior à ditadura militar argentina (1976-1983), que desbarataria o grupo. A democracia argentina, restabelecida no ano anterior à viagem dos vereadores, acertadamente não perdoou o guerrilheiro. Mas todos sabemos, desde aquela época, que PT e PDT são PT e PDT...</p><br /><p align="justify">Nunca tinha ouvido falar nesse caso até ontem à noite, quando navegava pela rede. Assim que soube, fiz questão de mostrar que a tolerância e a tendência à imputação de heroísmo a criminosos estão entranhadas em muitos esquerdistas brasileiros desde sempre. O detalhe é que naquela época, eles eram oposição. Agora que são governo, a situação se tornou previsivelmente pior. Estão aí o caso Battisti e a recusa em impor uma lei antiterrorismo ao Brasil que não me deixam mentir.</p>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-35549798516514314912012-01-10T16:25:00.001-02:002012-01-10T16:25:06.491-02:00A alegria dos "alternativos"<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbWJfN3jXMbF_bfYacqJy7iDYwy9CW97d0p-H385_dPmEJVKtaRBXHkn9hM5kWcGx81jXF6zJXmALbwno059ip-e4BQRYgKkHBl2FKh6Tl2Po2mzSqAOzGIcbW_HPyhP6NtGIRcA/s1600/chaveznejad.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbWJfN3jXMbF_bfYacqJy7iDYwy9CW97d0p-H385_dPmEJVKtaRBXHkn9hM5kWcGx81jXF6zJXmALbwno059ip-e4BQRYgKkHBl2FKh6Tl2Po2mzSqAOzGIcbW_HPyhP6NtGIRcA/s320/chaveznejad.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5696067832269982802" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anda fazendo umas visitinhas a alguns países da América Latina - e a Venezuela, evidentemente, não poderia ficar de fora. Como sabemos, à medida que o tempo passa, o Irã vai se isolando cada vez mais no cenário internacional devido, entre vários fatores, ao programa nuclear que o regime dos aiatolás jura de pés juntos ter fins pacíficos. E o venezuelano Hugo Chávez, sempre ele, é um dos poucos que apoiam a empreitada iraniana.<br /><br />Enquanto isso, nos Estados Unidos, mesmo fazendo o pior governo desde Jimmy Carter (1977-1981), Barack Obama segue com a expectativa de se reeleger presidente do país - isso tudo graças única e exclusivamente à incompetência da oposição republicana, pau a pau com a brasileira neste aspecto. De todos os pré-candidatos do Partido Republicano nas eleições de novembro próximo, apenas Mitt Romney parece digno de nota. Mesmo assim, cercado de desconfianças. Ou seja, é iminente haver mais quatro anos do pouco tino obamista na condução dos destinos do Ocidente. O que faz os "alternativos", os que creem num outro mundo possível, se ouriçarem por mais um quadriênio por cima da carne seca.<br /></div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-74863766195293210632011-12-19T15:50:00.001-02:002011-12-19T15:50:05.775-02:00Coreia do Norte, comunismo de opereta<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVDq9MMqTY3dwW6tmJkqow-uc1KTNOyL9iNlDTHBQQ8CFF0SOlFtpetrfgKwEe9VG_NXpRtOp1xrXmTqEHxY_rWAIvBZgoZpwJP-YUN527BefMz5nmxIiMORO08fJoIro68Ch80g/s1600/Kim-Jong-un.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 195px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5687883519295517762" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVDq9MMqTY3dwW6tmJkqow-uc1KTNOyL9iNlDTHBQQ8CFF0SOlFtpetrfgKwEe9VG_NXpRtOp1xrXmTqEHxY_rWAIvBZgoZpwJP-YUN527BefMz5nmxIiMORO08fJoIro68Ch80g/s320/Kim-Jong-un.jpg" /></a><br /><br /><br /><p align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjExj_GJZNyjz93Zxmy3S3Y0ndplhNT6HvBU-f0s6SmntW3L6XfwK0Ll-7giuqrTYQlEVQzXFMBKQKQjfNa4GM8rFympjWYP43WsTwn_ZxrfAHJJGX4s2wYdN_ctELCJ-1B0kRmTw/s1600/KimJongIl.jpg"></a>O anúncio da morte do ditador norte-coreano Kim Jong-Il neste domingo, um dia depois de seu acontecimento, é mais um capítulo na história de um dos países mais, digamos, exóticos do planeta. A Coreia do Norte, duas décadas depois da derrocada do comunismo, ainda sobrevive como o último grande bastião da Guerra Fria, sendo mais realista que o rei em inúmeros momentos (visto que até a China, sua aliada histórica, adota um mercado capitalista mesmo sem abrir mão do regime de partido único).</p><br /><p align="justify">A República Democrática (sic) e Popular da Coreia surgiu da própria Guerra Fria, como resultado da divisão da Península da Coreia no ano de 1948, pouco tempo depois da Segunda Guerra Mundial e da desocupação do Japão, em que a parte norte ficou sob influência da União Soviética, e a parte sul (República da Coreia, ou simplesmente Coreia do Sul), dos Estados Unidos. Os dois países se enfrentaram na Guerra da Coreia (1950-1953), sem assinar nenhum tratado de paz depois disso. Com o passar dos anos, as diferenças entre os países e suas respectivas filosofias se acentuaram: enquanto a Coreia do Sul avançava e progredia, sendo um dos países mais desenvolvidos do mundo atual (muito em parte devido aos maciços investimentos em tecnologia e educação de qualidade), a Coreia do Norte concentrava seus esforços meramente em autodefesa, tendo um dos maiores exércitos do mundo e uma enorme quantidade de ogivas nucleares, além de ter uma das maiores concentrações de riqueza e um dos mais altos índices de miséria de que se tem notícia.</p><br /><p align="justify">Não bastasse isso tudo, o regime norte-coreano levanta ao restante do mundo sérias dúvidas acerca da sanidade mental de seus comandantes. Desde a criação do país, a mesma família comanda o governo (o que lembra uma monarquia absolutista), calcado no culto à personalidade, expediente tipicamente comunista levado às últimas consequências. Kim Jong-Il chegou ao poder em 1994, substituindo o seu pai Kim Il-Sung (líder durante 46 anos), falecido naquele mesmo ano. Tudo indica que será sucedido por seu filho caçula Kim Jong-Un, já que os demais não parecem demonstrar interesse em assumir o poder.</p><br /><p align="justify">Visto sob a ótica dos dias de hoje, o comunismo já não é considerado algo sério. Mas o que ocorre na Coreia do Norte chega a ser surreal. É um comunismo de opereta, uma reles caricatura do que acontecia na antiga União Soviética - principalmente na época de Stálin, falecido no mesmo ano em que a Guerra da Coreia (o mais próximo do que seria um conflito bélico entre norte-americanos e soviéticos, o que só se repetiria em vários conflitos no Oriente Médio nas duas décadas seguintes) se encerrou. O país pertencente aos Kim parece viver nos anos 1950 ou 1960, em pleno início do século XXI. Comparado ao rico vizinho do sul ou a algumas regiões da China, então, chega a dar vergonha.</p>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-33625825854286867362011-12-14T10:38:00.001-02:002011-12-14T10:38:51.473-02:00Qual seria a utilidade de uma divisão estadual?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNICDPIyHyBNGBPnhuvc8pImHRy2rhBe4aa2eXeo6qWo2_KShL6m5tFOeiEU7XOccwGObjPtQB8vaMxkLyDvRnIlqLgAtxU_TCuYeT1-K6CSFil89pkbFFEdw5_3X8b96mUGVbog/s1600/para.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5685956687047293250" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNICDPIyHyBNGBPnhuvc8pImHRy2rhBe4aa2eXeo6qWo2_KShL6m5tFOeiEU7XOccwGObjPtQB8vaMxkLyDvRnIlqLgAtxU_TCuYeT1-K6CSFil89pkbFFEdw5_3X8b96mUGVbog/s320/para.jpg" /></a><br /><br /><br /><p align="justify">Neste final de semana, a grande parte da população do estado do Pará votou pela não divisão do território paraense em três (o Pará seria reduzido ao seu nordeste, que concentra a maior parte da população e foi decisivo para o fracasso da proposta de divisão; o sul e o sudeste seriam o estado de Carajás, e todo o oeste seria o estado de Tapajós). O curioso é que, nas regiões citadas, suas populações votaram maciçamente pela divisão, o que denota a necessidade da presença nelas do poder que emana de Belém e mostra a insatisfação do eleitorado com o que consideram seu abandono.</p><br /><p align="justify">Pelo menos o impedimento da divisão pelo voto popular impediu que o país gastasse ainda mais dinheiro, já que teríamos que bancar os gastos com os salários de mais seis senadores e, pelo menos, dezesseis deputados federais (oito para cada estado que nasceria). Mas ainda há uma infinidade de propostas de divisão de outros estados, como no Maranhão (em que seria criado o Maranhão do Sul, que conta com o previsível apoio da elite política local) e no Piauí (cujo sul seria o estado de Gurgueia). Ou seja, mais uma oportunidade de levar umas bocadas para os afilhados políticos dando a eles novos estados (vários deles nascidos à beira da falência) de presente. E o povo, como sempre, pagando a conta.</p><br /><p align="justify">Se a intenção de criar um novo estado fosse nobre e tivesse o desejo de desenvolver uma região carente, isso poderia ser bem acolhido pela opinião pública. Mas conhecemos muito bem nossa classe política e sabemos como isso termina. Para que novos estados fossem criados, duas coisas teriam que acontecer aqui no Brasil: os políticos tomarem vergonha na cara e o número de senadores e deputados por estado diminuir. Mas certamente não acontecerá nem uma coisa, nem outra.</p>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-43223109686133023232011-12-05T12:17:00.001-02:002011-12-05T12:17:18.937-02:00A necessidade de deslulização do governo Dilma<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Eu4de4h9Rg-2BNniKx0E3TgL4U98X3aQZDmDuewlNzeX_aaYNCyYIMYy71Zq7fjpsGqYW7VYmMF_RBFJFjylZhFtOaKUC1SMXmVBdzAkxFGPtk-K0vg-tJWqTG8eKOOA6LSXmw/s1600/carlaolumpen.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5682641051898380754" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Eu4de4h9Rg-2BNniKx0E3TgL4U98X3aQZDmDuewlNzeX_aaYNCyYIMYy71Zq7fjpsGqYW7VYmMF_RBFJFjylZhFtOaKUC1SMXmVBdzAkxFGPtk-K0vg-tJWqTG8eKOOA6LSXmw/s320/carlaolumpen.jpg" /></a><br /><br /><br /><p align="justify">Neste domingo, o ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, pediu demissão do cargo após ser denunciado por corrupção e declarar que só sairia abatido a bala. Com isso, já são seis os ministros oriundos do governo Lula que tiveram que sair de seus cargos por motivos nada nobres (ainda teve um sétimo, o ministro da Defesa Nelson Jobim, que se retirou após declarações polêmicas à imprensa). Mais uma prova de fogo para a presidente Dilma Rousseff, que conviveu durante esses primeiros onze meses de governo com um ministério quase todo do governo anterior, o de Lula (2003-2011).</p><br /><p align="justify">É a grande oportunidade que Dilma tem para mostrar que pode decidir os rumos do país por conta própria. Porém, a relutância da própria presidente em demitir Lupi, depois que isto foi recomendado pela Comissão de Ética (não se sabe se por pura convicção ou por medo de possíveis consequências), nos faz pensar se isso será possível. Isso tudo passa a impressão de que o atual governo depende de denúncias graves veiculadas pela imprensa para decidir se pune ou não os acusados de impor "malfeitos" à sociedade.</p><br /><p align="justify">Essa situação mostra a necessidade de maior autonomia de Dilma em relação ao ex-presidente, que tem fatos mais urgentes com o que se preocupar. A atual presidente mostra mais fibra do que Lula em momentos distintos, sendo uma grata surpresa em vários aspectos. Mas o grande temor é que isso ainda não seja suficiente para governar o país, tanto que o fisiologismo político permanece, distribuindo cargos de acordo com os interesses partidários, não através da competência que cada ministério exige (o caso do Ministério do Esporte, em que Orlando Silva foi substituído por seu correligionário Aldo Rebelo, é um exemplo claro). </p><br /><p align="justify">É preciso ter jogo de cintura para conduzir um mandato, e Dilma passa a impressão de ainda estar aprendendo a fazer isso, como se fosse um piloto inexperiente que ganhou um brevê do piloto anterior, mantém a mesma tripulação de qualidade duvidosa e vive trocando de copiloto em pleno voo. Espera-se, ao menos, que o copiloto da vez seja competente e suplante a inexperiência do piloto, ou teremos que depender do piloto automático até o fim.</p>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-52714708463541999362011-11-21T14:18:00.001-02:002011-11-21T14:18:41.530-02:00Um mês se passou, e nada mudou<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh77ORgcHpuihCuNua8A7eEAs-hT60EUMHAyhWAgL2g_prSxuWBIUrQ4-hbX8ig9xuNGReQ-JjRu2hQOu8mNUOLqN4jmJ9i0FzJOPjAWCLtgdeftiOX-yZBE6uzT60qiISpY5zkyA/s1600/Tahrir.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5677478629692948754" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh77ORgcHpuihCuNua8A7eEAs-hT60EUMHAyhWAgL2g_prSxuWBIUrQ4-hbX8ig9xuNGReQ-JjRu2hQOu8mNUOLqN4jmJ9i0FzJOPjAWCLtgdeftiOX-yZBE6uzT60qiISpY5zkyA/s320/Tahrir.jpg" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><div align="justify">Sei que ando abusando um bocado dos períodos sabáticos que me imponho aqui neste cantinho. Mas as obrigações profissionais, a falta de inspiração para escrever e o excesso de informações, é necessário admitir, atrapalham um bocado a atualização constante deste <em>blog</em>, o que faz com que eu acabe passando por aqui só de vez em quando. Contudo, o fato é que, ao contrário do que costuma ocorrer no mundo virtual, as coisas nada mudam no mundo real, não importa o tempo que passe, se são duas ou três semanas ou mesmo um mês.<br /><br />Um exemplo? Simples. A chamada Primavera Árabe, que desde o começo não dava a mim muita confiança de que desse certo, ainda que fosse louvável a tentativa de democratização de sociedades acostumadas a séculos de ditaduras e tiranias de toda espécie. Apenas na Tunísia, a meu ver, é que as coisas parecem estar caminhando - com restrições, que fique bem claro. Na Líbia, desde o assassinato do ex-ditador Muammar Kadafi, não há expectativas de que ocorra uma maior laicidade no processo transitório, o que dá a impressão de que a OTAN, que se esforçou tanto (ou mais) para derrubar o antigo regime líbio quanto para conter o genocídio de kosovares causado pelo iugoslavo Slobodan Milosevic em 1999, comprou gato por lebre desta vez - a morte de Kadafi foi uma boa mostra do que o novo regime líbio promete ser. Na Síria, o regime de Bashar al-Assad não se cansa de tocar o terror em sua própria população. No Barein e no Iêmen, o clima segue tenso, apesar de não terem mais tocado no assunto ultimamente. E no Egito, o "novo" regime - que sucede provisoriamente (pelo menos é o que dizem) o do ex-ditador Hosni Mubarak - parece lembrar bastante o anterior, até mesmo na paranoia e na perseguição a minorias, inclusive cristãos coptas. Se bem que os egípcios desconhecem a democracia desde a época dos faraós...<br /><br />Enfim, é isso. Até o próximo texto, que pode ser tanto amanhã quanto só no mês que vem. A única coisa certa é que nada vai mudar, só pra variar. </div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-24914411097077261922011-10-21T20:20:00.001-02:002011-10-21T20:20:33.601-02:00Sobre ministros, partidos políticos e incongruências da democracia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhkTcT4iMUeogoytDYUdarYB8OFSQPTMaF0VxnYU4VZt37hocTE-lf3U9pvd3y8W15ZQzJsz2bskiudH8YoSehKj3kVHFsRTm5icUqNVRHH8T72t42MDn_DMPdhRfO_dajK_TFag/s1600/orlandinho.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 205px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhkTcT4iMUeogoytDYUdarYB8OFSQPTMaF0VxnYU4VZt37hocTE-lf3U9pvd3y8W15ZQzJsz2bskiudH8YoSehKj3kVHFsRTm5icUqNVRHH8T72t42MDn_DMPdhRfO_dajK_TFag/s320/orlandinho.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5666069506563245122" /></a><br /><div style="text-align: justify;">E eis que, depois de quase um mês, estou de volta. Estou em férias do meu trabalho, que se encerram no começo do mês que vem, e busco aproveitar ao máximo o que a vida está a me oferecer no momento (ou seja, descansando ao máximo, já que a rotina foi bem puxada, é preciso admitir). Durante esse tempo, evidentemente, vários fatos dignos de nota por aqui ocorreram, e é preciso ordenar as coisas para ficar com elas em dia.</div><br /><div style="text-align: justify;">Entre esses fatos, as cabeludas acusações de corrupção contra o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., e ONGs ligadas ao ministério e também ao partido do ministro, o PCdoB. Não bastassem os problemas ligados ao governo federal em relação à tão criticada organização da Copa do Mundo de 2014, agora vêm essas acusações a piorar as coisas. Mas a questão nem é essa. Há muito tempo eu pergunto (e me espanto que isso raramente seja questionado) por que a democracia latino-americana em geral, e a brasileira em particular, aceita a existência de um partido comunista, mesmo que seja apenas de nome. Afinal, ele faz referência a uma ideologia oriunda de movimentos de esquerda, responsável por alguns dos maiores genocídios do século passado. O nazismo também foi assim e é merecidamente execrado até hoje. Porém, não vejo o comunismo ter o mesmo destino, inexplicavelmente.<br /><br />Na Europa, muitos sofreram com o comunismo e, por isso, as agremiações ultraesquerdistas são geralmente malvistas. Porém, muitos latino-americanos parecem parados nos anos 1960 e ainda nutrem admiração por Cuba - alguns deles, por sinal, estão no governo brasileiro. Tanto no mundo real quanto no virtual, vejo muitos cidadãos chocados com o fato de um partido com a trajetória do PCdoB estar envolvido em casos como esse. Na minha visão, o "Outro Partidão" (o original é o PCB, felizmente apenas uma sigla irrelevante) está apenas mostrando sua verdadeira cara - a de um partido como outro qualquer, só que com a máscara arrancada de forma vexatória, diante da opinião pública.</div><br /><div style="text-align: justify;">Voltando ao assunto: mesmo que tais acusações não sejam provadas - as tais provas ainda não surgiram - é inquestionável que o ministro deverá sair desgastado do episódio (isso se não for demitido ainda nesta sexta-feira). Ao contrário do seu partido, que a presidente Dilma Rousseff (sua parceira desde a época do regime militar, quando queria implantar ditadura à cubana com o pretexto de combater os ditadores de então) quer ver continuar no governo, ao assegurar que continuará com a pasta. Espera-se, portanto, que o próximo ministro do Esporte seja menos incompetente que o atual. E que, principalmente, roube bem menos.</div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-85394883741454502602011-09-22T11:28:00.001-03:002011-09-22T11:28:22.625-03:00Sigam tentando, palestinos<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtW4m0AVxlje3GyehRGQqsJ4jfTQ8c09ucGDGtTp-qGkVV2cwHT4iy0mAWUKjPNeqLTl515vZf5WkNwdBj6b7pEDHkbCmCsalMcUDJjj2q5m4zI-wLLH-yQCilBKxS9OUNSBUsSg/s1600/abbas.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5655182851391237522" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 205px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtW4m0AVxlje3GyehRGQqsJ4jfTQ8c09ucGDGtTp-qGkVV2cwHT4iy0mAWUKjPNeqLTl515vZf5WkNwdBj6b7pEDHkbCmCsalMcUDJjj2q5m4zI-wLLH-yQCilBKxS9OUNSBUsSg/s320/abbas.jpg" border="0" /></a><br />Está em curso mais uma Assembleia da ONU, em Nova Iorque, e a grande questão é a criação ou não de um Estado palestino independente. Escora-se em parte na chamada Primavera Árabe, que derrubou ditaduras na Tunísia e no Egito e quer fazer o mesmo na Líbia, na Síria e no Iêmen, mas ainda não mostrou a que veio no que se refere a convivência com países e povos não muçulmanos. O Egito é uma prova disso, com o esfriamento de suas relações com Israel e a crescente perseguição a cristãos em seu território, fatos intensificados depois da renúncia do ditador Hosni Mubarak.<br /><br />Já foi mostrado aqui, inúmeras vezes, que os palestinos têm que se preparar para conseguir sua independência com muitas negociações com os vizinhos israelenses - que também têm que fazer sua parte, na questão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia. Da forma unilateral que os palestinos querem sua autonomia plena, levando à votação na ONU, certamente não irá funcionar, já que isso terá que ser levado ao Conselho de Segurança, que não pode ter nenhum veto - e a tendência é que os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, acabem vetando a independência palestina.<br /><br />O que é perfeitamente compreensível, já que ainda há muito a ser negociado. Por exemplo: o status de Jerusalém, cuja parte oriental os palestinos querem como a capital de seu futuro Estado, mas que os israelenses consideram eternamente indivisível desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967 (antes dela, a parte oriental da cidade era controlada pela Jordânia, e os judeus eram proibidos de chegar ao Muro das Lamentações, local sagrado); os refugiados palestinos; os próprios assentamentos judaicos na Cisjordânia; os foguetes enviados de Gaza pelo grupo terrorista Hamas, que não aceita negociação de forma alguma. Ou seja: mesmo depois de tanto tempo, ainda é cedo para os palestinos reivindicarem independência. Depois de 63 anos, seguem colhendo o que plantaram, já que recusaram a partilha feita pela ONU e levada em prática em 1948, tentando impedir a independência de Israel, sem sucesso. Mas ainda há a esperança de que, um dia, eles tomem jeito. De uma maneira ou outra, eles aprendem. </div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-46203111065843513152011-09-13T14:07:00.001-03:002011-09-13T14:07:42.159-03:00Chega de igualdade!<div align="justify">Do <a href="http://blogdomrx.blogspot.com/">Blog do Mr. X</a>:<br /><br /><em>O grande mal da era moderna é com certeza o <strong>igualitarismo</strong>. Liberdade e fraternidade, tudo bem. Agora, igualdade é uma quimera. Salvo a igualdade perante a lei, essa sim imprescindível, e uma relativa igualdade de oportunidades, o resto é impossível de obter. Não somos todos iguais, nem tudo é igual a tudo. E por que deveria ser?<br /><br />Se todas as religiões são iguais, por que alguns fanáticos religiosos se explodem frequentemente e outros não? Se todas as etnias/povos são iguais, por que se notam tantas diferenças práticas entre os grupos humanos? Se todas as culturas são iguais, para que precisamos de "multiculturalismo"? Se todas as formas de relacionamento sexual são iguais, por que alguns conseguem se reproduzir biologicamente e outros não?<br /><br />Mas nem importa que as pessoas sejam diferentes se forem tratadas de forma igual, mas não é isso o que acontece. O que se quer é alavancar uns e bloquear outros de modo a que o <strong>resultado</strong> entre eles seja igual. A "igualdade" de que falo aqui é a que quer impor cotas raciais ou estabelecer territórios para grupos étnicos específicos; é a que julga que criminosos devem ter mais direitos do que vítimas de crimes; a que quer que todos ganhem o mesmo independentemente do seu esforço ou talento; e assim por diante.</em><br /><br />Leia o texto completo <a href="http://blogdomrx.blogspot.com/2011/09/chega-de-igualdade.html">aqui</a>.</div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-13339422593663219452011-09-08T11:15:00.001-03:002011-09-08T11:15:21.999-03:00Ausências que preenchem lacunas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSxl5Am6Oo9zBfmNX-gDNnjNgcxbIbBrb9QDMJJaMPi4ZUwawviJpTGiiC08mr5EJsLi_baGk51n0LANtA0UpfUt3Ram40t0TsLdILh_z4p103AgzDaYSSHSZpb7Rl8PiNrFTfrg/s1600/protcorrup.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5649982287575431074" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSxl5Am6Oo9zBfmNX-gDNnjNgcxbIbBrb9QDMJJaMPi4ZUwawviJpTGiiC08mr5EJsLi_baGk51n0LANtA0UpfUt3Ram40t0TsLdILh_z4p103AgzDaYSSHSZpb7Rl8PiNrFTfrg/s320/protcorrup.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><div align="justify">Ontem, feriado da Independência, vários protestos contra uma praga endêmica, que devasta o Brasil há séculos, tiveram lugar em várias cidades do país. Diversos cidadãos brasileiros se encarregaram de dar seu basta à corrupção, que toma conta de nossas instituições e macula a democracia. Só que algumas ausências foram marcantes, apesar de, a essa altura do campeonato, terem sido até esperadas.<br /><br />Refiro-me àqueles movimentos ditos sociais, às organizações estudantis e aos grupos que costumavam aparecer em tudo que era tipo de protesto anticorrupção até 2002. Só que, desta vez, eles estavam ocupados - como estão desde 2003, ressalte-se. Depois de gritar durante 18 anos (cinco de Sarney, cinco de Collor-Itamar e oito de FHC), esses grupos se beneficiam das benesses dadas pelo governo Lula (2003-2011) e não querem largar o osso durante o mandato de Dilma - haja vista a quantidade de ministros demitidos por envolvimentos escusos durante esses nove primeiros meses de governo.<br /><br />Ou seja: a corrupção grassa da mesma forma do que em todos os governos anteriores ao de Lula (talvez até mais!) e os tais movimentos, nem aí. É como se fosse um universo paralelo o que separa os governistas dos que apenas querem uma vida mais digna. UNE, CUT, MST e quejandos não deram as caras nos protestos de ontem pelo simples fato destes não despertarem neles o mínimo interesse. Afinal, não receberiam quaisquer benefício$ em troca. Ou seja: segundo a ótica deles, corrupção só se for a cometida pelos outros. Pra eles, seria uma espécie de "pagamento de dívidas históricas".<br /><br />Mas a esperança de tempos melhores está nas mãos daqueles cidadãos comuns, bem esclarecidos, que estão cansados de presenciar atos desonestos a olhos vistos e resolveram arregaçar as mangas e trabalhar por conta própria, sem depender de líderes ou políticos aproveitadores. Está com esses abnegados o futuro do Brasil.</div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-87297883389272555832011-09-02T17:14:00.002-03:002011-09-02T17:18:18.065-03:00Se a Turquia não sabe brincar, que não desça pro play<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmJ-iqwtI7MWONnzHq-SecQpi90UmhNWKqYEA5zpYDQhCSPizYV8p_8bEIE5RRR5yNXRo64M9S-9ziqxJWx0Cg75Zf8iTazo0CDlFts4VyE0ut0_PbSMaqzVjINT3eHesAgMONOg/s1600/marmara.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5647851246900875106" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 206px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmJ-iqwtI7MWONnzHq-SecQpi90UmhNWKqYEA5zpYDQhCSPizYV8p_8bEIE5RRR5yNXRo64M9S-9ziqxJWx0Cg75Zf8iTazo0CDlFts4VyE0ut0_PbSMaqzVjINT3eHesAgMONOg/s320/marmara.jpg" border="0" /></a>
<br />
<br /><p align="justify"><a href="http://www1.folha.uol.com.br/mundo/969251-apos-relatorio-da-onu-turquia-expulsa-embaixador-de-israel.shtml">Relatório</a> da ONU sobre o <a href="http://amenidadesebobajadas.blogspot.com/2010/05/seja-uma-vitima-voce-tambem.html">ataque</a> da Marinha de Israel ao barco turco <em>Mavi Marmara</em>, divulgado nesta semana, relatou que a ação israelense foi excessiva para tentar conter a embarcação que, supostamente, levava ajuda humanitária da Turquia à Faixa de Gaza. Apesar disso, o relatório não apontou quaisquer falhas no que se referia à defesa israelense em águas territoriais, e que o bloqueio a Gaza está dentro das normas internacionais.</p>
<br /><p align="justify">Entretanto, apesar das restrições do relatório da ONU à ação israelense, a Turquia não está satisfeita. Em protesto contra o que considera uma pena branda demais (o documento exorta Israel a declarar seu pesar pela ação e a pagar indenizações às famílias dos mortos), o governo turco decidiu expulsar de Ancara os diplomatas israelenses acima do nível de segundo secretário. Algo que muitos poderiam classificar de protesto diplomático, mas prefiro qualificar como pura e simples pirraça, mesmo.</p>
<br /><p align="justify">É até compreensível que a Turquia (oficialmente laica) se sinta atingida em seus sentimentos - primeiramente com o caso da flotilha "humanitária", e agora com esse relatório com ares de derrota judicial. Mas ninguém mandou radicalizar o discurso, praticamente abandonando sua histórica laicidade política e adotando um discurso religioso. O atual primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, é de um partido islamista e tem fama de ser mais linha-dura que qualquer um que tenha passado pelo cargo nas últimas décadas. Mas parece que os altos índices de popularidade o fizeram imaginar que poderia alcançar qualquer coisa que estivesse ou não em suas mãos. Comportamento, por sinal, muito parecido com o de um certo ex-presidente de um país da América do Sul...</p>
<br /><p align="justify">O governo turco exige um pedido formal de desculpas por parte de Israel. Os governantes israelenses, obviamente, sequer cogitam essa hipótese. Além do mais, antes de exigirem que outro país peça perdão, os turcos deveriam primeiramente olhar para o próprio rabo. Nem falo sobre o genocídio armênio do começo do século passado, pois pra eles isso nem existiu - guardadas todas as devidas proporções, seria o mesmo que a Alemanha negar o Holocausto nazista. Mas houve algo bem recente e posterior a qualquer problema que Israel tenha tido com os palestinos: o <a href="http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,turquia-retoma-bombardeios-contra-o-curdistao-iraquiano,760562,0.htm">bombardeio</a> da Turquia a curdos no norte do Iraque. Algo que não está sendo divulgado como deveria, diga-se de passagem. Mas se fosse uma ação israelense contra habitantes de Gaza, da Cisjordânia ou mesmo do sul do Líbano, certamente seria bem diferente.</p>
<br />Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-55848542588480731012011-08-24T16:43:00.002-03:002011-09-02T17:23:02.296-03:00"Mas que diabo há com os jornalistas, que se mostram incapazes de dizer a verdade sobre a Líbia?"<div align="justify">Do Blog de <a href="http://www.veja.com.br/reinaldo">Reinaldo Azevedo</a>:
<br />
<br /><em>O fato de Kadafi ser um vagabundo desprezível não nos deve impedir de ver os fatos e de reconhecer que se está promovendo o baguncismo na ONU. E seu grande promotor, no momento, chama-se Barack Obama — sem querer deixar chocado o Arnaldo Jabor, claro! —, que, de resto, empreendeu uma guerra contra o então governo reconhecido da Líbia sem autorização do Congresso. George W. Bush, a besta de plantão dos politicamente corretos, não teria chegado tão longe.</em>
<br />
<br /><em>E este é o outro elemento de fundo a ser considerado nessa história toda: tirem Obama do comando de uma guerra — que será usada na eleição do ano que vem — e coloquem lá um republicano qualquer, e a grita estaria organizada em escala mundial: “Unilateralista! Autoritário! Imperialista!”. Como é Obama, então não se protesta. O princípio é o seguinte: certas ações são aceitáveis ou inaceitáveis a depender de quem as pratique; alguns teriam licença para violar resoluções da ONU; outros não!</em>
<br />
<br /><em>Não, senhores! A minha opinião não é a mesma dos celerados que têm tomado conta do Itamaraty nos últimos anos. Eu não acho que, em nome da autodeterminação dos povos, deve-se permitir que facínoras tiranizem o povo, sem qualquer protesto ou reação. O que acho é que uma resolução das Nações Unidas tem de ser cumprida pelas potências. Afinal, Kadafi está indo para a lata de lixo porque incapaz de viver num mundo civilizado.
<br /></em>
<br />Leia o texto completo <a href="http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/mas-que-diabo-ha-com-os-jornalistas-que-se-mostram-incapazes-de-dizer-a-verdade-sobre-a-libia/">aqui</a>.</div>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14604907.post-28626711918954713322011-08-22T12:18:00.001-03:002011-08-22T12:18:52.266-03:00Mudarão apenas as moscas?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXq0XzPpqPM_WAXLa1NAoOUChOWKA2GVYCouUYNr0NNrssSQVzIgNUZ058sRmNXgsos0WoMx8_xVkKkVw5RAkEixeKm5cmhuN3EHA3HiqMUTCU3-VdUfTWefmGKjCk7RWv1mY6Rg/s1600/rebeldestripoli.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5643691197880295746" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 205px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXq0XzPpqPM_WAXLa1NAoOUChOWKA2GVYCouUYNr0NNrssSQVzIgNUZ058sRmNXgsos0WoMx8_xVkKkVw5RAkEixeKm5cmhuN3EHA3HiqMUTCU3-VdUfTWefmGKjCk7RWv1mY6Rg/s320/rebeldestripoli.jpg" border="0" /></a>
<br />
<br />
<br /><p align="justify">Parece cada vez mais iminente a queda do ditador líbio Muammar Kadafi, após os rebeldes que lutam há meses contra o regime se aproximar da capital Trípoli, com a ajuda das tropas da OTAN. Com isso, 42 anos de uma das mais sanguinárias ditaduras do norte africano estão próximos do fim. Mas uma pergunta se faz necessária: o que será da Líbia depois de Kadafi?</p>
<br /><p align="justify">Afinal, muita gente está escaldada com os inúmeros acontecimentos que costuma haver em momentos como este, tanto entre os árabes quanto entre os próprios africanos. O temor é que haja apenas a troca de uma ditadura antiocidental por outra, pró-Ocidente (como ocorreu várias vezes ao contrário, como em Cuba e no Irã, que não pertencem a nenhum dos dois mundos citados). Os fatos recentes no próprio mundo árabe, quando as ditaduras do Egito e da Tunísia caíram sem que ainda houvesse planejamento de transição para um regime democrático, apenas corroboram esse medo geral; em diversos outros países árabes, como Barein, Iêmen e Síria, que vêm sofrendo convulsões populares e até mesmo massacres de civis, também existe o medo de que as revoltas populares não deem em nada, no final das contas.</p>
<br /><p align="justify">Para falar a verdade, poucos ocidentais acreditam que saia algum regime democrático e que respeite as individualidades e as liberdades civis na Líbia, assim que a queda de Kadafi for consumada. Ninguém por lá conhece algo que se aproxime de uma democracia, e décadas serão necessárias até que os cidadãos líbios comecem a se acostumar. No Iraque, quando Saddam Hussein caiu, a balbúrdia tomou conta das ruas do país e até hoje existe certa apreensão, apesar da relativa calma. Porém, do jeito que inexiste uma cultura libertária em território líbio, o mais provável é que as moscas apenas mudem, mas por lá ficará tudo a mesma coisa.</p>Daniel F. Silvahttp://www.blogger.com/profile/06491443247606530106noreply@blogger.com0