21.3.06

TRÊS ANOS DE EQUÍVOCO


Nesta semana, fez-se três anos da invasão do Exército dos Estados Unidos (com a ajuda da Grã-Bretanha) ao Iraque, sob o pretexto de achar as armas de destruição em massa que estariam em posse do regime de Saddam Hussein. Três anos se passaram e a situação, além de não ter se resolvido, ainda piorou com a iminência de uma guerra civil entre sunitas (etnia de Saddam, minoria no país) e xiitas (maioria que era oprimida pelo antigo governo).

A invasão anglo-americana ao menos trouxe uma vantagem: a deposição de Saddam Hussein, que estava no poder havia 24 anos (de 1979 a 2003). Mas as tais armas de destruição em massa (a principal motivação da invasão) jamais foram achadas. Pior, os governos admitiram ter inventado essa história para invadir o país, sem que tivesse um planejamento viável para conter as animosidades entre as etnias do país (ainda há os curdos, também vítimas de Saddam, que se concentram no norte do país). Resultado: assim que as tropas invadiram o país e Saddam foi deposto, a anarquia se instalou no Iraque e, principalmente, na sua capital Bagdá. Grande parte do seu sítio arqueológico (um dos maiores do mundo) foi destruído por vândalos, sem que as tropas fizessem algo para impedir.

O perigo de uma guerra civil, igual ou pior do que a que atingiu o Líbano, de 1975 a 1990, é real. E não existem esperanças de que algo possa mudar para evitar essa tragédia. As tropas são amplamente combatidas por rebeldes; seqüestros, atentados e assassinatos são cometidos a torto e a direito; há protestos em todo o mundo (notadamente nos Estados Unidos) contra a chamada ocupação... Essa combinação explosiva desgasta cada vez mais o governo norte-americano. E não há escapatória para casos como esse.

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