6.4.11

Não ser contrário a Israel não vende jornal


Há pouco mais de dois anos, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, as forças armadas de Israel atacaram a Faixa de Gaza, em resposta a ataques do grupo terrorista Hamas, que bombardeava o sul israelense com foguetes lançados do enclave palestino. Cerca de nove meses depois, foi publicado pela ONU o Relatório Goldstone, escrito pelo juiz sul-africano de origem judaica Richard Goldstone, que condenava os dois lados, mas espinafrava muito mais Israel do que o Hamas. Falando a verdade, o documento praticamente livrava a cara dos palestinos, enquanto os israelenses ficavam com a maior parte das acusações contrárias. Alguém com o mínimo de bom senso certamente diria que desproporcional não foi a guerra, mas o relatório...


Pois bem. Semana passada, o próprio Goldstone publicou um artigo no jornal norte-americano The Washington Post dizendo que certamente escreveria um relatório diferente se tivesse se baseado também em provas concretas, não apenas em relatos, como admitiu ter feito na época. Iniciativa louvável, no meu entender. Mas uma coisa me fez ficar intrigado: por que será que os jornais em geral deram pouco, pra não dizer nenhum, destaque ao fato?


Minha visão é de que ocorre exatamente o contrário que militantes de esquerda apregoam todo santo dia, quando ocorre conflito no Oriente Médio: de que a imprensa (ou "mídia", como eles adoram dizer) é descaradamente pró-Israel. Mas se os jornalistas fossem tão a favor dos israelenses, certamente dariam destaque à mudança de ideia do juiz sul-africano. Acontece, porém, que notícias favoráveis a Israel, como avanços científicos e tecnológicos, não vendem jornal. Notícias de guerras, sim. Quando se trata de falar sobre Israel, o bem não lhes interessa.

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