31.5.08

QUEM TEM COLEGAS, TEM TUDO!

Apesar de não ter sido lá muito surpreendente, é simplesmente frustrante a libertação do deputado estadual Álvaro Lins graças a uma "forcinha" de seus colegas da ALERJ. É a prova de que quem tem amigos, tem tudo. Para o bem e, nesse caso específico, para o mal.

30.5.08

FOI SÓ RECLAMAR...

...da falta de assunto reinante que vieram dois de uma vez só. Primeiramente, as denúncias de corrupção e formação de quadrilha armada contra o ex-governador Anthony Garotinho e o deputado estadual Álvaro Lins. Eu já imaginava que o ex-governador, na sua ânsia de mostrar todo o seu "compromisso social", se envolveria com esse tipo de coisa. Só não imaginava que seria tão pesado. Pra falar a verdade, é coisa de profissional. E de profissionalismo - principalmente pra fazer bobagem - Garotinho e sua turma entendem muito bem.

Mas isso, pra mim e pra muita gente, não é nenhuma novidade. A melhor notícia do dia (embora previsível), com certeza, foi a aprovação pelo STF das pesquisas com células-tronco embrionárias, que certamente contribuirão para a cura de várias doenças e a melhoria da vida de muita gente. É um pequeno passo, mas muito significativo para a ciência.

29.5.08

AH, SACO...

O mundo pegando fogo, a CPMF podendo "ser voltada", a votação das pesquisas com células-tronco na reta final e eu aqui sem nada de produtivo pra escrever...

Tá dose essa falta de imaginação. O pior é que eu não sei nem jogar baralho.

23.5.08

JEFFERSON PERES (*1932 +2008)

Já temos poucos políticos dignos e honestos aqui no Brasil. E estes simplesmente, de uma hora pra outra, passam desta pra uma melhor...

É. Tô começando a achar que este país não tem mais jeito, mesmo.

ÍNDIO QUER APITO


E o pau comeu. A agressão sofrida pelo engenheiro da Eletrobrás, Paulo Rezende, por índios que o atacaram a facadas por causa dos projetos de construção de uma usina hidrelétrica na região do Xingu, deixam evidente o medo que as autoridades têm de mexer no "patrimônio natural brasileiro": não pode isso com índio, não pode aquilo com índio e não pode aquilo outro com índio, porque ele é o "pobre e injustiçado dono da terra brasileira"...

Só porque eles vivem em tribos isoladas (ainda que tenham se adaptado plenamente aos costumes ditos civilizados, com celular e carros possantes por eles adquiridos), não quer dizer que eles tenham que viver isentos pela lei. Se agrediram alguém sem direito de defesa (como realmente agrediram), têm que ser punidos. Se fosse o contrário, a punição certamente seria aplicada. Como foram os pobres indiozinhos, não vai dar em nada. Vai, no máximo, acabar em pizza de tapioca servida no meio de uma taba.

18.5.08

UMA TRAGÉDIA MAIOR QUE O HABITUAL



O mundo anda passando por maus bocados. Nas últimas semanas, houve grandes tragédias de ordem natural. Em Mianmar, no Sudeste Asiático, um ciclone matou cerca de 80 mil pessoas. Na China, um terremoto de quase oito graus na escala Richter atingiu o centro do território, causando um verdadeiro massacre.

Esta última ocorrência não foi trágica apenas por causa do seu largo número de mortos (cerca de 32 mil, de acordo com números oficiais), mas por causa da política governamental do filho único, imposta para tentar conter o crescimento populacional da China, o país mais populoso do planeta, com mais de um bilhão de habitantes. O desastre ocorrido em pleno horário escolar ceifou as vidas de milhares desses filhos únicos de famílias chinesas. Mas há outro aspecto que contribui para que a situação fique ainda mais desastrosa que o habitual.

Recentemente, a China se envolveu numa polêmica ao reagir com violência a protestos de monges tibetanos. Num ano em que a capital do país sedia os Jogos Olímpicos, tal fato não poderia ocorrer em momento mais impróprio. O governo do país acusou a mídia internacional de manipular informações com o intuito de sabotar as Olimpíadas e prejudicar a imagem do país perante o mundo inteiro - algo em que a população chinesa, cuja respiração parece ser estatal, parece ter acreditado cegamente. Agora que uma tragédia natural ocorre em seu território, os governantes chineses aceitam ajuda de outros países, algo que não ocorria desde 1949. Com restrições, visto que os passos dos jornalistas estrangeiros são seguidos constantemente. Pelo visto, a tragédia "artificial" parece querer superar a natural a todo e qualquer custo.

15.5.08

O ENCONTRO

Hoje ocorreu o almoço de confraternização entre os leitores do Blog Futebol, Coisa & Tal, do jornal Extra. O jornalista-blogueiro Gilmar Ferreira recebeu cinco leitores - inclusive este que vos escreve - na redação do jornal, no Centro do Rio. Durante o almoço, no refeitório do prédio anexo da Infoglobo (onde estão as redações dos jornais Extra e Expresso), falamos sobre a dureza de se organizar futebol no Brasil. Foi um papo altamente proveitoso sobre os rumos do esporte no país. O texto publicado no blog descreve bem esse encontro.

11.5.08

LITTLE OBAMA PEACE AND LOVE



Está praticamente garantido que o senador Barack Obama será o candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, superando a também senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton. Como escrevi aqui anteriormente, algumas características da pré-candidatura obamista lembram, em alguns aspectos, candidaturas recentes aqui no Brasil. Principalmente a de 2002, que elegeu Lula presidente pela primeira vez.

A exploração da esperança em tempos melhores é uma dessas características. Em comum, Lula e Obama têm a origem humilde e o apoio de vários setores populares. Além disso, ainda há a possibilidade de os Estados Unidos elegerem o primeiro presidente de origem negra, o que atrai a atenção e a simpatia de muitos eleitores, e também de grande parte do planeta. Em suma, Obama virou o favorito dos que querem "mudanças radicais". Mas muita coisa ainda está envolta em mistério. Por exemplo, as origens religiosas do candidato, que contam muito numa eleição presidencial norte-americana. O envolvimento com o pastor Jeremiah Wright, visto como radical, complicou em muito a pré-candidatura de Obama em alguns momentos. A ascendência muçulmana da família queniana do senador também é levada em consideração algumas vezes.

Mas a grande questão diz respeito ao próprio Partido Democrata, visto como liberal, em contraponto ao Partido Republicano, mais conservador: o fato de a atual oposição ser mais protecionista, a ponto de o governo brasileiro, mais identificado ideologicamente com os democratas (embora algo mais em comum com os tucanos, que se relacionaram bem com o governo de Bill Clinton), preferir - mesmo que de forma discreta - a eleição do candidato da situação, John McCain. Afinal, alguns acordos bilaterais foram feitos entre os governos de Lula e George W. Bush.

De todo modo, sendo eleito McCain ou Obama, uma coisa é certa: as esquerdas continuarão a odiar os Estados Unidos com todas as suas forças. Mesmo com elas torcendo enlouquecidamente pela vitória de Obama, por representar, em versão Hemisfério Norte, "a esperança que venceu o medo". O meu temor, porém, é de que uma hipotética vitória de Obama represente ainda mais medo, do que possa vir no futuro. Afinal, um Obama presidente certamente não irá querer contrariar eleitores pretensamente sedentos de paz, principalmente depois de oito anos de governo Bush. Há a expectativa de que ele, por exemplo, afrouxe na questão iraniana, pelo que demonstrou nos debates entre pré-candidatos. E isso não é bom. Imaginem no que possa, por exemplo, fazer na questão Israel-Palestina, fundamental nos dias de hoje.

Além disso, há que se respeitar uma certa liturgia do cargo. Pode ser pretensão minha de adivinhar o futuro ou pura paranóia de minha parte, mas o fato é que, se por aqui Lula e seus aliados aprontam poucas e boas, não quero imaginar o que Obama não faria em escala mundial. É o caso de uma Regina Duarte de Hollywood, desde já, afirmar com toda a certeza: I'm afraid.

9.5.08

UMA HISTÓRIA SEM MOCINHOS



Em depoimento na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, nesta semana, o senador Agripino Maia, líder do DEM no Senado, questionou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que afirmara ter "mentido muito" enquanto era submetida a sessões de tortura, durante o regime militar vigente no Brasil. Rousseff respondeu que a mentira se justificava, pois não era fácil sofrer aquilo tudo sem entregar nenhum companheiro.

De fato, o senador não teve uma colocação das mais felizes no tal depoimento. Mas será que muitos dos que estão hoje no governo eram mesmo os bonzinhos da história? Afinal, mesmo com todos os seus defeitos (não foram poucos), o regime militar brasileiro impediu que fosse estabelecida uma ditadura de esquerda, nos moldes da que existe até hoje em Cuba, raiz de inspiração de grande parte dos "revolucionários". Historicamente, ditaduras de esquerda são bem mais sanguinárias que ditaduras de direita. Além disso, havia terroristas dispostos a apelar à luta armada para impor um regime tão ou mais autoritário do que o vigente, inclusive fazendo uso de assaltos a bancos e ataques a bomba. Mesmo assim, era uma história sem mocinhos, visto que os militares usaram muitas vezes a truculência para obter informações.

O irônico é que, 23 anos depois do fim da ditadura, nuvens negras pairam sobre o país. Aqueles que sofreram há cerca de 40 anos agora estão no poder, e aproveitam o máximo das coisas com que sonhavam, fazendo uso de todo tipo de artimanha para encobrir os inúmeros erros que cometem. Se Dilma, durante o regime, mentia para proteger os companheiros, faz o mesmo agora, no caso dos dossiês. Desta vez, porém, para fins nada nobres.

4.5.08

RONALDO: O OCASO DO ÍDOLO



O recente escândalo protagonizado pelo jogador Ronaldo mostra o quanto a decadência moral pode abalar a vida de uma pessoa que, não faz tanto tempo assim, tinha praticamente o mundo a seus pés. Nem vem ao caso perguntar se ele sabia ou não que as pessoas por ele abordadas eram travestis. O problema é a falta de amor-próprio para lidar com a fama e a fortuna adquirida com muito esforço, fazendo com que o respeito ganho se escoe pelo ralo.

Não importa se Ronaldo partiu para "relações alternativas" ou algo parecido, de uma hora para outra. A grande questão que Ronaldo enfrenta, e isso é indiscutível, é a enorme falta de disciplina do jogador para lidar com sua grave contusão, que faz com que ele fique fora dos gramados até o final do ano, pelo menos. Contribui para isso a provável sensação de poder absoluto, de que ele tem como caminhar sozinho, abandonando os verdadeiros amigos e antigos aliados, e se metendo em más companhias. Ao invés de se poupar, o Fenômeno enfia o pé na jaca em noitadas que parecem não ter limites, torrando dinheiro adoidado e de forma descontrolada - situação que desembocou no episódio do motel da Barra da Tijuca, na segunda-feira passada.

O que resta a Ronaldo? Além de esperar a poeira baixar - o que é altamente recomendável em casos extremos como este -, o atacante do Milan terá que botar a mão na consciência e admitir os problemas que vive. Acima de tudo, ter toda a força de vontade que ele não está tendo, para que possa dar mais uma volta por cima. Afinal de contas, ele é um ídolo mundial, status que não é nada fácil de conquistar. E vale nesse caso o famoso dito popular: quanto maior a altura, maior é o tombo. Se a queda for feia - e está sendo - ele certamente não terá mais como se recuperar.