28.2.07

FALOU E DISSE...

Da coluna de Merval Pereira, no Globo de hoje:

A mulher do ministro da Cultura, Flora Gil, depois de ter seu carro blindado alvejado 16 vezes numa tentativa de assalto ano passado no Rio, disse que aquilo poderia ter acontecido em qualquer lugar do mundo.

A ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal, depois de assaltada na Linha Vermelha, no Rio de Janeiro, juntamente com o vice-presidente Gilmar Mendes, disse que assaltos acontecem.

A mulher do ministro da Fazenda, a psicanalista Eliane Mantega, depois de ter ficado seqüestrada com o marido e filhos por três horas, disse que os bandidos foram "supergentis". O ministro demorou 12 horas para comunicar o crime.

Que país é esse?

Excelente pergunta...

26.2.07

DEUS DO CÉU, QUE CARRO FEIO!



Essa é a primeira reação de muitas pessoas quando vêem pela primeira vez o modelo 2007 da Honda, equipe de Rubens Barrichello e Jenson Button na Fórmula-1.

Ele reproduz (ou tenta reproduzir) a imagem do planeta Terra em um bólido. Seja como for, o visual não funcionou. Nunca houve um carro tão esquisito em 57 anos de Fórmula-1. Acho que não será assim que Barrichello retomará o caminho das vitórias da categoria...

FEZ-SE JUSTIÇA



A edição 2007 do Oscar foi bem longa, mas justa pelos prêmios que distribuiu (embora ache estranho que O Labirinto do Fauno tenha ganho um monte de estatuetas e não seja vitorioso na categoria Filme em Língua Estrangeira).

Pessoalmente, torcia para que Pequena Miss Sunshine ganhasse o prêmio mais importante da noite - e até pensei que isso fosse acontecer quando foi anunciado que Alan Arkin tinha ganho o prêmio de melhor Ator Coadjuvante, derrotando o favorito Eddie Murphy. Além disso, o filme ganhou o prêmio de Roteiro Original.

Mas o prêmio ter ido a Os Infiltrados foi justo, mesmo porque premia o conjunto da obra de Martin Scorsese, o maior diretor vivo a não ter ganho a estatueta. O filme ganhou quatro prêmios: Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado e Montagem.

No mais, algumas surpresas e outras barbadas: como o esperado, Forest Whitaker e Helen Mirren ganharam os prêmios de Ator e Atriz, com desempenhos fantasticamente realistas.

24.2.07

OSCAR 2007: "BORAT: O SEGUNDO MELHOR REPÓRTER DO GLORIOSO PAÍS CAZAQUISTÃO VIAJA À AMÉRICA"


Encerrando a série sobre o Oscar 2007, escrevo sobre Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, dirigido por Larry Charles.

Repórter famoso no Cazaquistão (misógino, racista, homofóbico, anti-semita e morador de uma aldeota que é uma zorra generalizada, sendo possivelmente causadora de todas essas características) e ligado em estatísticas é enviado pelo governo de seu país para fazer algumas reportagens nos Estados Unidos, com o propósito de mostrar os costumes locais. Lá, se apaixona pela atriz Pamela Anderson ao assistir pela TV do hotel a um episódio do seriado S.O.S. Malibu, e resolve se casar com ela, usando os "métodos casamenteiros" bem particulares de seu país... Durante a viagem pelo país estrangeiro, põe em prática os hábitos de sua terra, chocando os moradores locais.

O filme mostra que, em matéria de racismo e xenofobia, poucos no mundo superam os norte-americanos, e se aproveita do desconhecimento dos entrevistados, pensando tratar-se apenas de um documentário enviado para um país distante. E o "repórter" o faz com uma candura inacreditável, convencendo os cidadãos de que tais hábitos chocantes são corriqueiros em outro país.

Indicação: Melhor roteiro adaptado

23.2.07

ABRA SEUS OLHOS

No link abaixo, site que mostra os paralelos entre a doutrinação nazista e o Islã radical dos dias de hoje. É estarrecedor.

http://www.terrorismawareness.org/islamic-mein-kampf/

22.2.07

CHAMA O BOZO DE VOLTA!



Visando recuperar a vice-liderança na audiência perdida há tempos para a Record (o que, convenhamos, não surpreende nem um pouco), o SBT de Silvio Santos anunciou sua nova grade de programação. Bem, nova em termos.

Entre outras pérolas, a emissora anunciou a volta do Viva a Noite (agora apresentado por Adriane Galisteu; será que o pintinho amarelinho vai voltar?), TV Animal (santo Deus, nem me lembrava mais desse programa!!!) e Tentação.

Do jeito que as coisas estão indo, só falta o SBT ressuscitar Fantasia; Boa Noite, Cinderela; Cocktail (aquele dos stripteases) e o "crássico" Cidade Contra Cidade. Pelo visto, lá pelos lados de Osasco, os anos 80 e 90 estão de volta.

AQUI SE PLANTA, AQUI SE COLHE

Notícia da coluna de Ancelmo Gois, no Globo de hoje:

MÃOS AO ALTO!

João Otávio Brizola, filho do político que ergueu o Sambódromo, levou amigos uruguaios à Sapucaí. Na saída, o grupo foi assaltado.

Os ladrões levaram celulares e uma filmadora.

Mais um legado da Era Brizola. Não estou falando da Passarela do Samba. Falo, sim, de um fato corriqueiro, que se intensificou há quase duas décadas e meia. A diferença é que, desta vez, os descendentes sentiram na pele.

UMA VITÓRIA JUSTA



A Beija-Flor conquistou nesta quarta seu décimo título no Grupo Especial - e, desta vez, de forma incontestável, com mais de um ponto à frente da vice-campeã Grande Rio (pela segunda vez seguida, uma surpresa). O título coroou a bem-sucedida figura da comissão de carnaval, criada em Nilópolis: desde 1998, cinco títulos e quatro vices em dez Carnavais.

A injustiça, porém, foi ver o Salgueiro, com um desfile tão bom, ficar de fora do Desfile das Campeãs no sábado. Talvez isso sirva - com um pouco de ironia - para que entre para a história como um desfile "único" (como o da Mangueira em 1999, o do próprio Salgueiro em 2000 e 2003 e da Porto da Pedra em 2005).

Aliás, essa apuração foi uma das mais equilibradas de todos os tempos. Fossem quem fossem as duas rebaixadas, o certo é que elas não haviam feito desfiles para tal. Império Serrano e Estácio de Sá estão de volta ao Grupo de Acesso - que, diga-se, promete ser emocionante no próximo ano. Espera-se que com melhor nível técnico, pois o deste ano foi de amargar.

Falando em Acesso, foi previsível e justo o título da São Clemente, que fez disparadamente o melhor desfile da noite de sábado. Assim como foi justa a queda da Tradição, que foi uma lástima, para o Grupo B de 2008. Surpresa foi o vice da Caprichosos, que não era cotada.

O Carnaval de 2007 acabou. Mais, só no ano que vem. Agora, o ano começa pra valer.

20.2.07

GRUPO ESPECIAL: SEGUNDO DIA



A segunda noite do desfile das escolas do Grupo Especial teve um nível técnico melhor que o do primeiro, e o resultado que será divulgado amanhã será imprevisível. As escolas se mostraram luxuosas e cheias de animação, no primeiro Carnaval totalmente feito na Cidade do Samba.

A noite começou com o desfile da Porto da Pedra. A vermelha-e-branca de São Gonçalo não fez uma apresentação à altura de seu bom samba-enredo. Se bem que o tema, difícil, não ajudava muito. Apesar do esforço, a escola não ganhou o público.

A Unidos da Tijuca fez o segundo desfile, e mostrou que aprendeu muito com a passagem de Paulo Barros, que lhe deu dois vice-campeonatos. Alguns carros eram claramente inspirados nos desfiles anteriores. O desfile foi bem inspirado, altamente coerente com o enredo sobre a fotografia, com alegorias e fantasias criativas.

O Salgueiro, disposto a apagar a colocação ruim do ano passado, fez um desfile arrasador, um dos melhores do ano. O tema afro resgatou grandes enredos da história da escola. O ótimo samba-enredo emoldurou o brilhante desfile salgueirense, com traços clássicos e de bom gosto, nas fantasias e alegorias. Um desfile perfeito e excelente.

A Portela entrou na Sapucaí com animação, disposta a acabar com o jejum de 23 anos sem títulos - e, pelo que mostrou, tem o direito de sonhar pelo menos com uma vaguinha no Sábado das Campeãs. O tema sobre os Jogos Pan-Americanos foi muito bem-explorado pela escola, que contou com grandes figuras do esporte brasileiro e com alegorias alegres e multicoloridas.

A Imperatriz fez o desfile típico de Rosa Magalhães: técnico. Mas pelo menos foi melhor do que o do ano passado, apesar do péssimo samba-enredo, o pior do Grupo Especial deste ano, na minha opinião. Alegorias de cores vivas e condizentes com o enredo, sobre o mercado de pesca do bacalhau, pontuaram o desfile com brilhantismo.

Logo depois, entrou a Grande Rio, querendo o título que lhe escapou por pouco no ano passado. O enredo foi a sua terra natal, a cidade de Duque de Caxias. O desfile foi bom, porém mais morno que o esperado, pois a escola conta muito com a força da comunidade. De ruim, o fato de o carro abre-alas ter pego fogo depois de deixar o desfile, nos arredores da Passarela do Samba.

Encerrando o desfile, a Beija-Flor mostrou por que é a líder do ranking da LIESA, combinando técnica com emoção, além do enredo bem-explorado pela Comissão, que o conduziu com competência. Mais uma vez, a força da comunidade nilopolitana deu o tom da escola. A agremiação terminou o desfile com o dia já amanhecendo, raiando o "Sol da liberdade" do ótimo samba.

Desfiles consumados, cabe a pergunta: quem leva? Pra mim, o título fica entre Salgueiro e Beija-Flor, com Viradouro e Vila Isabel correndo por fora. E quem cai? Não faço idéia, pois os desfiles foram ótimos. Duas escolas sofrerão a degola, e não arrisco em apostar.

19.2.07

GRUPO ESPECIAL: PRIMEIRO DIA


O desfile das escolas de samba do Grupo Especial não teve grandes novidades em seu primeiro dia. À exceção de uma surpresa aqui ou ali, não houve grandes impactos. Mas os que existiram foram marcantes.

Depois de dez anos fora do Grupo Especial, a Estácio de Sá fez um desfile altamente luxuoso para reeditar o enredo O Tititi do Sapoti, de 1987. Até certo ponto, surpreendente, levando-se em consideração o longo tempo de ausência na elite.

A Império Serrano usou sua história de 60 anos e as inovações que fez como pano de fundo para homenagear aqueles que fizeram a diferença, apesar das dificuldades impostas pela natureza. A sua bateria, como sempre, fez uma apresentação impecável. Mas o desfile, apesar do esforço da comunidade da Serrinha, não teve o impacto esperado - até por causa do samba-enredo, bem inferior ao do ano passado.

A Mangueira fez uma boa apresentação, e a comissão de frente combinada com o pede-passagem causaram boa impressão inicial. Mas a escola fez um desfile um tanto arrastado, depois disso. Como nota negativa, a falha de comunicação que tirou Beth Carvalho do desfile.

A Viradouro fez uma apresentação dentro do esperado, por causa do seu carnavalesco Paulo Barros - como grande destaque, o carro em que a bateria se apresentou até o recuo, quando foi substituída por falsos ritmistas. Mas algumas alegorias foram muito parecidas com as da Unidos da Tijuca em anos anteriores, quando o carnavalesco era o mesmo Barros - por exemplo, o carro que retratava o jogo "Onde Está Wally?". A ala das baianas foi muito parecida com a da Mocidade no ano passado. E o carro do Pinball se parecia com qualquer coisa, menos com mesa de fliperama. De todo modo, a escola de Niterói fez uma apresentação agradável.

Também estreando carnavalesco novo, a Mocidade fez um desfile digno, apesar do tema óbvio e da frieza das arquibancadas, mesmo porque entrou depois da Viradouro. A despeito de a escola ter ficado quase dez minutos parada na Avenida - um dos integrantes do carro abre-alas passou mal e teve que ser retirado pelos bombeiros no meio do desfile - não houve grandes problemas. Apesar de corriqueiro, o enredo foi bem explorado, com destaque para a aparição, no último carro, dos funcionários do próprio barracão, em homenagem aos trabalhadores do Carnaval.

A atual campeã, Vila Isabel, encerrou o primeiro dia com um desfile que lhe dá condições de brigar pelo bicampeonato. O tema foi muito bem explorado (melhor, por exemplo, que na Viradouro) e a animação dos integrantes e o luxo das fantasias deram o tom do desfile. O enredo é uma síntese da própria escola, que falou sobre a metamorfose que ela própria sofreu, depois de um longo período de vacas magras.

18.2.07

O MELHOR E O PIOR DA SEGUNDONA DO SAMBA



O desfile do Grupo de Acesso do Rio este ano não teve grandes novidades. Desfortunadamente, houve mais momentos ruins: o amadorismo da Rocinha, que parece não ter lido o regulamento (levou um número de baianas muito menor que o mínimo exigido); o desfalque na comissão de frente da União da Ilha (que comprometeu um desfile ótimo de uma escola que luta pra voltar ao Grupo Especial); o desfile-bomba da Tradição (que fez uma versão piorada do histórico desfile de 1994, com um abre-alas idêntico, alegorias velhas e caídas, desânimo total); a não-transmissão do desfile da Caprichosos (que embarcou na onda da picuinha entre seu presidente e a empresa transmissora do desfile).

Mas houve momentos bons também. A garra da Arranco, que tem um bom samba, mas poucas condições; o desfile perfeito e animado da São Clemente (na minha opinião, a grande favorita ao título); a superação da Império da Tijuca, que foi a grata surpresa do desfile.

Amanhã, devo comentar o primeiro dia do Grupo Especial.

16.2.07

OSCAR 2007: "CARTAS DE IWO JIMA"



Dando prosseguimento à série sobre o Oscar 2007, escrevo hoje sobre Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood.

Se A Conquista da Honra, que relata o lado americano da famosa Batalha de Iwo Jima, retratou a vitória como um espetáculo e pretexto para propaganda, Cartas de Iwo Jima retrata o lado japonês de forma mais poética. O lado dos que perderam a guerra é contado através das cartas que soldados escreveram para suas famílias e, que por motivos de segurança, passavam por uma espécie de censor dentro das trincheiras. O general, que conhecia o lado adversário pois vivera nos Estados Unidos durante algum tempo, é o lado sábio do Exército Imperial, e é difícil não simpatizar com ele, mesmo lutando pelo Eixo.

Diferente do "lado americano", neste filme a Batalha é mostrada de forma mais crua e realista, e algumas cenas que aparecem num filme são vistas em outro num ângulo diferente. A película é interessante por mostrar um lado da guerra que poucos conhecem - e que os inimigos cumpridores de ordens também têm a quem sustentar. Os próprios japoneses também aprendem isso, de forma contundente.

Indicações: Melhor filme, direção (Clint Eastwood), roteiro original e edição sonora

15.2.07

OSCAR 2007: "A CONQUISTA DA HONRA"


Continuando a série sobre o Oscar 2007, falarei hoje sobre o filme A Conquista da Honra, de Clint Eastwood.


O filme conta sobre os bastidores da fotografia mais famosa da Segunda Guerra Mundial - a tirada durante o finco da bandeira norte-americana na ilha japonesa de Iwo Jima - segundo a visão dos soldados que lá estiveram. Mostra o quanto uma imagem pode valer mais que mil palavras... e também o quanto pode valer tão pouco para outras pessoas.


Através de imagens da guerra em flashbacks e do drama dos que voltaram da guerra e se sentiram joguetes nas mãos dos que mandam, o filme evidencia algo atual: não importa o quanto se luta em uma guerra, sempre haverá poucas coisas do que possa se orgulhar.


Indicações: Melhor mixagem sonora e edição sonora

14.2.07

OSCAR 2007: "A RAINHA"



Dando seqüência à série sobre o Oscar 2007, falaremos sobre A Rainha, de Stephen Frears.

O filme conta a história dos dias seguintes à morte da princesa Diana, e a aparente passividade da família real britânica durante o episódio. Na verdade, havia um choque inevitável entre a tradição funerária (como a recusa do palácio em colocar a bandeira britânica a meio-pau) e os novos tempos, que não aceitavam o que era considerado um desleixo oficial com uma personalidade tão carismática como Lady Di, que era desprezada pela família real nos seus últimos meses de vida. E a produção, graças às grandes atuações do elenco, evidencia o quanto os integrantes reais são humanos, no sentido mais amplo da palavra, apesar de todos os rigores que seus cargos exigem.


Indicações: melhor filme, direção (Stephen Frears), atriz (Helen Mirren), roteiro original, figurino e trilha sonora

13.2.07

A EMBALAR A AVENIDA


Faltando uma semana para a Terça-Feira Gorda, comento os sambas de enredo para o Carnaval de 2007. Os CDs dos hinos das escolas de samba têm alguns altos e baixos, como costuma acontecer - e dá pra tirar muitas coisas boas.

O CD do Grupo Especial, obviamente, tem a melhor produção. É ordenado tradicionalmente de acordo com a colocação de cada escola no ano anterior. Nas primeiras audições, costuma-se gostar de alguns sambas e torcer o nariz para outros, mas as opiniões vão mudando com o passar dos meses e a proximidade da festa. Alguns destaques: os sambas da Porto da Pedra e do Salgueiro, pra mim os melhores do ano; Império Serrano, Grande Rio e a oportuna reedição da Estácio vêm em seguida. Vila Isabel e Beija-Flor também têm belos sambas, mas não se sabe se funcionarão na Avenida. Mangueira, Portela e Mocidade ficam num patamar intermediário. A Unidos da Tijuca não repetiu o bom nível dos anos anteriores. Viradouro e Imperatriz fizeram os mais fracos - mas na Sapucaí a história pode ser outra.

O CD duplo dos Grupos de Acesso A e B tem vários bons momentos, como ocorre há vários anos. No A, organizado aleatoriamente, os destaques são Rocinha, Arranco e Império da Tijuca. No B, organizado de acordo com a ordem do desfile, os melhores foram Unidos de Padre Miguel, Vizinha Faladeira, Independente da Praça da Bandeira e União do Parque Curicica.

No CD do Grupo C, também ordenado de acordo com a ordem do desfile (contando com a participação de duas escolas do Grupo D), destaca-se, mais do que qualquer samba-enredo, a produção caótica e modestíssima, que faz com que as faixas não sejam ouvidas direito por causa da sensação de "picotação" das músicas. Mas vale pelo registro... e pelo esforço.

A VOLTA DOS QUE JÁ TINHAM IDO

Esse é o retorno dos mortos-vivos no mundo da música. Primeiro foi o Queen, depois os Doors. Pra nossa felicidade, esses revivals com jeitão de baile da saudade não duraram muito tempo. Por aqui, o RPM (que também não durou quase nada) e, mais recentemente, os Mutantes. Agora, é a vez do Police, que anunciou seu retorno e apresentações, pela primeira vez, na América do Sul.

Pra esculhambar de vez, só faltam ressuscitar o Lennon e o Harrison e promoverem a volta dos Beatles...

11.2.07

INCLUA A NAÇÃO FORA DESSA!!!

Em seu blog, Ancelmo Gois disse que o assessor do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, falou que ele e a torcida do Flamengo querem a anistia do ex-deputado e ex-ministro José Dirceu.

Sou torcedor do Flamengo e, não, não quero a anistia do Zé Dirceu. Aliás, eu quero é mais que ele se dane. Ele, o Roberto Jefferson e todos os 40 ladrões.

9.2.07

O HORROR, O HORROR



O brutal assassinato por bandidos do menino João Hélio Vieites, de seis anos, na noite de quarta, na Zona Norte do Rio, escancara um assunto obrigatório nos dias de hoje: a "socialização" da bandidagem no nosso cotidiano.

Desde o fim da ditadura militar brasileira, em 1985, os que sofreram nas mãos dos militares durante duas décadas fizeram de tudo para afrouxar as penas criminais no Brasil. A Constituição de 1988, se por um lado trouxe iniciativas louváveis, por outro contribuiu indiretamente para a escalada do crime, como a supressão da prisão perpétua e proibição de criminalização para menores de idade - o Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1991, só piorou essa situação.

Alguns setores da sociedade insistem em colocar na desigualdade social a culpa pela escalada da violência - não só no Rio, mas no Brasil inteiro. Ora, a culpa é da nossa legislação, do Código Penal caduco, da imobilidade de nossas autoridades, da nossa passividade! Sim, nós também temos uma parcela de culpa nesse estado de sítio em que vivemos. Se fôssemos um pouco mais ágeis e votássemos direito, e fiscalizássemos as autoridades (políticas e policiais), a situação não estaria tão feia. Se não esperássemos migalhas (isso ocorre no Rio há duas décadas e meia), se pescássemos ao invés de esperarmos o peixe vir a nossas mãos, seria bem diferente.

O que ocorre no Brasil há 22 anos, desde que o regime militar acabou, é uma versão mais lenta do que aconteceu em 2003 no Iraque, quando o ditador Saddam Hussein foi derrubado pelas forças anglo-americanas - a baderna dos que eram oprimidos, atingindo toda a sociedade. A "brizolização" da política, que colocava o pobre e favelado como herói da sociedade, mostra-se ineficiente e inexplicavelmente usada até os dias de hoje.

Com o que ocorre há tempos, não será suficiente uma nova política de segurança: o brasileiro terá que se reinventar. Discutir a prisão perpétua, a redução da maioridade penal, se possível até a pena de morte (apesar desta não ser do meu agrado). As prisões federais de segurança máxima, novinhas em folha, são boas, porém insuficientes para o combate ao crime. Crimes hediondos exigem isolamento total, o que definitivamente não ocorre nas nossas prisões.

Não basta gritar "Basta!". É hora de agir. Levará tempo, mas valerá a pena.

8.2.07

OSCAR 2007: "O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA"



Continuando a série sobre o Oscar 2007, o texto de hoje é sobre o filme O Último Rei da Escócia, de Kevin Macdonald.

Misturando ficção e fatos reais, a produção conta a história de um jovem médico escocês recém-formado que vai parar em Uganda, e entra por acaso no círculo íntimo do recém-empossado ditador Idi Amin Dada. Durante muito tempo, o médico é o homem de confiança do ditador, até que começa a testemunhar as mais nefastas atitudes do regime, fazendo-o se arrepender amargamente de não ter ido para o Canadá, sua primeira opção.

O tal médico jamais existiu na vida real - serve como apresentador de uma das mais cruéis ditaduras que o Século XX testemunhou. Para se ter uma idéia, uma das mais famosas atrocidades de Amin aparece no filme, e o personagem fictício tem uma participação indireta. Os pontos altos da produção são o seu roteiro bem escrito, visando aproximar ao máximo a ficção do que aconteceu realmente - basta ver o final do longa, quando do seqüestro de um avião que vai parar num aeroporto do país -, a sua fotografia e, principalmente, as suas atuações, que beiram o visceral.

Indicação: Melhor ator (Forest Whitaker)

7.2.07

FUNDO PARTIDÁRIO: AGORA, LIBEROU GERAL!

No fim do ano passado, o STF tinha rompido a cláusula de barreira, que impediria a longo prazo o funcionamento de partidos nanicos, bloqueando-lhes o dinheiro do Fundo Partidário. Ontem, o Tribunal Superior Eleitoral liberou geral: mudou o critério de distribuição do próprio Fundo Partidário, permitindo que partidos nanicos e de aluguel, que elegeram poucos ou nenhum parlamentar, como os PSTUs e PCOs da vida, recebam mais dinheiro para se manterem. Enquanto isso, os maiores partidos receberão menos.

O protecionismo aos minúsculos beira o absurdo! Isso é uma afronta à democracia, pois possibilita que mais partidos ditos "alternativos" e de aluguel, sem uma ideologia ou uma plataforma definida ou que seja de fachada, sejam criados. O ideal seria que houvesse, no máximo, oito partidos num país como o nosso. Na eleição passada, uma quantidade absurda de 29 partidos concorreu a cargos eletivos.

Ao destruir a cláusula de barreira, o STF abriu a porteira para a venda de espaços na política brasileira. Agora, é agüentar as conseqüências - que, podem esperar, serão as mais nefastas possíveis para a democracia.

6.2.07

O MISTÉRIO DOS 27

Por Humberto Baraldi, em www.msn.com.br:

Jovens, músicos, famosos, ricos e com um detalhe comum em suas vidas: todos morreram aos 27 anos. Mera coincidência ou idade da loucura? O que afinal levou à morte de artistas como Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison? A ciência não tem resposta, mas para a numerologia, o número "27" significa a transição de mais um estágio. "Ele marca uma passagem em nossas vidas, o amadurecimento da alma. Nesta época é comum o casamento, as mudanças profissionais e para alguns até a morte física", considera a numeróloga Aparecida Liberato. A especialista revela ainda que a cada nove anos, os indivíduos começam um novo ciclo. "Ter 27 quer dizer que a pessoa está entrando em um terceiro período e o número "3" está relacionado com o divino, ou seja, o encontro com Deus", alerta.

E tenho que conviver com isso até 19 de outubro. Brrrr...

3.2.07

BLOG NOVO NO AR

Blog novo na parada. Em "Contos Íntimos", falarei sobre o erotismo em forma de contos que jamais ousaria contar.

Confira em www.contosintimos.blogspot.com

2.2.07

OSCAR 2007: "PEQUENA MISS SUNSHINE"



Continuando a série sobre o Oscar 2007, escrevo hoje sobre Pequena Miss Sunshine, de Jonathan Dayton e Valerie Faris.

Numa cidadezinha perdida no meio dos Estados Unidos, uma família composta dos tipos mais bizarros que se possa imaginar (o pai palestrante que divide o mundo entre vencedores e fracassados, o avô viciado em heroína, o irmão fã de Nietszche que fez um voto de silêncio, o tio homossexual que tentou se suicidar por causa de uma paixão não-correspondida) circunda a vida de uma menina que sonha em ganhar o tradicional concurso de Pequena Miss Sunshine e se classifica para a fase final deste concurso. Durante sua ida à cidade em que tal decisão será realizada, ocorre uma série de percalços.

Se trata de um dos mais surpreendentes filmes da temporada passada, por se tratar de uma história incomum ocorrida com pessoas comuns - o que pode acontecer com você ou comigo, a qualquer hora do dia. Isso é ajudado pelo roteiro enxuto e, de certa forma, pela Kombi velha e caindo aos pedaços, coadjuvante involuntária da película. Ao contrariar a obsessão paterna pela perfeição a qualquer preço, a história do filme se encarrega de mandar essa tal obsessão às favas.

Pequena Miss Sunshine pode muito bem (por que não?) ser o Crash: No Limite de 2007, o filme independente que surpreende na reta final e ganha o prêmio mais importante do cinema mundial. O que atrapalha é a baixa quantidade de indicações.

Indicações: Melhor filme, ator coadjuvante (Alan Arkin), atriz coadjuvante (Abigail Breslin) e roteiro original

1.2.07

ESPEREMOS QUE SEJA MELHOR. PIOR SERÁ IMPOSSÍVEL...

Começou hoje em Brasília a nova legislatura do Congresso Nacional, com a posse dos deputados e dos senadores. Vamos conferir e fiscalizar as atuações daqueles que colocamos lá, fazendo de tudo para que esse período de quatro anos seja ao menos produtivo para o eleitorado.

E a bagunça veio antes de começar: as seguidas trocas de partido, atendendo aos interesses pessoais dos políticos e de suas novas legendas, são uma mancha no processo eleitoral brasileiro e uma injustiça com os partidos pelos quais esses deputados e senadores foram eleitos. Uma ampla reforma política poderia acabar com isso. Quando eleitos, os políticos deveriam ficar, no mínimo, um ano de seus mandatos nos partidos pelos quais se elegeram. Se saísse do partido, cada político não se ingressaria em legenda alguma até completar um ano de mandato. Se trocasse de legenda antes do tempo estipulado, seria automaticamente cassado.

De todo modo, que esse período seja bom. Já sofremos demais ultimamente.