O anúncio, pelo governo dos Estados Unidos, da morte do líder do grupo terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, causou uma sensação geral de alívio momentâneo e várias comemorações pelo território norte-americano - principalmente na cidade de Nova Iorque, a mais atingida pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Mas há que se convir que demorou um bocado de tempo, gastou-se muito dinheiro e muitas vidas foram perdidas para que essa missão fosse cumprida pelas Forças Armadas norte-americanas. O cumprimento dessa missão tem um valor mais simbólico do que qualquer outra coisa, já que Bin Laden já não tinha mais a força intimidatória que exibia há dez anos. Além do mais, o terrorismo não morreu com Bin Laden. Pelo contrário: ele segue mais assustador do que nunca.
O curioso é constatar o que ando lendo por aí: o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi eleito em 2008 com a intenção de diminuir o ritmo das guerras em que o país anda envolvido há quase uma década. Isso não só não aconteceu como se intensificou: ao Afeganistão e ao Iraque, juntou-se a Líbia ao conjunto de fronts de batalha, e a prisão de Guantánamo (de onde saem várias acusações de violações aos direitos humanos) segue funcionando a todo vapor. Fosse o presidente um republicano qualquer, haveria protestos violentos mundo afora. Como é o democrata Obama, sua reeleição está praticamente garantida um ano e meio antes do pleito. Vá entender.
Além disso tudo, há uma história mal contada a respeito da morte de Bin Laden: a falta de imagens que comprovem a materialidade do ato. Assim como seu suposto funeral, com seu corpo jogado ao mar depois de "tratado de acordo com as práticas islâmicas". Que o governo norte-americano pise em ovos, é até compreensível. Mas não precisava passar essa imagem de frouxidão para o mundo inteiro ao dar um funeral digno ao terrorista-mor. O que o atirador de Realengo queria, ironicamente, Bin Laden acabou conseguindo.
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