O ataque do Exército israelense a um navio de uma ONG turca que supostamente levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza levanta uma questão interessante: o conflito israelo-palestino é uma coisa absolutamente previsível. Afinal, pra ser vitimado e posar de mártir pro mundo inteiro é simples: basta tentar desafiar (com direito a furar um bloqueio marítimo) um país bom de defesa, mas péssimo em autopropaganda. Daí em diante, é só deixar rolar.
Como se esperava, protestos contra a defesa de Israel rolaram mundo afora. Um desavisado qualquer poderia facilmente culpar a "reação desproporcional" dos israelenses - mas o fato é que muita coisa precisa ser percebida para que não tiremos conclusões precipitadas. A tal ONG (sobre a qual pairam suspeitas de aliança com o Hamas e até com a Al-Qaeda) dizia querer levar ajuda humanitária a Gaza, mas estavam prontos para combater os soldados que certamente bloqueariam o navio, com algumas armas, digamos, "amadoras" - além disso, os ongueiros resistiram ao máximo ao bloqueio, chegando a agir com violência em vários momentos. Evidentemente, os soldados reagiram ao ataque - estima-se que dez integrantes do navio tenham morrido na ação.
Pelas circunstâncias da ação, é evidente que os integrantes do navio queriam ser vistos como vítimas: seria muito mais fácil chegar a Gaza pela fronteira com o Egito, e à luz do dia. O pior de tudo é que a ajuda pode ter sido desnecessária: Israel diz que distribui diariamente mantimentos ao território palestino, por ele deixado em 2005 e usado pelos terroristas do Hamas desde então para atirar foguetes ao sul do país vizinho. Mas, como disse no início deste texto, Israel é um país bom em se defender, mas péssimo em fazer propaganda de si mesmo.
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