28.7.07

AINDA VIVO

Calma, gente, não morri. Pelo contrário! Os Jogos Pan-Americanos vêm tomando muito do meu tempo, tanto que não posto por aqui há quase uma semana.

De todo modo, se vocês quiserem saber o que ando aprontando por aí afora, leiam a minha cobertura particular do Pan aqui.

Atualização das 23:33: Vejo pela TV que a delegação de Cuba - por ordens do governo, que teme deserções em massa de seus atletas ou aliciações deles por europeus - está voltando pra casa antes do fim do Pan. Pois é: se eles tivessem voltado pra casa um pouquinho antes, quem sabe o Brasil não os ultrapassaria no quadro de medalhas... Este é o paraíso de Fidel.

22.7.07

CALMA, PESSOAL



O pessoal que disputa e o que assiste às competições dos Jogos Pan-Americanos parece estar sofrendo de uma crise de ansiedade incontrolável. Só isso pra explicar as confusões que têm acontecido nesses últimos dias.

O público espectador não colabora muito, é verdade. A vaia com motivos vazios, logo em momentos em que os atletas devem estar concentrados, é indesculpável. Mas os atletas têm sua parcela de culpa, com provocações sem sentido.

Hoje ocorreram os mais graves entreveros entre atletas e torcedores deste Pan. O primeiro foi na final do handebol masculino, em que o Brasil se sagrou bicampeão ao derrotar a Argentina por 30 a 22. Nos segundos finais do jogo, houve uma pancadaria entre jogadores dos dois times. Os motivos são desencontrados, mas o fato é que a cena é lamentável.

À tarde, mais confusão, desta vez no judô, e envolvendo diretamente torcedores. Na final feminina da categoria meio-leve, uma decisão polêmica da arbitragem causou a derrota da brasileira Erika Miranda para a cubana Sheila Espinosa. A torcida protestou atirando objetos contra a arbitragem, que se retirou momentaneamente do local. As provocações entre torcedores dos dois países causaram uma briga generalizada nas arquibancadas destinadas aos convidados. Os ânimos se arrefeceram mais tarde.

Pessoal, esporte tem coisas que não nos agradam às vezes. Só resta, a nós, aceitar as adversidades.

21.7.07

FUNCIONALISMO PÚBLICO

O cargo de ministro de Estado no Brasil deve ser o mais estável do mundo. Seu ocupante pode fazer ou falar toda a sorte de besteiras que nada lhe acontece. Como aconteceu com Márcio Thomaz "Seria a mesma coisa que atirar um veado num homem" Bastos. Com Marta "Relaxa e goza" Suplicy. Com Guido "A crise aérea é um sinal de desenvolvimento econômico" Mantega.

Claro que com Waldir Pires, o ministro da crise aérea, não poderia ser diferente. Marco Aurélio "Top-top-top" Garcia que o diga.

Taí! Quando eu crescer, vou querer ser ministro. Afinal de contas, é o que não falta no Brasil hoje.

18.7.07

UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA



Já imaginavam muitos que o fato de o mais movimentado aeroporto do país estar encravado no meio da cidade de São Paulo seria palco de uma tragédia de grandes proporções. Alguns desastres já marcaram o Aeroporto de Congonhas - o mais famoso em 1996. Agora, na noite desta terça-feira, houve esta que pode ser a maior tragédia aérea do país - batendo de longe (se não em número de vítimas, pelo menos em impacto) o acidente com o Boeing da Gol em setembro do ano passado, no Centro-Oeste do país.

Isso mostra como a aviação brasileira padece de uma crise grave e sem precedentes, com a crise dos controladores de vôo. O próprio aeroporto paulistano é um retrato disso. Ele foi o palco de alguns dos mais inacreditáveis acidentes com aviões de que se tem notícia, recentemente. As casas que dali ficam perto dão um certo ar de Hong Kong ao local - claro, sem o mesmo charme (nem a aparente segurança) da antiga possessão britânica na China.

E o mais surpreendente é que o acidente desta noite poderia ter sido ainda pior: há relatos de que o jato da TAM não tenha pego nenhum carro ao atravessar uma rodovia em pleno horário de forte movimento. Depois disso, acabou por atingir um prédio que pertence à própria empresa. Triste ironia do destino.

16.7.07

PRESIDENTE, FAÇA O QUE A MINISTRA RECOMENDOU: RELAXE E GOZE

Li que o presidente Lula ficou tão aborrecido com as vaias direcionadas a ele na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos que não pensa em voltar ao Rio durante o evento. Ora bolas, foi ele quem cavou a própria sepultura. Se ele não fosse tão complacente com a corrupção que corrói o governo, se ele não tivesse praticamente fundido partido com mandato, ou se ele não tivesse abandonado o Rio à própria sorte durante o governo estadual anterior (se bem que os garotinhos que infestavam o Palácio Guanabara não facilitavam muito para uma boa relação) - seguindo a nefasta prática do "Aos amigos, tudo..." -, talvez o problema não tivesse sido tão grande. Mesmo porque os cariocas costumam ser bem mais contestadores que a média nacional. Tanto que Nelson Rodrigues costumava dizer que um Maracanã lotado vaiaria até minuto de silêncio.

Não fosse Lula tão exageradamente autoconfiante, ele certamente mandaria os vaiadores lamberem sabão e declararia aberto o Pan em poucas palavras, como acontece habitualmente em cerimônias desse tipo, sem se abalar com as vaias. E ainda sorriria ironicamente no final da frase. Como infelizmente Lula não parece ser "safo" em situações desse tipo, saiu do Maracanã com o rabo entre as pernas. Agora só resta seguir o que a ministra do Turismo Marta Suplicy recomendou às vítimas da crise aérea.

13.7.07

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DO PAN...



...um chefe de Estado foi tão vaiado a ponto de ter sido impedido de declarar aberta a competição. Foi quebrado o protocolo (o atraso dele e de sua comitiva, combinado à demora dos espectadores em entrar no estádio, devido às normas de segurança - aliás, quando será que o brasileiro vai parar de deixar tudo pra última hora? - adiou o início da cerimônia em trinta minutos), mas foi melhor assim.

As vaias não foram só contra o presidente. Foram contra o estado de coisas que a nossa política impôs à sociedade. O conchavo, a corrupção, a impunidade, a malandragem do mal, o iminente cerceamento das liberdades... tudo isso deixa a população brasileira cansada de seus políticos. E o público elegeu Lula - não sem razão - um símbolo disso tudo. Só por isso, a noite desta sexta já valeu a pena.

No mais, foi uma bela festa de abertura, embora um tanto irregular. Se bem que houve sempre cerimônias de abertura de grandes competições esportivas que caíam, às vezes, na monotonia (as das Olimpíadas de 1992 e 1996 não me deixam mentir). Um belo cartão de boas-vindas do Rio às Américas. Que seja assim até o final.

RIO, QUE FASE GRANDIOSA!

Demonstrações de reação contra o crime, o Cristo entre as Sete Novas Maravilhas, os Jogos Pan-Americanos que começam hoje e agora, mais uma boa notícia para os cariocas: o casal de crianças que desgovernou o Rio durante oito anos está inelegível por três anos.

E é pouco. Que tenha sido apenas o começo.

Vamos aproveitar o momento. Não é toda hora que isso acontece.

7.7.07

JOGANDO POR MÚSICA. OU NÃO


Faltando menos de uma semana para o início dos Jogos Pan-Americanos, uma das grandes polêmicas é em relação à canção oficial do evento.

O produtor Liminha e o compositor Arnaldo Antunes (um dos Tribalistas, ou seja, passou perto de ser uma desgraça completa: já pensaram se fosse o Carlinhos Brown? O inesquecível "blim-blom náilon" faz parte da trilha sonora de meus pesadelos até hoje...) criaram Viva Essa Energia!, interpretada por Ana Costa (com participação especial do próprio Antunes, com um rap não lá muito convincente). É uma espécie de samba-enredo que não está fazendo lá muito sucesso no mundo do samba. Segundo muitos sambistas, a música não traduz o espírito do ritmo por não ter sido criada por especialistas.

Então, eles resolveram responder, digamos, à altura. Compuseram outra canção, que conseguiu a proeza de ser ainda pior que a original, que já não é lá essas coisas (se quiser ouvir as duas canções e compará-las, elegendo a menos pior, clique aqui). Eu digo o seguinte: nem parece que um dos compositores é o Noca da Portela. O samba parece uma esquálida imitação do original, com o mesmo esquema do refrãozinho pegajoso repetitivo no final. E ainda tem o agravante de ser ainda mais longo, o que nos faz perder ainda mais tempo.

5.7.07

NOTAS DESENTALADORAS DE GARGANTA

  • A CIA, 43 anos depois, admite que colaborou para derrubar o governo Goulart no golpe militar de 1964. Mais um motivo para eu admirar o poder de visão dos governantes norte-americanos. Afinal de contas, era a época da Guerra Fria, bipolarizando o planeta em capitalismo e comunismo. Não fosse a vizinhança mais ao norte, estaríamos quem sabe até hoje amargando uma ditadura de esquerda com milhares, quiçá milhões de mortos. Como está em Cuba há quase 50 anos. Como vem se desenhando na Venezuela. Ou seja, não havia outra saída naquela época. Não era a melhor, mas era a única.
  • Falando nisso, está em curso a "Guerra Fria do Novo Milênio": o Ocidente laico ou judaico-cristão contra o Oriente islamista. Adivinhem qual o lado certo? Pois é.
  • O presidente argentino Néstor Kirchner nomeou a própria mulher como candidata de seu partido nas eleições presidenciais deste ano. Ele se sentiu pressionado pela derrota de seu candidato na eleição para a prefeitura de Buenos Aires. Cariocas e fluminenses já viram esse filme há cinco anos. E não gostaram nada do final.
  • Hugo Chavez pensa em desistir de filiar a Venezuela ao Mercosul? Essa, se confirmada, será uma ausência que preencherá lacunas.

3.7.07

LEVANDO A IDEOLOGIA ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQÜÊNCIAS...

Nada como um pouco de ironia e bom humor de vez em quando.