16.4.12

Coraçã de estudanta

Quando Dilma Rousseff assumiu o cargo de presidente da República, o consenso geral era de que as mulheres, enfim, tinham sua vez de mandar nos mais importantes segmentos do país. Nada mais natural, portanto, que houvesse um momento de afirmação feminina. Mas o tempo passou e esse momento de afirmação, convenhamos, começa a gerar momentos que beiram o ridículo.

Desde o governo Lula, tramitava no Congresso um projeto de lei que obrigava a flexionar gêneros sexuais nos diplomas. O projeto foi aprovado e sancionado pela presidente Dilma na semana passada. Ou seja, não bastasse chamarem Dilma de "presidenta" (o que existe na língua portuguesa, apesar de ser influência da língua espanhola, mas trata-se de uma violência aos nossos ouvidos), estão liberadas formas como "bacharela", como podem ler aqui.

Falo não só como cidadão, mas também como formado em Português: tal medida é uma perda de tempo, que não resolve nada e ainda atrapalha, como grande parte das leis aprovadas no Brasil. E o pior é que isso não é novidade nenhuma, no que se refere a violentar o idioma nacional: o governo, nos últimos anos, demonstra tolerância com erros de ortografia e pronúncia, como podemos relembrar neste texto. Basta recuar mais um pouco no tempo para que lembremos da quase censura a livros de Monteiro Lobato. Não demorará muito e queimaremos livros em praça pública. Posso estar exagerando, mas as circunstâncias me levam a isso.

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