30.6.11

Sim, respeito às diferenças é essencial. Mas cadê a contrapartida?




Bem, como os poucos leitores que tenho devem ter notado, já faz algum tempo que não passo por aqui. Não é culpa minha, juro. É pura falta de tempo, mesmo. Além disso, faltavam-me assunto e inspiração suficientes para atualizar este blog do jeito que gostaria. Todavia, fatos recentes me fizeram voltar a este espaço.


Como todos sabemos, realizou-se em São Paulo a Parada do Orgulho Gay (que, disposta a agradar a todas as correntes do chamado sexo alternativo, quer ser agora chamado de LGBTTT, que é pra ninguém se sentir excluído, ainda que seja por uma sigla que ninguém consiga falar direito). Todos sabemos que é de bom grado respeitar todas as diferenças, nunca discriminando indivíduos por suas escolhas - incluídas aí as de caráter sexual. Pena que, pelo que se vê, a recíproca não seja verdadeira.


Vários cartazes adornavam a marcha realizada na Avenida Paulista, que hoje abriga aquela que é considerada a maior Parada Gay do planeta. Entre eles, alguns de campanha pelo uso da camisinha. Até aí, nada demais. Só que eles eram protagonizados por musculosos modelos em poses homoeróticas, reproduzindo imagens de... santos. O pretexto era de que "nem santo o protegia" o suficiente para fazer sexo sem proteção.


Olha, eu não sou exatamente um cara religioso, apenas acredito na existência de Deus. Mas mesmo assim senti-me ofendido com tamanha audácia. Na hora em que vi, pensei o seguinte: qual será o limite disso tudo? Será que, um dia, isso irá extrapolar os limites da crítica ao cristianismo? Será que um dia os gays irão, sei lá, reproduzir um Maomé musculoso pra tentar mexer com os muçulmanos? Se isso acontecer, não é por nada não, mas será questão de tempo para o mundo acabar...


Sei que respeito às diferenças é necessário, mas é preciso haver uma contrapartida de quem é respeitado. Essa onda gayzista que varre o país parece disposta a testar todos os limites de nossa paciência. Do jeito que a coisa anda, os homossexuais no Brasil só faltarão ser considerados inimputáveis perante a lei, como o são os indígenas (outra coisa que, por sinal, também considero absurda).

17.6.11

Oficializaram o superfaturamento!

Claro, não era nenhuma surpresa – mesmo assim, é inaceitável que a Câmara dos Deputados aprove a lei que facilite o superfaturamento nas obras de construção de arenas esportivas e manutenção e aprimoramento de infraestrutura na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016. A tal lei aprovada flexibiliza licitações e dificulta a fiscalização do processo de construção.

O pior é que tudo leva a crer que tenha sido proposital a demora de várias obras, porque muita gente sabia que, mais cedo ou mais tarde, isso iria acontecer. Nossos governantes não são conhecidos exatamente pela lisura, convenhamos. Já tivemos uma mostra disso que poderá acontecer daqui a três anos há quatro, nos Jogos Pan-Americanos do Rio, quando os gastos extrapolaram os limites do aceitável por causa da demora em fazer tais obras. Agora com a chancela dos deputados federais, tudo indica que o filme se repetirá, com final nada feliz para os contribuintes.

Essa medida provisória ainda poderá ser barrada pelo Senado, mas terá que haver muito clamor popular e muita pressão da sociedade e da imprensa para que isso ocorra. Enquanto isso, preparemos nossos bolsos, porque as consequências desses fatos nos deverão ser os mais nefastos possíveis.

16.6.11

A natureza da "solidariedade" aos palestinos

Do Blog de Marcos Guterman:

Como explicar tamanha insensibilidade de gente que se posiciona à “esquerda” e que, portanto, deveria ter como valor primordial a solidariedade aos oprimidos – qualquer oprimido?

Essa “esquerda” tornou-se cinicamente seletiva a partir de Stálin e nunca mais se recuperou. Como se sabe, o antissemitismo travestido de “antissionismo” é invenção stalinista, depois que ficou claro que o Estado de Israel não se alinharia a Moscou, mas aos EUA, apesar dos sionistas socialistas. Stálin, que sempre foi antipático aos judeus e queria aproveitar para fazer mais um de seus expurgos, deflagrou campanha contra o “cosmopolitismo” judaico, inimigo do Estado, o que resultou em prisões em massa e falsos julgamentos. Graças à subserviência de intelectuais esquerdistas de vários países europeus e latino-americanos a tudo o que vinha da URSS, resultou também na disseminação da ideia de que o Estado de Israel era parte de um plano global de dominação capitalista no Oriente Médio. A propaganda soviética afirmava ainda que o sionismo e o nazismo se equivaliam, que os sionistas detinham o poder econômico e midiático internacional e, enfim, que conspiravam secretamente para destruir a liberdade dos povos. Como se vê, todos os elementos do antissemitismo clássico dos séculos 19 e 20 estão presentes no “antissionismo” soviético, alegremente adotado como discurso pela militância esquerdista do século 21.


Texto completo aqui.

14.6.11

Tão perto da Terra Santa, e tão longe de Deus




Não é novidade nenhuma o que está acontecendo na Síria, no rastro das inúmeras manifestações por abertura democrática que varrem o mundo árabe desde a virada do ano. Mas o que acontece no país governado pelo ditador Bashar al-Assad (que lidera o país há onze anos, tendo herdado o poder do pai, que governou por cerca de três décadas), segundo relatos, é assustador e nos faz pensar o quão baixo o ser humano pode ser.


Porém, sempre pode piorar. O regime sírio, apesar de conflitos diplomáticos de décadas com Israel, entre outros motivos, por causa das Colinas de Golã, é historicamente mais próximo do Ocidente do que o líbio, por exemplo. Mantém relações estreitas com o Irã e a Turquia, esta ainda mais próxima dos ocidentais que os sírios e eterna candidata a entrar na União Europeia. E muitos dos que estão fugindo do regime sírio estão se refugiando em território turco.


Talvez por haver menor interesse em correr o risco de melindrar alguém tão próximo do Ocidente, não há disposição aparente em intervenção militar em território sírio da mesma forma que ocorre na Líbia, por exemplo. Contudo, certamente isso faria o Oriente Médio pegar fogo, já que ainda há tropas ocidentais no Iraque, ali perto, e o Irã iria interferir em favor dos sírios, com resultados imprevisíveis. Some-se a isso a proximidade geográfica com a própria Turquia e Israel.


Isto posto, pode-se dizer que os cidadãos sírios cansados de décadas de ditadura, ao mesmo tempo que estão perto da Terra Santa, estão bem longe de Deus...

13.6.11

Brasil, refúgio da escória do mundo



Ademais, basta usar a lógica para refutar a tese de crime político, como já feito pelo próprio STF: o assassino de Martin Luther King Jr. cometeu um crime político? Ele deveria ter recebido refúgio em algum outro país? Ora, claro que não! E o fazendeiro Bida, que ordenou a morte de Dorothy Stang? Não terá sido aquele um crime político? Se foi, então ele deve ser protegido pelo STF e colocado na rua, não é mesmo? Afinal, é impossível negar que entre as vítimas e seus algozes havia enormes diferenças político-ideológicas, não é mesmo? Seria isso bastante para caracterizar os crimes como tendo sido políticos?

Ora, claro que não! Luther King Jr. e Stang foram vítimas de criminosos comuns, que devem ser tratados como aquilo que são: assassinos vagabundos! Por que com Battisti deveria ser diferente? Notem que pretendo ser bem objetivo, para que não haja dúvida: dependesse de mim, todos os assassinos dessa espécie iriam pra cadeia! É no mundo do progressismo brasileiro que um assassino merece a liberdade, só porque beijou a cruz do esquerdismo.


Texto completo aqui.

10.6.11

"Eu quero ser de esquerda!"

do Blog do Mr. X


Eu queria acreditar que um outro mundo é possível! Que a burguesia é malvada e os pobres são puros de coração. Só que não acredito, não adianta. A infância passou.

Ser de esquerda é ser eternamente criança, viver em um mundo de fantasia. Curiosamente, a esquerda nos EUA costuma se autointitular
"the reality-based community", um título bem bizarro para quem costuma acreditar em unicórnios e paz mundial. A esquerda é incapaz de reconhecer os problemas mais óbvios que a sociedade enfrenta. Por exemplo, como explicar os problemas financeiros da Califórnia sem mencionar as massas de imigração ilegal mexicana? Como não relacionar o consumo de drogas com o crime? A esquerda consegue.

Fui levado à direita pela via do realismo, como aqueles que foram "assaltados pela realidade", por assim dizer. Mas acho que ainda preferia não ter sido assaltado...


Leia o texto completo aqui.

9.6.11

O Brasil é o paraíso... do terror




Sim, era esperado que isso acontecesse. Mas não deixa de ser revoltante a libertação do terrorista italiano Cesare Battisti, confirmada pelo STF na noite de ontem. Isso constata que o Brasil é o país em que bandidos de todo o planeta buscam guarida após cometerem seus crimes. Não sei se os que leem essas linhas pensam o mesmo, mas acho que isso acontece porque no Brasil não há lei específica para crimes de terrorismo. Se houvesse, ninguém estaria discutindo essas coisas e Battisti estaria sendo levado de volta à Itália.


Aliás, já passou da hora de a nossa opinião pública, sempre tão chegada a futilidades, começar a discutir sobre isso: não seria questão de tempo, depois de tamanho comodismo com a ilusão de que o Brasil é o país onde todos se dão bem e não há preconceitos ou intolerância (quando todos sabemos que a coisa não é bem assim), que também o Brasil começasse a sofrer ataques terroristas, como vários países vizinhos nossos sofreram? Afinal, o perigo está a nossa espreita, e não é de hoje.


Oportunidades não faltarão para pessoas de má índole (para dizer o mínimo) cometerem atos criminosos. A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, por exemplo. A segurança certamente será reforçada para estes dois eventos, mas as atitudes não podem ficar só nisso. Teremos que discutir amplamente essa situação nos próximos meses, para não ficarmos ainda mais para trás em matéria de segurança. Isso também deveria ser feito pelas esferas de poder. Mas, por motivos óbvios, elas nem querem entrar em discussão a respeito disso. Por mais óbvio que pareça dizer o que direi agora, isso não vai acabar nada bem.

5.6.11

E a história se repete... na vizinhança




Será realizado neste domingo o segundo turno das eleições presidenciais peruanas. Pode parecer algo banal, mas não é. Na verdade, é um demonstrativo de como a escolha popular nem sempre é indício de sensatez coletiva.


O Peru é um dos países que mais crescem economicamente na América Latina. Mesmo assim, o eleitorado do país mostra ser latino-americano até a alma - gosta muito de um populismo, para dizer o mínimo. É verdade que a eleição, analisando-se cada candidato, não tem um nível dos mais altos. Mesmo assim, os eleitores peruanos dispensaram candidatos que poderiam, caso eleitos, ter um mandato seguro e de continuidade como o ex-presidente Alejandro Toledo e o economista e ex-primeiro-ministro Pedro Pablo Kuczynski para colocar, no segundo turno, os candidatos Ollanta Humala e Keiko Fujimori.


Humala é um militar ultranacionalista e aliado do presidente venezuelano Hugo Chávez. Só ali dá pra ver o naipe da criatura. Como seu amigo de Caracas, liderou sem sucesso uma tentativa de golpe, em 2000. E como o ex-presidente brasileiro Lula, tem chances reais de ser eleito presidente graças a uma amenizada nas suas posições radicais do passado diante das câmeras de TV durante a campanha presidencial. Já Keiko é filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que está preso por corrupção e violação de direitos humanos durante o exercício do poder, apesar de ter acabado com o terrorismo que amedrontou o país durante décadas. Ou seja, uma eleição digna de fazer os eleitores peruanos mais esclarecidos taparem o nariz diante da urna antes de votar - como o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, um liberal que anunciou voto em Humala por total falta de opção.


A situação ora vivida pelos peruanos me faz lembrar o segundo turno da eleição presidencial brasileira no ano passado, entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Até a questão religiosa está presente. Mas os dois candidatos estão tecnicamente empatados, e a eleição está absolutamente indefinida e ainda mais dramática que a daqui. Seja quem for o eleito, porém, estão previstos tempos bicudos para os peruanos - mas que ninguém culpe o acaso.

2.6.11

O dom de "reescrever" a História



Todos estamos vendo os esforços do governo federal em colocar nas nossas cabeças que o Brasil nasceu em 2003, assim que Lula colocou a faixa presidencial no peito, não 503 anos antes, com a chegada de Cabral a Porto Seguro. Isso passa pelo veto do ex-presidente da República (1985-1990) e atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), às referências ao impeachment do também ex-presidente (1990-1992) e atual senador Fernando Collor (PTB-AL) em uma exposição permanente nos corredores do Senado. Quando indagado sobre o fato, Sarney disse que a saída de Collor naquela ocasião, após grande clamor popular que tomou as ruas durante meses e resultante de graves (além de devidamente comprovadas e documentadas) denúncias de corrupção, foi "um acidente" e que "não deveria ter acontecido". A referência ao impeachment seria recolocada na tal exposição, mas o estrago perante a opinião pública mais esclarecida já estava feito.


Ao menos o presidente da casa deixou às claras, sem esconder de ninguém, a nada convincente aliança entre ele, Collor e Lula, provando que os interesses políticos (algo que vem de décadas, senão séculos, em nosso país) estão acima de qualquer coerência - e que a população não se importa em nada com isso, a não ser que comece a faltar dinheiro no bolso e comida na mesa, como acontecia há 19 anos. Assim, fica fácil reescrever a História do país a seu bel prazer, ignorando - quando não negando, mesmo - fatos históricos (ainda que bem recentes e ocorridos em plena era da Internet, como o mensalão).


Dessa forma, Lula começa a pavimentar seu caminho para se candidatar novamente à Presidência já em 2014 - principalmente se a inflação voltar a bater em nossas portas e o desgaste do governo Dilma Rousseff se intensificar, sobretudo com o PMDB, como ocorreu no caso entre o ministro Antônio Palocci e o vice-presidente Michel Temer. Mas que Lula tome muito cuidado: o efeito do Plano Real, depois de 20 anos, já pode ter passado - e sua aura de santidade pode se esvair de vez.