28.12.05

VALEU, ANO VELHO!

Depois de um 2004 atribulado, decidi que 2005 seria um dos melhores anos da minha vida. E não me decepcionei: 2005 foi um ano bem agitado. Voltei a estudar depois de dois anos, voltei a trabalhar (mesmo que provisoriamente) também depois de dois anos, voltei a me sentir útil. E, no que depender de mim, 2006 será ainda melhor. Estou estudando para concursos públicos e me encaminhando para me formar em Letras. Parafraseando um comercial de refrigerante, 2006 promete. Feliz ano novo a todos nós.

22.12.05

O NATAL

Pessoalmente, gosto muito do Natal. A despeito do inevitável apelo consumista que a festa pode ter, existe todo aquele simbolismo do nascimento da grande figura cristã, e isso tem um significado muito grande. O Natal é uma grande oportunidade que cada ser humano tem de rever seus conceitos que possam ferir outras pessoas, promover a paz e a saúde, além da compreensão que temos que ter para encarar a vida difícil que teremos no futuro. Também é a chance de rever a família e os amigos, trocar experiências e demonstrações de amizade que sejam verdadeiras. Com esse espírito todo que a festa pede, desejo um feliz Natal a todos.

16.12.05

OS HINOS DA AVENIDA (2ª PARTE)

Como prometido, aqui vão os sete sambas de enredo do Grupo Especial para o Carnaval de 2006:
  • UNIDOS DO VIRADOURO ("Arquitetando Folias"): Pra mim, um dos melhores sambas do próximo Carnaval, apesar de muitos terem torcido o nariz. De um verso principal que chega a comover pelo lirismo da melodia (se bem que toda a melodia é lírica), o samba passa por versos que falam sobre a moradia, apesar da obviedade de alguns versos, que não comprometem o todo, desaguando numa homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer. Altamente coerente com o enredo, caprichado em vários momentos.
  • MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL ("A Vida que Pedi a Deus"): Comemorando seus 50 anos, a escola da Vila Vintém fez um samba sobre a qualidade de vida que não evidenciou muito o seu enredo - apesar disso, a melodia e a letra têm condições de crescerem na Avenida, como aconteceu em 2003.
  • UNIDOS DE VILA ISABEL ("Soy Loco por Tí, America: A Vila Canta a Latinidade"): A escola da Vila Isabel não foi tão feliz como se esperava, quanto ao seu samba-enredo, como no ano passado. Mas defende o seu tema com alguma dignidade, com clareza de detalhes em relação ao enredo, abusando um pouco da língua espanhola.
  • CAPRICHOSOS DE PILARES ("Na Folia com o Espírito Santo: O Espírito Santo Caprichou!"): Sem dúvidas, o pior samba do ano. Se, em 2005, a Grande Rio fez de seu samba um imenso comercial da Nestlé, a Caprichosos fez pior este ano, usando uma homenagem ao Espírito Santo como desculpa para fazer um imenso comercial dos Chocolates Garoto (que tem sua sede no estado). O título do enredo já começa a lambança: o nome do estado é repetido, fazendo o título ficar cansativo ao lê-lo. Com refrões como "Feito garoto me lambuzei" e "É chocolate na Avenida/Numa serenata, Pilares canta/Feliz da vida", fica impossível não receber unzinho do patrocinador. E o intérprete Clóvis Pê não colabora muito, soltando um esdrúxulo "É showcolate!!!", um dos piores trocadilhos da História do Carnaval. A escola vem namorando o rebaixamento há tempos. No que depender do samba de 2006...
  • IMPÉRIO SERRANO ("O Império do Divino"): A escola da Serrinha vem lutando para retomar as suas tradições, depois de um longo período de decadência. Por esse samba, essa luta tem grandes chances de ser bem-sucedida. A letra segue o estilo clássico, e a melodia colabora para o bom acabamento da canção. Em matéria de obra-prima, o samba do Império só perde para o da Imperatriz, em minha opinião.
  • PORTELA ("Brasil, Marca Tua Cara e Mostra para o Mundo"): Depois de um desfile desastroso no último Carnaval (quase caiu para o Grupo de Acesso), a Portela mostra-se disposta a correr atrás do tempo perdido, com um bom enredo e uma boa letra. O único problema é que a melodia não segue o bom nível, fazendo o samba ficar arrastado, e isso não é bom para os preparativos para o desfile.
  • ACADÊMICOS DA ROCINHA ("Felicidade Não Tem Preço"): A escola da Rocinha volta ao Grupo Especial depois de nove anos e conta com o alto-astral de seu samba. O seu refrão principal promete ser um sucesso, e o samba fala dos contrastes entre uma vida de riquezas e a realidade da desigualdade social, contando esse enredo com leveza.

15.12.05

OS HINOS DA AVENIDA (1ª PARTE)

Como prometido há tempos, coloco aqui as minhas opiniões sobre os sambas de enredo do Carnaval de 2006. No geral, o CD é de bom nível, condizente com os novos rumos (como os enredos caça-níqueis que andam infestando as escolas), e levando-se em consideração que se trata do primeiro CD de sambas totalmente inéditos lançado em três anos. Vamos aos sete primeiros (os outros sete serão publicados posteriormente):
  • BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS ("Poços de Caldas Derrama Sobre a Terra Suas Águas Milagrosas: Do Caos Inicial à Explosão da Vida... Água, a Nave-Mãe da Existência"): A escola de Nilópolis, que tenta o tetracampeonato, conseguiu um milagre (não tão surpreendente em se tratando da Beija-Flor, que tem a melhor ala de compositores do Carnaval): fazer um samba épico usando como tema um enredo caça-níqueis como a cidade mineira de Poços de Caldas. Como é de praxe, uma história delirante que tenha relação com o enredo: o risco de extinção da Humanidade por causa da falta dágua e da falta de amor do homem pela Natureza. Poços de Caldas ajuda o mundo a se manter como a grande fonte de águas naturais etc. De resto, bons versos e refrões bem cadenciados.
  • UNIDOS DA TIJUCA ("Ouvindo Tudo o que Vejo, Vou Vendo Tudo o que Ouço"): Disparado, o samba-enredo mais decepcionante do ano! Depois de dois vice-campeonatos seguidos, em que mostrou enredos originais com sambas magníficos, a escola do Morro do Borel desta vez levará um samba oco, sem emoção nem carisma. É o mais vivo exemplo de como pegar um enredo criativo (a música) e fazer um saba chocho. Sem contar o cacófato do verso "Com a música, ganha o coração"...
  • ACADÊMICOS DO GRANDE RIO ("Amazonas: O Eldorado É Aqui"): Bom samba-enredo vindo de um enredo repetitivo (o Amazonas, já cantado pela Portela em 2002). Uma letra bem didática para os moldes atuais, com riqueza de detalhes e bons versos. Uma das boas surpresas, com tudo para crescer na Avenida.
  • IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE ("Um por Todos e Todos por Um"): Na minha modesta opinião, o melhor samba-enredo do ano. A escola da Leopoldina mostra um samba que lembra os hinos dos Anos 70 e do início dos 80. A letra que fala sobre Anita Garibaldi (embora o enredo tenha sido explorado pela Viradouro, em 1999) e a homenagem a Santa Catarina (mote inicial do enredo) contribuem para a letra e a música fazerem uma combinação emocionante. O ritmo, bem marcheado, também ajuda.
  • ACADÊMICOS DO SALGUEIRO ("Microcosmos: O que os Olhos Não Vêem, o Coração Sente"): Letra mediana, mas que pode crescer no momento do desfile. Como é de tradição na escola, um refrão principal popular, que combine melodia e letra que "peguem". O enredo de Renato Lage, conhecido pela originalidade, poderia ser mais bem aproveitado pelos compositores, pois o samba não levantou do jeito que poderia.
  • ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA ("Das Águas do Velho Chico, Nasce um Rio de Esperança"): A Mangueira fez um samba tradicional e não tão "engajado" quanto o da Independente da Praça da Bandeira, do Grupo B, que explora o mesmo tema e defende a transposição do rio São Francisco. A verde-e-rosa falou sobre as tradições culturais das regiões banhadas pelo rio, identificando-o com o Nordeste brasileiro. E o fez com uma melodia rica e letra coerente com o enredo.
  • UNIDOS DO PORTO DA PEDRA ("Divina És Tu Entre as Mulheres do Brasil"): A escola de São Gonçalo não fez um bom samba. Arrastado, fraco e sem conteúdo, o samba não atende satisfatoriamente ao enredo sobre as mulheres. Refrões óbvios, cadência lenta, um dos piores do ano.

2.12.05

HORA DO DESCANSO

Com o final das provas do segundo bimestre da faculdade, resolvi dar um tempo para curtir algumas coisas da vida. Ontem, pela primeira vez na vida, comprei os CDs dos Grupos Especial e de Acesso das Escolas de Samba no mesmo dia. Os do Especial já ouvi, e achei de bom nível (principalmente em se tratando de todos os sambas serem inéditos, o que não acontecia desde 2003). Ainda ouvirei os do Grupo de Acesso, A e B. Em breve, analisarei um por um, e darei a minha opinião sobre eles.