O mundo anda passando por maus bocados. Nas últimas semanas, houve grandes tragédias de ordem natural. Em Mianmar, no Sudeste Asiático, um ciclone matou cerca de 80 mil pessoas. Na China, um terremoto de quase oito graus na escala Richter atingiu o centro do território, causando um verdadeiro massacre.
Esta última ocorrência não foi trágica apenas por causa do seu largo número de mortos (cerca de 32 mil, de acordo com números oficiais), mas por causa da política governamental do filho único, imposta para tentar conter o crescimento populacional da China, o país mais populoso do planeta, com mais de um bilhão de habitantes. O desastre ocorrido em pleno horário escolar ceifou as vidas de milhares desses filhos únicos de famílias chinesas. Mas há outro aspecto que contribui para que a situação fique ainda mais desastrosa que o habitual.
Recentemente, a China se envolveu numa polêmica ao reagir com violência a protestos de monges tibetanos. Num ano em que a capital do país sedia os Jogos Olímpicos, tal fato não poderia ocorrer em momento mais impróprio. O governo do país acusou a mídia internacional de manipular informações com o intuito de sabotar as Olimpíadas e prejudicar a imagem do país perante o mundo inteiro - algo em que a população chinesa, cuja respiração parece ser estatal, parece ter acreditado cegamente. Agora que uma tragédia natural ocorre em seu território, os governantes chineses aceitam ajuda de outros países, algo que não ocorria desde 1949. Com restrições, visto que os passos dos jornalistas estrangeiros são seguidos constantemente. Pelo visto, a tragédia "artificial" parece querer superar a natural a todo e qualquer custo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário