Pronto: como eu disse no texto anterior, foi só acontecer um fato trágico para os aproveitadores que estavam à espreita começarem a arregaçar as mangas. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - sempre ele, por sinal -, propôs um novo referendo sobre a proibição de armas de fogo e munição para este ano. Seis anos depois de levarem uma senhora surra nas urnas, os desarmamentistas voltam à cena dispostos a, mais uma vez, não propor soluções objetivas para os problemas nacionais de segurança e culpar os elementos errados pela violência reinante no país. No que contam, diga-se, com a ajudinha do Congresso.
É impressionante como os nossos representantes da classe política parecem funcionar à base de choque ou impacto, e mesmo assim não do jeito que deveriam. Fossem mais funcionais, discutiriam assuntos mais úteis como a redução da maioridade penal ou punições mais severas para crimes hediondos, como a adoção da prisão perpétua, até para desencorajar os criminosos. Mas isso deve dar muito trabalho e ser "impopular", pensam.
Nunca pensei e nem penso em ter armas de fogo em casa, mas não me agrada nem um pouco a possibilidade de ter tolhido meu direito de fazer o que quer que seja. O massacre de Realengo pode ressuscitar a intenção de desarmar a população civil sem desarmar a bandidagem, ignorando que as armas usadas na chacina foram ilegalmente adquiridas. Mais uma vez, os políticos brasileiros optam pelo caminho mais fácil, porém mais preguiçoso, para tentar resolver os problemas que dificilmente irão ser resolvidos.
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