15.5.12

Santa Obama de Chicago


À medida que se aproxima o início da campanha presidencial nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama, como era previsível, vai (como se diz no jargão popular) jogando pra galera na busca por votos - isso apesar de o oposicionista Partido Republicano estar aparentemente perdido, fazendo lembrar um pouco o PSDB aqui no Brasil. Obama se tornou o primeiro presidente norte-americano a se declarar favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, ao mesmo tempo em que mais um estado da Federação (no caso, a Carolina do Norte) alterou sua constituição, via consulta popular, exatamente para proibir esse tipo de união.

Não se sabe quais serão as consequências desse tipo de anúncio nas eleições de novembro - ainda mais que o candidato da oposição, o republicano Mitt Romney, reafirmou sua posição contrária ao casamento gay no país. Mas trata-se de uma decisão meramente política do atual presidente, de olho na reeleição - como se a morte de Osama bin Laden, no ano passado, já não fosse o bastante. De todo modo, é mais um capítulo da consolidação do imperialismo politicamente correto que toma conta da maior potência do planeta.

Porém, não se sabe se Obama obterá sucesso com essa atitude - corajosa para alguém com um cargo como o dele, ressalte-se, apesar de historicamente os democratas serem mais progressistas que os republicanos. O assunto abre polêmicas e discussões acaloradas pelo país. Apesar de cerca de metade da população norte-americana apoiar a declaração presidencial, mais da metade dos 50 estados proíbe a união oficial entre homossexuais. E são eles que decidem eleições para presidente, já que o voto para a chefia máxima da nação é indireta. Apesar da cartada do presidente para tentar conquistar uma parcela considerável do eleitorado, tal estratégia pode se revelar um verdadeiro tiro no pé. Aguardemos.