Há anos, a pirataria atormenta as autoridades por representar uma "opção" de vendas às custas de não-pagamento de impostos e baixa qualidade dos produtos. Ou seja, uma forma de contravenção, com o agravante de ter se tornado uma grande fonte de renda do crime organizado, mais até do que o tráfico de drogas - pelo motivo de, diferentemente deste caso, acarretar no consumo de produtos que "não fazem mal". Entretanto, o resultado é o mesmo.
O Brasil é um dos líderes mundiais no consumo de produtos piratas. Até aí, nenhuma novidade. O grave disso é que a população vê a pirataria como algo comum e até como forma de protesto contra os altos preços (para grande parte dela) dos produtos oficiais. E quando o produto oficial ainda nem foi lançado? Isso acontece muito no cinema, com o lançamento de DVDs "oficiosos" de filmes de potencial sucesso. O que ocorreu, aqui no Brasil, com Tropa de Elite, de José Padilha.
O filme se tornou um grande sucesso ao vazar em DVDs piratas pelas ruas do Rio, tornando-se um grande sucesso antes mesmo de ser lançado nos cinemas - o que rendeu suspeitas de que se tratava de uma campanha de marketing, rechaçadas pelo diretor. De todo modo, não se sabe se esse boca-a-boca todo se refletirá em estouro de bilheteria. Tudo indica que sim: no Festival do Rio deste ano, o filme será exibido em uma única sessão aberta ao público, às 23:45 de sexta-feira, numa sala de Botafogo. Os ingressos se esgotaram em menos de duas horas. Só resta esperar o dia 12 de outubro, quando o filme estréia nos cinemas.
De qualquer maneira, a pirataria não é recomendada a ninguém. Além daqueles motivos todos já ditos e repetidos (diminuição de empregos, prejuízo aos produtores e artistas etc.), há o problema de financiamento ao crime. Ou seja, o consumidor de produtos piratas se equivale ao viciado que vai comprar drogas na boca-de-fumo da esquina. Penso da seguinte forma: se o produto original estiver caro, prefiro não comprar. Ou juntar dinheiro pra comprar depois.
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