É cedo para afirmar se Dilma Rousseff tentará a reeleição em 2014. Mas as impressões iniciais pós-eleição são de que a presidente eleita está lá apenas para guardar o lugar para uma provável volta do atual presidente ao poder, assim como fez Eurico Gaspar Dutra, que fez seu governo (1946-1951) ser uma mera transição para a volta do ex-ditador Getúlio Vargas ao Palácio do Catete.
Dessa forma, seria uma espécie de oficialização definitiva do paternalismo na política brasileira, escancarada na própria campanha de Dilma. Algo inerente no pensamento sul-americano em geral - basta lembrar do caso da presidente argentina Cristina Kirchner, que estava lá apenas para guardar a vaga do marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, cujo recente falecimento acabou abrindo uma lacuna e colocando um ponto de interrogação no futuro da política nacional. Se Dilma confirmar essa tendência e não tentar a reeleição daqui a quatro anos, dando espaço a Lula como desconfio que irá acontecer, restará ao eleitorado impedir o paternalismo pelas urnas. Conhecendo a população brasileira (que geralmente vota com o bolso, ou com o estômago, ao invés de usar a cabeça) como conhecemos, porém, será difícil.
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