Antes de mais nada, gostaria de pedir desculpas pela falta de atualização deste blog. É que a ocupação do trabalho, somada à absoluta lerdeza do computador de casa (sim, ele está de volta, mas ainda irritantemente lento), impedem que eu comente os fatos do mundo mais constantemente. Só agora consegui tempo para falar sobre a crise política presente no mundo árabe, mais exatamente no Egito. Consequência direta da derrubada do governo na Tunísia, que durava 23 anos. Hosni Mubarak, o líder egípcio, está no poder há 30 anos (desde o assassinato do então presidente Anwar Sadat) e anunciou que não concorrerá à reeleição este ano.
Como sabemos, ditaduras não são boas em hipótese alguma. Ainda mais as que duram décadas. Por isso é salutar a necessidade de democracia no mundo árabe, tão repleto delas. Porém, é preciso tomar cuidado com a tendência da região de apenas trocar uma ditadura por outra. Países de maioria muçulmana não são exatamente conhecidos por suas histórias democráticas, como sabemos. Mesmo os mais democráticos, como Líbano e Turquia, dão suas escorregadas de vez em muito. Por esses motivos, é necessário tomar cuidado, mesmo com os justos anseios por democracia demonstrados pela população egípcia.
Grande parte do mundo árabe aderiu e faz protestos contra seus respectivos governos em vários outros países, como Iêmen e Jordânia. O que faz a nós, brasileiros, sentir uma certa inveja deles. Ontem mesmo, José Sarney (PMDB-AP) foi mais uma vez eleito presidente do Senado, mesmo depois dos atos secretos jamais terem sido esclarecidos. Tivesse a população brasileira um centésimo do amor-próprio que os egípcios demonstram, as coisas seriam bem diferentes por aqui. Algo parecido com o que ocorreu em 1992, por exemplo. Mas isso não anda interessando muito à UNE no momento.
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