12.12.06

PINOCHET SE FOI. E VEM MAIS POR AÍ


O ex-ditador chileno Augusto Pinochet morreu neste domingo, aos 91 anos, em Santiago. Comandante de uma das mais sanguinárias ditaduras da América Latina, sua morte foi motivo de festa para parte da população chilena e de dor para outra parte. Isso mostra que figuras polêmicas despertam amor e ódio, pelos mais diferentes motivos.

Em 1973, o governo civil do socialista Salvador Allende estava em grave crise política e institucional. Em plena Guerra Fria, quando o mundo se dividia entre capitalistas e comunistas, isso era fatal para um regime democrático. Ocorrera no Brasil, nove anos antes, um golpe militar. Haveria vários outros na região, naquela época, por causa da Operação Condor, que visava "estrangular" governos de tendência esquerdista que eram vistos como potenciais satélites da então União Soviética.

O golpe militar liderado pelo general Pinochet, em 11 de setembro daquele ano, teve conseqüências fortíssimas para a população chilena. Houve muitos assassinatos, torturas, desaparecimentos. Talvez a ditadura argentina fosse mais sangrenta que o regime do Chile, mesmo tendo durado bem menos tempo.

Por outro lado, pode ser creditado à política econômica do país, com a inspiração e o auxílio do economista norte-americano Milton Friedman, o largo crescimento econômico chileno nos anos 80. Hoje, o Chile é o país que mais cresce economicamente na América Latina.

Em 1988, um referendo restabeleceu a democracia no país. No ano seguinte, houve eleições diretas para presidente. Em 1990, depois de 17 anos de ditadura, Pinochet deixou o governo. Mas sua sombra até bem pouco tempo atrás influenciava os destinos dos chilenos.

A ditadura de Pinochet, de fato, foi sanguinária. Assim como o são as ditaduras da Coréia do Norte e de Cuba (a da Venezuela é, por ora, um projeto). Na ilha de Cuba, Fidel Castro, que governa o país com mão de ferro há quase meio século, se arrasta em sua própria imagem. Não houve qualquer tipo de plebiscito ou referendo para dar aos cubanos a opção de tirá-lo do poder (nem mesmo um fajuto, como os que havia no Iraque na época de Saddam Hussein). Fontes seguras dizem que ele sofre de um câncer intestinal. Vamos ver o que acontecerá no dia em que o ditador cubano for desta para uma melhor: se será execrado (como foi, merecidamente, Pinochet) ou endeusado pela esquerda viúva de Mao e Stalin.

Um comentário:

Blogildo disse...

Fidel esta aí e ninguém fala nada. Pinochet foi um monstro. Mas, Fidel não fica muito atrás.