31.12.09

UM BOM ANO

2009 pode ser considerado um bom ano - pelo menos pra mim. Consegui um bom emprego, estou no auge da criatividade, até meu time foi campeão brasileiro. Ou seja, do ponto de vista pessoal e profissional, este ano que acaba hoje pode ser considerado um dos melhores da minha vida. O momento é de agradecer por tudo de bom que houve e torcer e se esforçar por um 2010 ainda melhor. A fase é excelente e só me resta aproveitar.

Pra quem estiver lendo, desejo um bom ano. Um ano que seja tão bom quanto foi o meu.

30.12.09

O PROBLEMA É NÃO QUERER DAR NOME AOS BOIS


Bom questionamento o do colega blogueiro Mr. X, em texto escrito esta semana. A recusa da sociedade em aceitar que a grande maioria dos atentados terroristas em todo o mundo é cometida por muçulmanos, em nome de um famigerado pensamento politicamente correto, era o que faltava para a insegurança mundial se firmar de vez.

O pior é vermos que tem gente que teima em afirmar que atentados ocorrem por causa de "injustiças sociais". O terrorista que tinha uma bomba na cueca (pelo visto, conseguiram arranjar uma outra utilidade pras roupas de baixo masculinas) e não conseguiu explodir um avião que fazia o voo Amsterdã-Detroit, um raro caso de "ex-homem-bomba", é filho de um banqueiro nigeriano, um dos mais ricos de seu país, e morava num bairro chique de Londres. Portanto, não são exatamente a miséria e o desespero que movem os terroristas.

Claro, não podemos generalizar. Lógico que há muçulmanos moderados que condenam a violência e querem conviver pacificamente com seus semelhantes. Mas é em momentos como esse que eles parecem simplesmente desaparecer. Isso só aumenta a sensação de que haverá um gigantesco choque de civilizações, mais cedo ou mais tarde.

23.12.09

MELHOR ASSIM



Inteiramente justo o desfecho do caso em que o norte-americano David Goldman conseguir reaver a posse do filho Sean, fruto de seu casamento com a brasileira Bruna Bianchi, terminado depois que ela voltou dos Estados Unidos com o filho pequeno, à revelia do então marido. O presidente do STF, Gilmar Mendes, de certa forma compensou a derrapada do caso Battisti ao fazer a decisão correta, desta vez.

Dizem que a família da mãe do menino não tentará recorrer. Melhor assim, visto que, na falta da mãe (falecida após o parto da segunda filha, com o segundo marido, que lutava pela permanência do enteado), o pai deve estar presente. Assim, tem-se uma esperança de que o Brasil possa respeitar as leis internacionais, o que não vinha ocorrendo com frequência ultimamente.

22.12.09

O INÍCIO DO PRINCÍPIO DO COMEÇO... E NÃO SE SABE SE HAVERÁ FINAL FELIZ



Antes visto como meio de transporte de excelência (era ao menos eficiente, apesar da escassez de linhas e estações para o tamanho da cidade e de sua população), o Metrô do Rio de Janeiro enfrenta inúmeros problemas que atormentam seus usuários, trinta anos depois de sua inauguração. Superlotações e atrasos das composições (que chegam a 15 minutos, quando os intervalos normais são de quatro), no momento em que novas estações são inauguradas (com enorme atraso, por sinal), fazem os clientes pensarem em alternativas que não primam exatamente pela rapidez ou pela segurança, mas pelo menos andam dando menos transtorno.

A fase ruim pós-privatização, ocorrida há cerca de dez anos, ainda não tem prazo para acabar: há a previsão da entrada de novas composições para 2011, ou seja, mais dois anos de sufoco para os clientes do Metrô estão garantidos. Esperemos que ao final desse período as coisas melhorem e façam o meio de transporte voltar aos seus bons tempos, mesmo porque não há como piorar. Pode ser que, daqui a dois anos, ocorra o início do princípio do começo de uma nova era de paz e tranquilidade para os usuários metroviários cariocas. Pelo menos com mais trens circulando e, espera-se, com novas estações - a administração promete expansão até a Barra da Tijuca, para as Olimpíadas de 2016. É difícil fazer uma expansão tão grande em apenas seis anos (o começo dela está previsto para março de 2010, mesma época da inauguração da Estação Cidade Nova, no Centro), mas essa estamos pagando pra ver.

O primeiro grande teste deverá ser na Copa do Mundo de 2014, considerando-se que uma das estações passa em frente ao estádio do Maracanã. Mas as Olimpíadas, a serem realizadas dois anos depois, serão a prova de fogo. Que este seja um final feliz para a epopeia da expansão metroviária da cidade.

16.12.09

A DIREITA ENVERGONHADA


Como escrevi anteriormente, talvez o Brasil seja o único país pertencente ao mundo civilizado (portanto, Bolívia, Cuba e Venezuela não contam) a não ter partidos políticos de tendência conservadora. Os que eram assim vistos buscam "adaptar-se" aos novos tempos politicamente corretos, buscando ser mais, digamos, aceitos pela nova sociedade brasileira. A era lulista, com seus altos índices de popularidade, contribui para isso - vide o Partido Progressista (PP) e o Partido da República (PR), este último resultado da fusão do PL com o PRONA; os dois partidos são dos mais entusiasmados aliados do governo Lula. A oposição, definitivamente, não está funcionando no intento de parecer ativa, como a esquerda era até 31 de dezembro de 2002.

O partido oposicionista mais identificado com o conservadorismo, o Democratas (DEM), se afunda cada vez mais na própria incompetência, evidenciando estar nada acostumado com sua distância do poder - em nada lembrando a época em que ainda se chamava PFL e fazia parte da base do governo federal. Antes disso, sua base, que havia deixado o PDS (atual PP) em 1985 para apoiar a eleição de Tancredo Neves, fazia parte da ARENA, partido da situação durante o regime militar e extinto durante a abertura política. Mesmo tendo feito parte de uma ditadura, o então Partido da Frente Liberal poderia ser uma boa opção para quem queria fugir de um esquerdismo pseudoprogressista caso apresentasse uma boa proposta de governo. Mas, cada vez mais, demonstrava não ter autossustentação em caso de saída do poder, o que se evidenciou com a eleição de Lula em 2002 e os programas sociais de viés populista do atual governo.

Após as eleições de 2006, depois de eleger o menor número de deputados em muito tempo e apenas um único governador, o PFL tentou se adaptar "aos novos tempos". Mudou o seu nome para Democratas e baseou-se num programa que privilegiasse uma vida sustentável. Ou seja, virou uma metamorfose ambulante que ninguém entendeu até hoje. Não ganhou a simpatia dos "progressistas" e ainda afastou os conservadores que lhe davam votos. Resultado: novos fiascos eleitorais à vista.

Mas não há nada tão ruim que não possa piorar: o recente escândalo envolvendo o único governador do DEM (José Roberto Arruda, do Distrito Federal, que já saiu da agremiação) pode ter sido a pá de cal nas pretensões do partido em crescer eleitoralmente no futuro. Porém, há a grande oportunidade de os conservadores de verdade deste país mostrarem a que vieram. Para 2010 não dá mais, mas há uma grande oportunidade de fundar um partido que concorra nas eleições municipais de 2012. Um partido que, enfim, atenda aos anseios da maioria dos nossos eleitores.

14.12.09

LUTANDO CONTRA SI PRÓPRIO


  • Filme: O Fantástico Sr. Raposo (Fantastic Mr. Fox, Estados Unidos/Grã-Bretanha, 2009)
  • Direção: Wes Anderson
  • Elenco: George Clooney, Meryl Streep, Jason Schwartzman, Bill Murray, Wally Wolodarsky, Eric Anderson, Michael Gambon, Willem Dafoe, Owen Wilson

O longa de animação em stop-motion é surpreendente em todos os aspectos - não só pelas origens mas também por seus resultados sobre o espectador. Parece uma fábula infantil, mas os adultos a curtem mais por causa da lição de moral que inexiste nela. Por isso, é tão diferente e justamente aclamado como um dos melhores filmes do ano.

O sr. Raposo decide renunciar a seus instintos quando sua esposa lhe diz estar grávida, durante mais um de seus costumeiros roubos de aves. O tempo passa, o filho cresce, Raposo se torna um respeitado colunista de jornal... mas ele continua lutando contra seus instintos naturais. Tanto que muda-se com a família para uma nova casa, uma árvore que fica em frente a três grandes fazendas - duas delas, criadoras pecuárias, e a outra, produtora de cidra. Assim, tem um ousado plano que põe em prática junto com um sobrinho e um empregado... que pode trazer consequências imprevisíveis.

É um filme que faz pensar, com o perdão do clichê. Quem pode lutar contra sua própria personalidade? Como mudar o que já está estabelecido pela natureza? Não é impossível, mas é muito difícil vencer essa árdua batalha.

12.12.09

HÁ SETE ANOS ADUBANDO A VIDA

"Eu não quero saber se o [prefeito de São Luís] João Castelo é do PSDB. Se o outro é do PFL (sic). Não quero saber se é do PT. Eu quero é saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que se encontra."

Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso no Maranhão. Pois é, depois do "sífu", agora não falta mais nada.

6.12.09

PERDEU, "PLAYBOY"

Na seção de cartas dos leitores, na edição de agosto passado da revista Playboy. Percebe-se que a revista é, no mínimo, uma péssima adivinha. Se bem que nem precisaria entender muito de futebol.

4.12.09

AS PIADAS NUNCA SUPERAM A REALIDADE



Causou celeuma quando foi exibida aqui no Brasil, pelo canal pago GNT, a entrevista dada pelo ator Robin Williams (nascido em Chicago) a David Letterman, quando ele disse que "Chicago levou a Copenhague Hillary Clinton e Oprah Winfrey, mas o Rio levou strippers e pó para conquistar os delegados do COI e ganhar o direito de sediar as Olimpíadas de 2016. Assim ficou difícil". Piada de gosto duvidoso (quase uma redundância), mas polêmica desnecessária.

Desnecessária por vários motivos. Os humorísticos são os primeiros: por que esperar que um estrangeiro famoso conte uma piada que nos seja favorável? Além do mais, nós brasileiros costumamos também contar anedotas pesadas e nunca nenhum gringo reclamou do nosso senso de humor.

Mas o maior desses motivos é que nenhuma piada é mais forte que a própria realidade que nos cerca. Ou será que os seguidos apagões, a fama de sexistas, os dólares de propinas nas cuecas e meias, a crise política e muitas outras coisas não fazem o Brasil ser o país da piada pronta? Nosso país, como sabemos, é uma farta matéria-prima para comediantes - não só os daqui, é bom que se diga.