19.8.11

Se os palestinos querem terra, que deem a paz primeiro



Os ataques perpetrados por terroristas palestinos de Gaza ao sul de Israel, nesta quinta-feira, mostram que ainda há muito a fazer se eles quiserem ser reconhecidos a pleno como independentes no mês que vem, na Assembleia Geral da ONU. Basicamente é assim: se querem a soberania, que se responsabilizem por qualquer ato de seus cidadãos. Não haverá - e isso Israel deixa bem claro - qualquer negociação enquanto atentados contra civis estiverem em curso.


Mas como querer que os palestinos se entendam com os israelenses se não conseguem se entender nem entre eles próprios? O ditador sírio Bashar al-Assad, por exemplo, segue massacrando indiscriminadamente a parcela da população que protesta contra seu governo, segundo relatos. Entre as vítimas, vários de origem palestina, massacrados em Latakia. Enquanto o moderado Fatah, que controla a Cisjordânia, condena o regime sírio qualificando os ataques de crime contra a Humanidade, o radical Hamas, que controla a Faixa de Gaza e cujo líder mora em Damasco, diz desconhecer o fato.


Os atentados mostraram também a incapacidade da junta militar que governa o Egito de cuidar das fronteiras da Península do Sinai com Israel, já que há indícios de que os terroristas saíram de Gaza cruzando o norte do Sinai até chegar ao sul israelense - o que causa temores de uma deterioração nas relações entre israelenses e egípcios, 32 anos depois da assinatura do acordo de paz entre os dois países. O ex-ditador Hosni Mubarak, mal ou bem, fazia o acordo funcionar depois que Anwar Sadat foi assassinado, em 1981, dois anos após o acordo. Compreensivelmente o Egito quer uma democracia (algo que, a bem da verdade, nunca conheceu e desconhece até hoje), mas que corre sérios riscos de morrer no nascedouro, no que depender nos inúmeros grupos que estão de olho, como a Irmandade Muçulmana. Esses fatos, combinados à fraca diplomacia ocidental presente, dão a impressão cada vez mais real de que o imenso barril de pólvora chamado Oriente Médio está para explodir de vez a qualquer momento.

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