Bastou o Exército sair do Morro da Providência que (surpresa!) o tráfico está de volta. Com esse previsível desfecho, encerra-se a patética história do Cimento Social do senador Marcelo Crivella, estrategicamente usado como parte das obras do Programa de Aceleração do Crescimento na cidade do Rio de Janeiro. Pior, usando o Exército como cabo eleitoral do senador e candidato do PRB à prefeitura do Rio.
Com essa desastrosa soma de fatores (somados, evidentemente, ao crime cometido por alguns militares contra moradores da favela, do que a retirada foi conseqüência direta), perde todo mundo: o governo federal, mais uma vez envolvido com um caso de troca de favores; o senador Crivella, que vê sua candidatura desgastada antes mesmo de sua campanha começar; o governo do estado, com este fracasso na segurança pública; as Forças Armadas, com um de seus mais graves casos pós-regime militar; e principalmente os moradores da Providência, que ficam a ver navios depois de terem a esperança de melhorarem de vida mais uma vez solapada pela incompetência do poder público. Só quem ganhou, para variar, foi a bandidagem, que teve de volta um terreno fértil para tomar conta.
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