Duas semanas depois de sua estreia nos cinemas, o filme Lula, o Filho do Brasil, dirigido por Fábio Barreto, não vem levando tantos espectadores aos cinemas como o esperado. Mesmo com números maiores que um lançamento comum (pouco mais de meio milhão de pessoas foram às salas assistir à produção até o momento), eles vêm sendo decepcionantes, levando-se em consideração que trata-se de uma superprodução, que estava coberta de expectativa e, acima de tudo, muitas pretensões - como a de, pelo menos, chegar perto da bilheteria obtida por 2 Filhos de Francisco: A História de Zezé di Camargo e Luciano (2005), de Breno Silveira (um filme semelhante em sua estrutura), que era a maior da chamada Retomada até o ano passado, com cerca de seis milhões de ingressos vendidos - foi ultrapassado em 2009 por Se Eu Fosse Você 2, de Daniel Filho. O alto carisma do presidente Lula, cuja história é em parte contada na película (embora o foco maior, até para tentar atrair alguns antilulistas, seja na mãe do então líder sindical, interpretada pela mesma Glória Pires do sucesso do ano passado), era um grande trunfo para atrair espectadores. Porém, não é isso o que se vê. Por isso, produtores e lulófilos tratam de se mexer para evitar o desastre - ou, pelo menos, evitar um prejuízo maior.
Sindicatos querem levar de graça seus afiliados aos cinemas para turbinar os números, emissoras de TV fazem merchandising do filme em seus programas (afinal de contas, como coprodutoras, não querem pagar um mico histórico), prefeitos e deputados governistas planejam massificar a exibição do filme levando-o a telas provisórias no interior do país. Mas o fato é que a alta popularidade do presidente da República não chegou aonde os cinemas estão, ou seja, pelo visto a classe média não se interessou em assistir a essa produção que chegou às salas fora de hora, em pleno ano de eleição. Faria mais sentido se estreasse em novembro, só depois das eleições presidenciais. Lançado nove meses antes (há planos de o DVD ser vendido a preço popular ainda em agosto ou setembro, isto é, em pleno calor da campanha), é encarado como peça de campanha política ou de culto à personalidade - algo apenas visto em regimes ditatoriais.
As críticas sobre o filme são divididas - algumas elogiam as atuações nele presentes, outras criticam os exageros nele contidos. Fica entre a homenagem e o messianismo. Mas não dá pra não associar a superprodução à campanha presidencial deste ano. Afinal, a pré-candidata da situação, Dilma Rousseff, anda precisando de uma certa ajuda. E as chances dela se eleger parecem depender do sucesso do filme, custe o que custar.
Um comentário:
Claro que eles estao apelando!!!! Nunca antes nesse pais alguem apelou tanto!!!!
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