16.9.09

UM GIRO DE 360 GRAUS



Quando foi eleito presidente dos Estados Unidos, há cerca de dez meses, Barack Obama carregava as esperanças do mundo inteiro (que parecia ignorar o fato de ele ter sido eleito presidente dos Estados Unidos, não super-herói do planeta) de que, enfim, as guerras se acabariam e a economia, enfim, voltaria a entrar nos eixos. Passados quase oito meses de sua posse, porém, o que se vê é apenas a confirmação de que o cargo de líder da maior potência da Terra é altamente imutável - a série de obrigações dada a um chefe de Estado e Governo não muda de uma hora para outra.

A demora para se recuperar da maior crise econômica em oito décadas, maior que a média dos outros países (até o Brasil, aos poucos, começa a se recuperar da "marolinha" tsunâmica), acaba sendo o de menos quando constatamos o atoleiro em que as tropas norte-americanas se meteram no Iraque e no Afeganistão. Neste último, então, as coisas ficaram bem complicadas: o recrescimento da milícia Talibã e as tumultuadas eleições presidenciais no país (em que o presidente Hamid Karzai enfrenta acusações de fraude para se reeleger) são grandes problemas que Obama e sua equipe têm que enfrentar. Porém, sempre pode piorar: é previsto o envio de mais tropas ao país, o que causa uma grande polêmica entre os próprios democratas, por contrariar uma promessa de campanha do atual presidente. Todo esse estado de coisas provoca uma enorme queda de popularidade de Obama, maior até mesmo que a sofrida por George W. Bush nos primeiros meses de seus dois mandatos, em 2001 e 2005.

Enfim, conclui-se algo que já se sabia há muito tempo, mas não custa nada lembrar: não existem salvadores da pátria. Mas a Humanidade parece fazer sempre questão de se esquecer deste pequeno detalhe, sempre se decepcionando com quem sempre se espera uma atitude rápida e redentora.

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