A segunda noite do desfile das escolas do Grupo Especial teve um nível técnico melhor que o do primeiro, e o resultado que será divulgado amanhã será imprevisível. As escolas se mostraram luxuosas e cheias de animação, no primeiro Carnaval totalmente feito na Cidade do Samba.
A noite começou com o desfile da Porto da Pedra. A vermelha-e-branca de São Gonçalo não fez uma apresentação à altura de seu bom samba-enredo. Se bem que o tema, difícil, não ajudava muito. Apesar do esforço, a escola não ganhou o público.
A Unidos da Tijuca fez o segundo desfile, e mostrou que aprendeu muito com a passagem de Paulo Barros, que lhe deu dois vice-campeonatos. Alguns carros eram claramente inspirados nos desfiles anteriores. O desfile foi bem inspirado, altamente coerente com o enredo sobre a fotografia, com alegorias e fantasias criativas.
O Salgueiro, disposto a apagar a colocação ruim do ano passado, fez um desfile arrasador, um dos melhores do ano. O tema afro resgatou grandes enredos da história da escola. O ótimo samba-enredo emoldurou o brilhante desfile salgueirense, com traços clássicos e de bom gosto, nas fantasias e alegorias. Um desfile perfeito e excelente.
A Portela entrou na Sapucaí com animação, disposta a acabar com o jejum de 23 anos sem títulos - e, pelo que mostrou, tem o direito de sonhar pelo menos com uma vaguinha no Sábado das Campeãs. O tema sobre os Jogos Pan-Americanos foi muito bem-explorado pela escola, que contou com grandes figuras do esporte brasileiro e com alegorias alegres e multicoloridas.
A Imperatriz fez o desfile típico de Rosa Magalhães: técnico. Mas pelo menos foi melhor do que o do ano passado, apesar do péssimo samba-enredo, o pior do Grupo Especial deste ano, na minha opinião. Alegorias de cores vivas e condizentes com o enredo, sobre o mercado de pesca do bacalhau, pontuaram o desfile com brilhantismo.
Logo depois, entrou a Grande Rio, querendo o título que lhe escapou por pouco no ano passado. O enredo foi a sua terra natal, a cidade de Duque de Caxias. O desfile foi bom, porém mais morno que o esperado, pois a escola conta muito com a força da comunidade. De ruim, o fato de o carro abre-alas ter pego fogo depois de deixar o desfile, nos arredores da Passarela do Samba.
Encerrando o desfile, a Beija-Flor mostrou por que é a líder do ranking da LIESA, combinando técnica com emoção, além do enredo bem-explorado pela Comissão, que o conduziu com competência. Mais uma vez, a força da comunidade nilopolitana deu o tom da escola. A agremiação terminou o desfile com o dia já amanhecendo, raiando o "Sol da liberdade" do ótimo samba.
Desfiles consumados, cabe a pergunta: quem leva? Pra mim, o título fica entre Salgueiro e Beija-Flor, com Viradouro e Vila Isabel correndo por fora. E quem cai? Não faço idéia, pois os desfiles foram ótimos. Duas escolas sofrerão a degola, e não arrisco em apostar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário