18.1.10

O MAIS CIVILIZADO DOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS



Não é novidade pra ninguém que o Chile é o país que mais cresce na América Latina - tanto economicamente quanto politicamente. Vinte anos depois do fim da ditadura de Augusto Pinochet, uma das mais longas e sangrentas da região, o país banhado pelo Oceano Pacífico vem mantendo índices significativos de desenvolvimento, o que influi na qualidade de vida da população. Na política, os chilenos mostram que não embarcaram na onda populista que anda varrendo o território latino-americano nos últimos anos. Neste domingo, o empresário Sebastián Piñera, opositor da presidente Michelle Bachelet, foi eleito presidente no segundo turno, derrotando o candidato da situação, o ex-presidente Eduardo Frei (1994-2000), penúltimo antes da posse de Bachelet - não há reeleição no Chile.

Piñera é o primeiro político de origem conservadora a ser eleito presidente do Chile desde o fim da Era Pinochet (1973-1990) - Frei e Bachelet, além dos ex-presidentes Patricio Aylwin (1990-1994) e Ricardo Lagos (2000-2006), tinham tendência de esquerda. O presidente eleito tinha perdido para a própria Bachelet nas eleições de 2006. Os quatro presidentes do país nos últimos 20 anos seguiram à risca a política econômica aplicada nos últimos anos da ditadura, fazendo com que o país tenha crescimento vigoroso - algo parecido com o que ocorre aqui no Brasil, em relação às políticas econômicas dos governos FHC e Lula. Ao contrário do que poderá ocorrer por aqui, porém, a sucessão acabou sendo até de certa forma tranquila e civilizada.

Michelle Bachelet não se intrometeu na sucessão presidencial. Sabe que fez um bom governo e que a população lhe será grata, tanto que tem índices altíssimos de aprovação. Mesmo assim, o eleitorado chileno não considerou sua administração perfeita (nenhuma é, dizendo a verdade) e elegeu um opositor como seu sucessor. Como diz Orlando Tambosi, venceu a democracia. Isso serve de exemplo para o eleitorado brasileiro, que irá às urnas em outubro e precisa agir de acordo com a sua consciência. O grande temor, porém, é que o governo atual acabe influindo na eleição, não querendo largar o osso de jeito nenhum. Basta lermos o texto abaixo para que se tenha uma ligeira ideia do que digo.

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