O desfile das escolas de samba do Grupo Especial não teve grandes novidades em seu primeiro dia. À exceção de uma surpresa aqui ou ali, não houve grandes impactos. Mas os que existiram foram marcantes.
Depois de dez anos fora do Grupo Especial, a Estácio de Sá fez um desfile altamente luxuoso para reeditar o enredo O Tititi do Sapoti, de 1987. Até certo ponto, surpreendente, levando-se em consideração o longo tempo de ausência na elite.
A Império Serrano usou sua história de 60 anos e as inovações que fez como pano de fundo para homenagear aqueles que fizeram a diferença, apesar das dificuldades impostas pela natureza. A sua bateria, como sempre, fez uma apresentação impecável. Mas o desfile, apesar do esforço da comunidade da Serrinha, não teve o impacto esperado - até por causa do samba-enredo, bem inferior ao do ano passado.
A Mangueira fez uma boa apresentação, e a comissão de frente combinada com o pede-passagem causaram boa impressão inicial. Mas a escola fez um desfile um tanto arrastado, depois disso. Como nota negativa, a falha de comunicação que tirou Beth Carvalho do desfile.
A Viradouro fez uma apresentação dentro do esperado, por causa do seu carnavalesco Paulo Barros - como grande destaque, o carro em que a bateria se apresentou até o recuo, quando foi substituída por falsos ritmistas. Mas algumas alegorias foram muito parecidas com as da Unidos da Tijuca em anos anteriores, quando o carnavalesco era o mesmo Barros - por exemplo, o carro que retratava o jogo "Onde Está Wally?". A ala das baianas foi muito parecida com a da Mocidade no ano passado. E o carro do Pinball se parecia com qualquer coisa, menos com mesa de fliperama. De todo modo, a escola de Niterói fez uma apresentação agradável.
Também estreando carnavalesco novo, a Mocidade fez um desfile digno, apesar do tema óbvio e da frieza das arquibancadas, mesmo porque entrou depois da Viradouro. A despeito de a escola ter ficado quase dez minutos parada na Avenida - um dos integrantes do carro abre-alas passou mal e teve que ser retirado pelos bombeiros no meio do desfile - não houve grandes problemas. Apesar de corriqueiro, o enredo foi bem explorado, com destaque para a aparição, no último carro, dos funcionários do próprio barracão, em homenagem aos trabalhadores do Carnaval.
A atual campeã, Vila Isabel, encerrou o primeiro dia com um desfile que lhe dá condições de brigar pelo bicampeonato. O tema foi muito bem explorado (melhor, por exemplo, que na Viradouro) e a animação dos integrantes e o luxo das fantasias deram o tom do desfile. O enredo é uma síntese da própria escola, que falou sobre a metamorfose que ela própria sofreu, depois de um longo período de vacas magras.
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