28.1.07

OSCAR 2007: "DIAMANTE DE SANGUE"


Continuando a série que fala sobre o Oscar 2007, o filme de hoje é Diamante de Sangue, dirigido por Edward Zwick.

No fim do século passado, em Serra Leoa, um mercenário branco, de origem zimbabuana, e receptor de diamantes valiosos para uma grande rede européia do ramo, tem uma grande chance de um negócio vantajoso através de um pescador local (que fizera trabalhos forçados de exploração de diamantes para uma organização paramilitar que quer tomar o poder no país) que achou um imenso e valiosíssimo diamante cor-de-rosa. Para quem não conhece o assunto a fundo, as imagens da violência durante a guerra civil que devastou o pequeno país africano são assustadoras - embora não sejam muito diferentes daquilo que se vê nas comunidades carentes das nossas grandes cidades, principalmente no que se refere à falência do Estado no seu papel de combater o crime.

A dupla, junto com uma jornalista norte-americana que tem a grande oportunidade de fazer uma reportagem contundente sobre a situação de fracasso estatal que ronda o continente africano, entra num múltiplo jogo de interesses: o receptor, disposto a fechar negócio, depende do pescador, que quer salvar sua pele e a de sua família (inclusive a de um filho capturado pela milícia), que por sua vez depende da ajuda da repórter para conseguir esse objetivo. E isso não é tudo. Na verdade, um depende do outro para realizar seus desejos pessoais e profissionais.

Indicações: Melhor ator (Leonardo DiCaprio), ator coadjuvante (Djimon Hounsou), montagem, mixagem sonora e edição sonora

27.1.07

OSCAR 2007: "BABEL"


Continuando a série sobre o Oscar 2007, o texto de hoje é sobre Babel, de Alejandro González Iñárritu.

Mas podem chamar o filme de "uma versão globalizada de Crash: No Limite". Não é exagero afirmar que se trata de uma versão "ampliada" do vencedor do Oscar no ano passado. Mas seu roteiro é mais consistente. E mais atualizado.

Um simples tiro, numa brincadeirinha inocente (se é que se pode chamar um treino de tiro ao alvo contra um ônibus de turistas estrangeiros de "brincadeirinha inocente") é capaz de desencadear uma série de imprevistos e acontecimentos surpreendentes, de forma direta ou indireta, em lugares distantes de todo o planeta. Cidadãos de quatro países são "atingidos" por este tiro - vejam e confiram o tamanho do estrago que ele é capaz de proporcionar. Assim como ocorre em Crash, o preconceito também tem sua vez - mas ele não é essencial para o andamento do filme. Há muito mais coisas que isso.

Indicações: Melhor filme, direção (Alejandro Gonzalez Iñárritu), atriz coadjuvante (duas, para Adriana Barraza e Rinko Kikuchi), roteiro original, montagem e trilha sonora

26.1.07

OSCAR 2007: "OS INFILTRADOS"



Iniciando a série que fala sobre os indicados ao Oscar 2007, escrevo sobre o filme Os Infiltrados, dirigido por Martin Scorsese.

Trata-se de um excelente filme, baseado num filme de Hong Kong chamado Conflitos Internos. Por ser uma adaptação, estaria sujeita a comparações acerca de roteiro e atuações. Mas a produção é impecável pelo fato de seu roteiro estar perfeitamente adaptado à locação - no caso, a máfia irlandesa de Boston. E as atuações estão acima da média, com destaque para Jack Nicholson, injustamente esquecido pela Academia.

Ao mesmo tempo que há um homem de confiança do líder mafioso infiltrado na polícia, há um "raso delinqüente", aplicador de golpes, trabalhando para a polícia, visando desbaratar a organização criminosa. Em certos pontos, o espectador fica meio confuso (da forma positiva, se é que existe algo que seja positivamente confuso) quanto às relações de trabalho dos personagens principais. No mais, o filme se escora na sua ágil montagem, o que lhe confere um tom dinâmico, incomum nas produções dirigidas por Scorsese.

Indicações: Melhor filme, direção (Martin Scorsese), ator coadjuvante (Mark Wahlberg), roteiro adaptado e montagem

ALGUÉM AINDA TEM DÚVIDAS?

Se alguém ainda tem dúvidas sobre as promíscuas ligações entre a "nova esquerda" e o terrorismo internacional, leia no link abaixo um texto do Mídia sem Máscara sobre uma aliança entre os presidentes da Venezuela, Hugo Chavez, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que dispensam maiores comentários.

http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5525&language=pt

P.S.: Em breve, aproveitando a apromixação do Oscar 2007, falarei sobre os filmes indicados. Não tem nada a ver com o assunto acima, mas vale o recado. :-)

25.1.07

NOVIDADES NO BLOG!

A partir deste mês, com as mudanças para a nova versão do Blogger, haverá novidades neste Amenidades e Bobajadas. Embaixo de cada mensagem, os famosos marcadores darão o ar de sua graça. No princípio serão três: Brasil, Mundo e Eu (os assuntos são óbvios). No decorrer do tempo, poderão surgir mais. Aos leitores fiéis: aguardem.

20.1.07

TUDO AINDA PIOR QUE ANTES


A cúpula do Mercosul, realizada nesta semana no Rio, evidenciou algo que todo o mundo já sabia: o Brasil começa a seguir grande parte do continente e está cada vez mais subserviente ao bufanismo chavista. O presidente re-reeleito da Venezuela, Hugo Chavez, mostrou sua força disposto a rugir frente à comunidade internacional. E o faz sem medir esforços, passando por cima da lei e das instituições.

Mal tomou posse para um mandato de mais seis anos como presidente do país (e querendo ser reeleito indefinidamente, através de mudanças na Constituição), Chavez quer moldar o país à sua imagem e semelhança. Imitando o seu ídolo, o agonizante ditador cubano Fidel Castro, também peita o "imperialismo ianque" - nem precisa que está sendo endeusado pelas esquerdas viúvas da União Soviética. Com um agravante: assim como várias teocracias islâmicas que pipocam pelo Oriente Médio, Chavez usa o petróleo para comprar o apoio dos países vizinhos - não raro, influenciando eleições realizadas neles, elegendo candidatos que sejam seus espelhos e sigam sua ideologia. É amigo e aliado do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad - conhecido por pregar a destruição de Israel e negar a ocorrência do Holocausto. Além disso, quer que a imprensa local o apóie somente, tentando calar a oposição, procedimento usado por ditaduras em todo o planeta.

No Brasil, o show chavista continuou com toda a força. Disse que é preciso "descontaminar o Mercosul", rejeitando qualquer forma de economia livre - o que ele chama de "Socialismo do Século XXI", algo digno do Século XIX. O pior é que há quem o admire no Brasil, a ponto de um deputado estadual do PDT (partido do ex-governador Leonel Brizola, que no fim de sua vida se mostrava um notório admirador de Chavez) lhe dar a medalha Tiradentes. Na entrega da comenda, disparou sua metralhadora giratória. Atacou o jornal O Globo por este ter publicado reportagens que o contrariavam. O ato não teve o impacto que poderia ter - talvez pelo fato de reagirmos a fatos como esses com absoluta (e assustadora) passividade.

A "nova esquerda" já começa a mostrar suas garras. E pode ter sido tarde demais.

TUDO DE VOLTA... ESPERO

Depois de cerca de um mês sem acessar a Internet de casa, volto a atualizar aqui no meu cantinho. Daqui a pouco haverá novidades. Peraí.

17.1.07

COMO O PESSOAL GOSTA DE COMPLICAR COISA FÁCIL...

Nos últimos dias, choveram críticas ao sistema parlamentar brasileiro, por causa das férias dos deputados e senadores, e do fato de haver "deputados por um mês" - aqueles que tomam posse no dia 1º de janeiro, substituindo colegas que se elegeram para outros cargos ou assumiram secretarias estaduais, e contratam assessores com dinheiro público para trabalhar com eles, em pleno período de férias, até a posse do novo Parlamento, em 1º de fevereiro.

Isso é mais uma aberração política nossa, certamente. Assim como o é o fato de o Executivo tomar posse no primeiro dia do ano, que é uma data inconveniente para os chefes de Estado de outros países que queiram prestigiar a posse do presidente da República, por exemplo. O fato de ser feriado não cola - até 1990, a posse presidencial era no dia 15 de março, que não é feriado (chegou a ser em 31 de janeiro), e não havia problemas.

Uma solução seria unificar a posse do Executivo (1º de janeiro) e do Legislativo (1º de fevereiro) para 6 ou 15 de janeiro. Ou marcar a posse do Legislativo para o dia seguinte da do Executivo. O que não pode é inflar os gastos do poder. Sempre sobra, claro, para o contribuinte.

16.1.07

"FRUET, DO PSDB, SERÁ O CANDIDATO DA TERCEIRA VIA"

Esta notícia está no Globo Online de hoje.

Sinceramente? Considerando-se o quase acordo entre tucanos e petistas, com os deputados escolhendo pra presidir a Câmara entre Fruet, Chinaglia e Rebelo, pra mim não vai fazer diferença alguma.

Não é à toa que o Brasil anda uma bagunça. Por incrível que possa parecer, perto desse caos iminente, rios de lama e buracos de metrô que cedem se tornam meras coisas irrelevantes.

11.1.07

ENQUANTO UNS QUASE SE VÃO, OUTROS NASCEM...

Na semana em que uma simples cópula dentro do mar quase meteu o Brasil pra baixo em relação ao mundo virtual, nasce um novo blog: "Cuma?!" é a minha estréia no mundo Blogger Beta. Falará sobre as coisas mais bizarras e insólitas que acontecem no cotidiano. Estou ainda começando a experimentar a versão Beta, mas vale a pena. Depois darei mais detalhes.

www.cumas.blogspot.com

4.1.07

SADDAM HUSSEIN E FAMÍLIA GAROTINHO: CADA UM A SEU MODO, JÁ VÃO TARDE



Nesta primeira mensagem de 2006, escrevo sobre dois fatos que agitaram a passagem de ano.

O primeiro foi a execução da pena de morte para o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. Por mais que se queixem de interferências da política interna norte-americana (realmente desastrosa, mas isso não vem ao caso) desde a invasão do país, há quase quatro anos, o fato é que a sentença foi proferida pela Justiça do país - mesmo que o governo iraquiano não consiga sequer controlar quem entre e passe pela sala de execução. Por mais que esperneiem sobre uma intervenção do governo Bush (que, dizem, lutou para adiar a execução), o fato é que o ex-ditador, assim como Milosevic e Pinochet (outros que morreram em 2006), não deixará saudade.

Outros que não deixarão saudade, pelo menos para a parcela esclarecida e que não se contenta com pouco que habita o estado do Rio, são os integrantes da família Garotinho. Na última semana do ano, oito anos de (des)governo foram fechados com chave de lata com ataques de bandidos a policiais e alvos civis. O governo Rosinha, o do "tudo por um real", conseguiu ser pior que os dois governos do Brizola e o do próprio Garotinho juntos - não por acaso, são do mesmo ramo populista de esquerda que aterroriza o Rio (com raras exceções) desde 1983, o do infame "socialismo moreno".

Porém, o seu sucessor, Sérgio Cabral Filho, aparece disposto a mostrar serviço nos seus primeiros dias de governo. Aparece com uma proposta de conciliação para as três esferas de poder. Apesar de não ter votado nele nas eleições, essa disposição me deixa boa impressão inicial. Resta saber se a manterá ou se terá sido apenas fogo de palha. O tempo dirá.