29.12.07

MAKTUB



A palavra acima significa "estava escrito" em árabe. Não sei se ela é usada também no idioma urdu, mas expressa com perfeição o que ocorreu no Paquistão nesta quinta-feira, com o assassinato da ex-primeira-ministra do país e principal líder da oposição paquistanesa, Benazir Bhutto.

A primeira mulher a alcançar a chefia de Governo em um país de maioria muçulmana foi vítima de um atentado, o segundo em que ela era o alvo desde seu retorno do auto-exílio, que adotou ao ser acusada de corrupção durante o exercício do poder. De todo modo, apesar das desconfianças, ela era um ponto de equilíbrio e confiança na luta contra o terrorismo internacional - candidatava-se novamente ao posto, nas eleições que serão realizadas no Paquistão, no início do próximo ano.

Suspeita-se tanto do grupo terrorista Al-Qaeda, quanto do atual líder do país, Pervez Musharraf - aliado dos Estados Unidos na região, mas considerado vulnerável numa nação em que a animosidade parece brotar em todos os lados. Afinal, o Paquistão faz fronteira com Irã e Afeganistão, e desconfia-se que Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, esteja escondido nas grutas do país. Desde sua independência, há sessenta anos, o Paquistão é inimigo declarado da Índia, com quem faz uma corrida nuclear de conseqüências imprevisíveis, e disputa o território da Cachemira. Além disso, não faz muito tempo, Musharraf fez uma transição extremamente conturbada da vida militar à civil, bloqueando o Congresso e reprimindo violentamente as manifestações contrárias a seu governo, que recebe bilhões de dólares dos norte-americanos sem conseguir ser eficaz no combate ao terrorismo. O assassinato de Benazir Bhutto é mais um capítulo dessa história trágica - e que deverá fazer o barril de pólvora explodir de vez.

Um comentário:

Frodo Balseiro disse...

Daniel
Que 2008 tenha menos malucos, islamicos ou nao!
Feliz Ano Novo!
Frodo