O mandato presidencial de Lula acabou há exatos seis dias, com números recordes de popularidade para um presidente da República. Talvez por isso, o ex-presidente se acha no direito de não largar o osso de forma alguma, mesmo depois de ter passado a faixa para sua sucessora Dilma Rousseff. A estadia que a família de Lula está tendo em território das Forças Armadas (o Forte dos Andradas, na cidade paulista do Guarujá), a convite do ministro da Defesa Nelson Jobim, com despesas pagas pelo Exército, pode ser apenas o menor dos problemas.
A poucos dias do fim do mandato, dois filhos de Lula ganharam passaportes diplomáticos, o que lhes dá privilégios especiais para viajar a qualquer lugar do mundo e concedido apenas a presidentes, vice-presidentes, ministros de Estado, parlamentares, chefes de missões diplomáticas, ministros de Tribunais Superiores e ex-presidentes da República, como o próprio Lula. Dependentes deles só poderiam receber tal privilégio caso fossem menores de 21 anos ou fossem deficientes, o que não é o caso.
Isso tudo é preocupante e faz pensar no que pode acontecer se isso passar em brancas nuvens. A popularidade obtida durante oito anos de governo não dá a Lula ou a seus familiares o direito de fazer o que bem entenderem. O fato acaba dando a ideia de que Dilma está no governo apenas de passagem, ocupando a cadeira para a volta de Lula em 2015, como já tinha desconfiado aqui. Deus queira que Lula não sofra uma crise de abstinência presidencial, ou as consequências poderão ser imprevisíveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário