17.1.11

E a história se repete, ano após ano...



Assim como dezembro é mês de Natal e tem especial do Roberto Carlos na TV, janeiro costuma ter temporal, enchente e deslizamentos de terra o tempo todo. Só ironizando mesmo pra lamentar a leniência de décadas das autoridades, visto que isso se repete todo início de ano e nenhuma providência efetiva é por elas tomada.

Ao mesmo tempo em que mais de 600 pessoas (e ainda contando) sucumbiam à tragédia na Região Serrana do Rio, menos de 20 pessoas morriam em enchentes (que, por sinal, pareciam bem mais intensas) na cidade de Brisbane, nordeste da Austrália. A discrepância entre os números é altamente explicável pelo comportamento das autoridades de cada região no que se refere aos preparativos para suportar condições adversas. Além disso, as políticas populistas daqui de permitir construções de moradias em encostas contribuem para a desgraça iminente.

Pelo menos um fato positivo foi retirado dessas notícias: a presidente Dilma Rousseff foi conferir o que houve pouco tempo depois das enchentes. Para quem não se lembra, em 2008 um desastre parecido atingiu o interior de Santa Catarina. Muitos catarinenses devem estar esperando por uma visita (ou por pelo menos uma atitude) de Lula, presidente na época e padrinho político de Dilma, até hoje, mais de dois anos depois da tragédia...

7.1.11

O ex-presidente que teima em não querer deixar o poder



O mandato presidencial de Lula acabou há exatos seis dias, com números recordes de popularidade para um presidente da República. Talvez por isso, o ex-presidente se acha no direito de não largar o osso de forma alguma, mesmo depois de ter passado a faixa para sua sucessora Dilma Rousseff. A estadia que a família de Lula está tendo em território das Forças Armadas (o Forte dos Andradas, na cidade paulista do Guarujá), a convite do ministro da Defesa Nelson Jobim, com despesas pagas pelo Exército, pode ser apenas o menor dos problemas.

A poucos dias do fim do mandato, dois filhos de Lula ganharam passaportes diplomáticos, o que lhes dá privilégios especiais para viajar a qualquer lugar do mundo e concedido apenas a presidentes, vice-presidentes, ministros de Estado, parlamentares, chefes de missões diplomáticas, ministros de Tribunais Superiores e ex-presidentes da República, como o próprio Lula. Dependentes deles só poderiam receber tal privilégio caso fossem menores de 21 anos ou fossem deficientes, o que não é o caso.

Isso tudo é preocupante e faz pensar no que pode acontecer se isso passar em brancas nuvens. A popularidade obtida durante oito anos de governo não dá a Lula ou a seus familiares o direito de fazer o que bem entenderem. O fato acaba dando a ideia de que Dilma está no governo apenas de passagem, ocupando a cadeira para a volta de Lula em 2015, como já tinha desconfiado aqui. Deus queira que Lula não sofra uma crise de abstinência presidencial, ou as consequências poderão ser imprevisíveis.