30.8.07

TELESPECTADORES MAIS DESESPERADOS AINDA


Estreou neste mês o seriado Donas-de-Casa Desesperadas, da RedeTV!, versão da premiada série Desperate Housewives, que conta a história de quatro vizinhas que vivem suas vidas, enquanto se recuperam do choque de perder uma quinta vizinha que se suicidou por um motivo misterioso (as duas primeiras temporadas da série foram exibidas pela mesma emissora). Esperava-se que, mesmo com a inexperiência da emissora em dramaturgia, essa versão em português (repetindo uma tendência existente nos vários países em que ela é exibida, tanto que ela é gravada na Argentina) se marcasse pelo esmero na produção.

De certa forma, a versão segue fielmente o original, com bons cenários e roteiro traduzido. E é exatamente esse o problema: a versão é fiel até demais! O roteiro não é adaptado à realidade brasileira - ou seja, o fictício bairro de Arvoredo (Wisteria Lane no original) ficou parecendo um consulado norte-americano mais estendido. Nem a Barra da Tijuca, com seus condomínios fechados, se assemelha tanto a um típico bairro californiano ou nova-iorquino, ou mesmo do rico interior ianque, quanto Arvoredo. É irritantemente igual ao original: casas sem muro, velórios em casa e com lanchinho, e carros zero a rodo. Um bairro de milionários sem igual em território brasileiro.

Como não tenho TV por assinatura em casa, foi por sinal aberto que acompanhei as duas primeiras temporadas da série original, todo domingo à noite. Quando soube que a RedeTV! iria co-produzir com a Disney uma versão própria, fiquei curioso pra saber como iria ficar - já sabia que outras versões haviam sido produzidas em outros países, notadamente os sul-americanos. Assisti ao primeiro episódio e, sinceramente, nem tive vontade de assistir ao segundo. Era tudo idêntico ao original! Parece que o primeiro episódio da série original estava sendo reprisado; até mesmo o truque do telefone do Papai Noel (com Felicity Huffman lá, e Tereza Seiblitz cá - aliás, ela é uma das poucas coisas que se salvam na versão tupiniquim) com as crianças pentelhas estava presente.

Os atores secundários (jovens e crianças), aliás, são um capítulo à parte. Como a emissora parecia não ter cacife para fazer testes, contratar e hospedar atores novatos mirins em Buenos Aires, ela optou por usar argentinos e dublá-los... O resultado ficou bem esquisito. Parece um híbrido de versão nacional com dublagem de série estrangeira.

Se tem uma coisa para que Donas-de-Casa Desesperadas possa servir, é para que os que não viram a primeira temporada (ou seja, pegaram o bonde andando) possam se inteirar da história. Não muda nada. A mim, só resta esperar a terceira temporada do original, que só passa em sinal aberto no ano que vem.

Um comentário:

patricia m. disse...

Eita, eu prefiro a versao original dos enlatados, sao sempre melhores. Copia (quase) sempre eh um lixo.

Depois que Os Sopranos acabou aqui, so assisto South Park e Lil Bush. Desenhos animados hilaaaaaarios da Commedy Central. Para quem gostava de Beavis e Butthead na MTV, veeelhos tempos, bons tempos...