O mega-apagão que atingiu grande parte do país na noite de ontem (em algumas localidades, a luz só foi voltar por cerca de três horas da manhã) é, vejam só, apenas uma consequência do imenso jogo de interesses do governo. Não se sabe se realmente foi causado por problemas climáticos em Itaipu, mas o fato é que o Ministério das Minas e Energia mostra-se pouco convincente no caso.
O ministro Edison Lobão, como sabemos desde o ano passado, está ocupando o cargo unicamente para agradar ao PMDB (leia mais aqui), que apoia o governo e busca ser - mais uma vez - o fiel da balança nas eleições presidenciais de 2010. Não é apenas isso: a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff (que passou por Furnas) havia assegurado que não haveria apagão no país. O mais patético disso tudo é ter que ouvir (mais de populares, embora isso seja corroborado pelo governo) que isso ocorreu devido ao "aquecimento da economia causado pelo aumento do consumo de eletrodomésticos" ou coisa parecida, além do amontoado de informações desencontradas sobre a origem da queda de luz, como problemas em Itaipu ou Furnas ou o desligamento simultâneo de três linhas de transmissão de energia por causa de tempo ruim, o que não foi confirmado até agora. Uma dessas três linhas passa pelo estado de São Paulo - o que dá margem a inúmeras teorias da conspiração, que nem merecem ser consideradas.
Esse foi o terceiro grande blecaute a atingir o Brasil em dez anos, o que nos causa grande preocupação - visto que, além disso, temos graves problemas em aeroportos, e o Brasil sediará as duas mais importantes competições esportivas mundiais na próxima década. Nos dois apagões anteriores, havia a desculpa da falta de água para fazer as hidrelétricas funcionarem. Mas, e agora? Qual será a desculpa: condições pluviométricas ou falta de competência para lidar com situações de alto risco? (Houve figuras que culparam, imaginem, o... azar. Com pessoas assim, quem precisa de inimigos?)
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