21.11.11

Um mês se passou, e nada mudou






Sei que ando abusando um bocado dos períodos sabáticos que me imponho aqui neste cantinho. Mas as obrigações profissionais, a falta de inspiração para escrever e o excesso de informações, é necessário admitir, atrapalham um bocado a atualização constante deste blog, o que faz com que eu acabe passando por aqui só de vez em quando. Contudo, o fato é que, ao contrário do que costuma ocorrer no mundo virtual, as coisas nada mudam no mundo real, não importa o tempo que passe, se são duas ou três semanas ou mesmo um mês.

Um exemplo? Simples. A chamada Primavera Árabe, que desde o começo não dava a mim muita confiança de que desse certo, ainda que fosse louvável a tentativa de democratização de sociedades acostumadas a séculos de ditaduras e tiranias de toda espécie. Apenas na Tunísia, a meu ver, é que as coisas parecem estar caminhando - com restrições, que fique bem claro. Na Líbia, desde o assassinato do ex-ditador Muammar Kadafi, não há expectativas de que ocorra uma maior laicidade no processo transitório, o que dá a impressão de que a OTAN, que se esforçou tanto (ou mais) para derrubar o antigo regime líbio quanto para conter o genocídio de kosovares causado pelo iugoslavo Slobodan Milosevic em 1999, comprou gato por lebre desta vez - a morte de Kadafi foi uma boa mostra do que o novo regime líbio promete ser. Na Síria, o regime de Bashar al-Assad não se cansa de tocar o terror em sua própria população. No Barein e no Iêmen, o clima segue tenso, apesar de não terem mais tocado no assunto ultimamente. E no Egito, o "novo" regime - que sucede provisoriamente (pelo menos é o que dizem) o do ex-ditador Hosni Mubarak - parece lembrar bastante o anterior, até mesmo na paranoia e na perseguição a minorias, inclusive cristãos coptas. Se bem que os egípcios desconhecem a democracia desde a época dos faraós...

Enfim, é isso. Até o próximo texto, que pode ser tanto amanhã quanto só no mês que vem. A única coisa certa é que nada vai mudar, só pra variar.

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