A ex-senadora e candidata à presidência da República no ano passado, Marina Silva, anunciou ontem sua saída do PV, sob a argumentação de que encontrou no referido partido o mesmo pensamento fisiológico que havia encontrado no PT, de onde saíra em 2009. No seu ato de desfiliação, Marina afirmou que não é hora de ser pragmático em relação à política, mas "sonhático" - referindo-se a um pensamento seu sobre o futuro, ou seja, a possibilidade de se candidatar novamente à Presidência, em 2014.
Ora, bolas: fisiologismo existe em todo lugar e em todo partido político, não tem jeito. Como todo cidadão, eu também gostaria de ter à minha escolha partidos que fossem coerentes o tempo todo. Mas isso não existe. Se Marina se filiar, por exemplo, ao PSOL, certamente encontrará lá o mesmo fisiologismo que viu no PT e no PV. Se ela conseguir fundar um novo partido, será questão de tempo para que a agremiação sofra disso também. Isso não é bom por dar brecha a interesses escusos, mas acabou sendo comum na política brasileira.
Grande parte disso é culpa de própria lei eleitoral brasileira, que obriga os candidatos a serem filiados a partidos políticos pelo menos um ano antes da eleição. A liberação de candidaturas independentes, sem interferência ou influência direta dos partidos, seria o ideal. Assim, o eleitor teria mais e, quem sabe, melhores opções para fazer suas escolhas. Mas, enquanto isso não acontece, ficamos dependentes da cultura partidária. A políticos como Marina Silva, que buscam um mundo perfeito e sem males enquanto se consagram basicamente entre votos de protesto e que buscam um terceira via (como foi o meu caso), então, só restará... sonhar.
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