1.12.07

TV BRASIL: UMA EMISSORA QUE NÃO PODEMOS DEIXAR DE DESSINTONIZAR



Oito horas e meia antes do início oficial das transmissões em sinal digital da televisão no Brasil, entrará no ar neste domingo, às doze horas, a pretensa TV pública brasileira. Algo que, segundo o governo Lula, será nos moldes da britânica BBC. Em algumas cidades, como o Rio de Janeiro, a emissora (Empresa Brasileira de Comunicações, ou simplesmente TV Brasil) substituirá a TV Educativa, no canal 2. A emissora carioca foi fundida com a estatal Radiobrás. No seu início, sua programação terá praticamente apenas programas da TVE e da TV Nacional de Brasília, além de alguns programas da TV Cultura de São Paulo.

Como já se desconfiava por causa de tanta onda pra criar uma emissora de TV - cujos índices de audiência certamente não passarão do traço, como ocorre há tempos com as emissoras já citadas - gastando milhões de reais de cofres públicos, a confusão reina na TV Educativa (emissora com quase 40 anos de história e que, mal ou bem, tinha uma programação ao menos digna, com atrações premiadas no país e no exterior) poucos dias antes da sua extinção. Há acusações de censura velada a opiniões que possam contrariar o governo. Além disso, altos executivos da emissora pediram demissão, criticando a forma com que estão tratando a criação da TV Brasil, com direito a um conselho em que só há um especialista no assunto (o consagrado José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, que certamente embarcou numa canoa furada) - este conselho é altamente, como dizer?, eclético, com figuras como o rapper MV Bill e a carnavalesca Rosa Magalhães, entre outros.

Já tinha percebido que coisa boa não sairia quando contrataram para chefiar a emissora a jornalista Tereza Cruvinel (autora de artigos notoriamente pró-governistas), além de Helena Chagas (aquela do caseiro) e do ex-governador paulista Cláudio Lembo (crítico da "elite branca" quando estava no poder). Antes disso tudo, já havia sido nomeado ministro da Comunicação Social o também jornalista Franklin Martins. Mas vejo que a tendência é piorar daí pra frente. Mesmo porque, como já tinha dito, serão jogados milhões e milhões de reais de dinheiro público pelo ralo, para fundar e manter no ar uma emissora de TV pública (e estatal, o que é totalmente incompatível) que pouquíssimas pessoas irão assistir.

2 comentários:

Blogildo disse...

Como diria o Capitão Nascimento?
- Nunca será igual a BBC! Nunca será! Jamais será!

João Batista disse...

Dada a falta de programação original, fica evidenciado claramente que não havia demanda ululante pela tal programação pública etc.e tal. Se é para formar cidadãos críticos, fica evidente que não havia ninguém preparado para executar a tarefa. Enfim, tem-se um pretexto que se desmascara pela falta de planejamento e demora na execução de um suposto plano agora comprovado falso.