30.12.06

DE TODO MODO, APESAR DOS PESARES...

...feliz Ano Novo a todos.

28.12.06

2006: O ANO QUE NÃO DEIXARÁ SAUDADES


Eu sei, estou sendo um chato (e isso eu sou mesmo). Mas faço, de forma declarara e sem quaisquer tipos de contestação, parte dos 17% dos brasileiros que não estão satisfeitos com a vida que levam, segundo o Ibope.

A reeleição do Lula e o fiasco da Seleção na Copa do Mundo são os menores dos problemas que tivemos neste annus horribilis. Algo além de termos, mais uma vez, o menor crescimento econômico do continente (o Haiti não conta)? Da passividade de nossa oposição? Dos ataques do PCC? Das bufanices dos Garotinhos, do Chavez, do Ahmadinejad? Dos crimes cada vez mais bárbaros? Pra ficar numa coisa mais recente, do que houve nesta madrugada, no Rio?

Não, não estou nem um pouco satisfeito com o que houve neste ano. Tenho a certeza de que 2007 será bem melhor, pois pior será impossível. Mas tem um consolo: se eu fosse vascaíno, o ano teria sido ainda mais desagradável. :-)

23.12.06

FELIZ NATAL

E que Deus nos ajude.

19.12.06

VOCÊ, QUE ESTÁ LENDO ESSA MENSAGEM, SINTA-SE HOMENAGEADO


O tradicional prêmio de Personalidade do Ano dado este ano aos internautas pela revista norte-americana Time evidenciou uma certeza: o mundo está diminuindo de tamanho. E isso é bom.

Nunca a Internet tinha possibilitado tantas coisas a seus usuários. No ano passado, a criação do YouTube revolucionou o compartilhamento de vídeos e fez tremer o mundo televisivo (não por acaso, a capa da revista é uma referência à página). Um pouco mais antigos, Google (ou "a oitava maravilha do mundo", como costumo chamá-lo), IMDB (para um cinéfilo convicto, "a nona maravilha do mundo"), entre outros, fizeram do mundo virtual um grande arquivo à nossa disposição. Além disso, o correio eletrônico e os blogs (como este aqui) abrem um mundo de pensamentos para que o mundo saiba das opiniões alheias e faça novos amigos (ou inimigos, dependendo do ponto de vista de cada um).

Pra ficar perfeito, só falta uma inclusão digital maior. Mas não duvido nada que isso não tarde a acontecer.

16.12.06

UM MOMENTO EM QUE CONCLUO QUE O BRASIL NÃO TEM JEITO

Os parlamentares, nesta semana, aumentaram em 91% seus próprios salários. E isso poucos dias depois de o salário-mínimo (que cada vez mais honra o nome) ter aumentado para a fortuna de 375 reais.

Parem o Brasil que eu quero descer.

13.12.06

COMPLEMENTANDO O TEXTO DE ONTEM...

...sobre a morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet e a velha hipocrisia de vários setores de esquerda a respeito dos que são endeusados por eles apesar de ter matado muito mais gente (e sempre "em nome da revolução", o que pra eles é perfeitamente perdoável), dou-lhes a oportunidade de ler um ótimo texto ("Augusto Pinochet, Getúlio Vargas & cia.") escrito por Cândido Prunes, no Mídia sem Máscara:

www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5443&language=pt

Boa leitura.

12.12.06

PINOCHET SE FOI. E VEM MAIS POR AÍ


O ex-ditador chileno Augusto Pinochet morreu neste domingo, aos 91 anos, em Santiago. Comandante de uma das mais sanguinárias ditaduras da América Latina, sua morte foi motivo de festa para parte da população chilena e de dor para outra parte. Isso mostra que figuras polêmicas despertam amor e ódio, pelos mais diferentes motivos.

Em 1973, o governo civil do socialista Salvador Allende estava em grave crise política e institucional. Em plena Guerra Fria, quando o mundo se dividia entre capitalistas e comunistas, isso era fatal para um regime democrático. Ocorrera no Brasil, nove anos antes, um golpe militar. Haveria vários outros na região, naquela época, por causa da Operação Condor, que visava "estrangular" governos de tendência esquerdista que eram vistos como potenciais satélites da então União Soviética.

O golpe militar liderado pelo general Pinochet, em 11 de setembro daquele ano, teve conseqüências fortíssimas para a população chilena. Houve muitos assassinatos, torturas, desaparecimentos. Talvez a ditadura argentina fosse mais sangrenta que o regime do Chile, mesmo tendo durado bem menos tempo.

Por outro lado, pode ser creditado à política econômica do país, com a inspiração e o auxílio do economista norte-americano Milton Friedman, o largo crescimento econômico chileno nos anos 80. Hoje, o Chile é o país que mais cresce economicamente na América Latina.

Em 1988, um referendo restabeleceu a democracia no país. No ano seguinte, houve eleições diretas para presidente. Em 1990, depois de 17 anos de ditadura, Pinochet deixou o governo. Mas sua sombra até bem pouco tempo atrás influenciava os destinos dos chilenos.

A ditadura de Pinochet, de fato, foi sanguinária. Assim como o são as ditaduras da Coréia do Norte e de Cuba (a da Venezuela é, por ora, um projeto). Na ilha de Cuba, Fidel Castro, que governa o país com mão de ferro há quase meio século, se arrasta em sua própria imagem. Não houve qualquer tipo de plebiscito ou referendo para dar aos cubanos a opção de tirá-lo do poder (nem mesmo um fajuto, como os que havia no Iraque na época de Saddam Hussein). Fontes seguras dizem que ele sofre de um câncer intestinal. Vamos ver o que acontecerá no dia em que o ditador cubano for desta para uma melhor: se será execrado (como foi, merecidamente, Pinochet) ou endeusado pela esquerda viúva de Mao e Stalin.

9.12.06

TRIO PARADA DURA


Nesta semana, em Cochabamba, na Bolívia, foi realizada a reunião da Comunidade Sul-Americana de Nações. Mais uma oportunidade para se divertir (e se preocupar) com as bufanices do presidente venezuelano Hugo Chavez - um Fidel Castro com petróleo.

O projeto de ditador latino-americano se prontifica a ser o grande influenciador da política na região. E isso é facilitado graças à larga produção petrolífera do país, que serve de moeda de troca para apoio dos países vizinhos, como a Bolívia, o Equador e a Nicarágua (onde Chavez - vamos falar a verdade - se intrometeu diretamente nas eleições presidenciais. Felizmente, o chavismo não foi produtivo na Colômbia, no México e no Peru).

Esse estado de coisas produziu um "subfilhote" - o presidente boliviano Evo Morales, que pelo menos cumpriu as promessas de campanha, como a nacionalização do gás que era explorado pela Petrobrás. Promessas de campanha do porte das de Morales só encontraram paralelo nas eleições presidenciais brasileiras deste ano na campanha do ultra-esquerdista PCO.

Perto de Chavez e Morales, o brasileiro Lula poderia até ser visto como neoliberal... Gaiatice à parte, é bom Lula honrar os milhões de votos que recebeu e não se deixar influenciar pela esquerda radical bolivariana. Ou as conseqüências serão imprevisíveis para a nossa diplomacia e, por tabela, nossa economia.

7.12.06

TUDO COMO ERA ANTES...


Em decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal derrubou a cláusula de barreira, que tinha a intenção de diminuir o número de partidos políticos no país através de regras eleitorais. Desde o fim do processo eleitoral, tinha havido fusões entre partidos que não cumpriram a cláusula, o que tivera ampla cobertura nesta página.

Na minha opinião, um retrocesso imperdoável. A cláusula de barreira iria frear a existência de partidos de aluguel, existentes somente para dar voz a aberrações políticas (inclusive elegendo algumas delas) - além disso, iria fortalecer o quadro partidário, com a possibilidade da existência de poucos partidos, o que seria o ideal para a democracia.

E o pior de tudo é que pode haver desfusões dos partidos que tinham sido criados por causa da cláusula de barreira! Quando parece que as coisas vão se endireitar...

3.12.06

BRASIL, O PAÍS DO VÔLEI


A expressão acima faz tempo se tornou um lugar-comum. Mas é a mais pura verdade: há mais de duas décadas, o voleibol nacional cresceu assombrosamente. Mas para isso houve três fases com intervalos longos de tempo...

A sua primeira façanha relevante foi vice-campeonato mundial em 1982. Dois anos depois, a prata olímpica (entre eles, o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Caracas). Pareceria que haveria uma fase decrescente (oito anos sem um pódio - em 1988, quarto lugar nas Olimpíadas; em 1990, novo quarto lugar, num Mundial disputado em casa!).

Mas, em 1992, o tão sonhado ouro olímpico chegou. No ano seguinte, a primeira Liga Mundial. No Mundial de 1994, porém, a seleção masculina não chegou às semifinais. Enquanto isso, a seleção feminina, vice-campeã mundial em casa naquele ano, começava a crescer.

Enquanto o segundo período de jejum prosseguia entre os homens (nas Olimpíadas de 1996 e 2000, eles sequer chegaram às semifinais), as mulheres, comandadas por Bernardo Rezende, o Bernardinho, ganhava medalhas em todo lugar (naqueles mesmos dois Jogos, duas medalhas de bronze). Daí, foi inevitável o convite da CBB ao técnico da seleção feminina para dirigir a masculina...

Então, nasceu uma das maiores equipes da História no esporte. Mais de 80% de títulos conquistados. Pódios em todas as competições disputadas (a pior colocação foi o terceiro lugar no Pan de 2003, quando os jogadores só faltavam pedir férias). Uma medalha de ouro olímpica, em 2004. Ligas Mundiais que não acabam mais. E dois Mundiais, título que o Brasil não havia conquistado antes da Era Bernardinho: o primeiro, em 2002; o segundo, conquistado hoje com a categórica vitória de 3 a 0 sobre a Polônia na decisão.

Se quisesse sair da Seleção hoje, Bernardinho já entraria pra História. Mas ele quer sempre mais. Sorte nossa.

1.12.06

DE DIVERGÊNCIAS E CONCHAVOS, VÊ-SE O CARÁTER DE ALGUÉM...


Há algum tempo, já se desconfiava de uma falha de isenção no jornalismo da Rede Bandeirantes, que era considerado o líder em credibilidade editorial. De fato, sempre que tinha a oportunidade eu assistia ao Jornal da Band, principalmente na época em que era apresentado pelo Carlos Nascimento. No ano passado, deu-se o auge do noticiário da Band. Com os comentários de economia do Joelmir Beting, era uma excelente opção para se manter bem informado.

Porém, do início do ano pra cá, Nascimento foi para o SBT e a qualidade do jornal caiu um pouco. Mas a apresentação de Boechat lhe dava um tom digno. Todavia, havia desconfianças de que o noticiário estivesse se debandando para um lado, digamos, "pró-governista".

A razão da desconfiança se devia ao fato de que uma emissora do Grupo Bandeirantes, a Rede 21 (que saiu do ar no Rio, onde funcionava na freqüência UHF, em janeiro deste ano, dando lugar à TV Aparecida), fora arrendada ao Gamecorp, empresa ligada à Telemar cujo dono é filho do presidente Lula. Isso poderia acarretar uma falta de isenção jornalística? Só o tempo iria dizer.

Recente coluna de Diogo Mainardi na revista Veja afirma que, desde que a Rede 21 passou para as mãos da empresa do filho de Lula (tendo o nome mudado para PlayTV), as arrecadações de publicidade oficial na Band aumentaram enormemente. O que confirmou os piores temores dos críticos do negócio.

Pior que o fato da História de isenção da emissora que cobriu os mais importantes fatos da redemocratização (a Anistia, os primeiros debates, as Diretas) ter sido jogada no lixo foi a reação da Band ao episódio. Além de não ter negado as acusações, a emissora acusou a Abril (que é sócia majoritária da MTV no Brasil) de temer a concorrência da PlayTV, emissora também voltada ao público jovem: "Trata-se de uma campanha concorrencial, movida pela Editora Abril, sócia de um canal internacional de tevê - a MTV - diretamente atingida pela nova programação da PlayTV. Na verdade, uma agressão de um esquema internacional contra um grupo brasileiro."

Ou seja: além de não oferecer provas que contrariassem as acusações, ainda desviou o foco do assunto numa pretensa "guerra comercial de interesses internacionais". O tal editorial que fazia as acusações foi lido por um visivelmente constrangido Joelmir Beting nos noticiários da emissora.

Paralelamente a isso, jornalistas são criticados, coagidos e patrulhados tão-somente por emitirem opiniões contrárias aos interesses do governo. A História (tanto a recente quanto a contemporânea) mostra: isso não vai acabar bem.