27.8.09

AH, SE OUTRO ESTIVESSE NO PODER!



Como todos sabemos, o Brasil acaba de assumir a liderança no número absoluto de mortes pela gripe suína (557 até ontem, ultrapassando os Estados Unidos, com 522). Ainda que o número seja proporcionalmente menor que em países como a Argentina, por exemplo, não deixa de ser alarmante a consequência da falta de informação sobre o assunto. Como sempre ocorre em fatos como esse, o Ministério da Saúde parece perdido em informar a população sobre os riscos desse tipo de epidemia; algo semelhante ocorreu em 2002, com a dengue.

Falando nisso, fico imaginando como seria a gritaria do "progressismo" se o presidente da República fosse, por exemplo, Geraldo Alckmin. Em 2002, na época da epidemia nacional de dengue, o presidente era Fernando Henrique Cardoso e seu ministro da Saúde, José Serra (que seria o candidato do governo à Presidência naquele mesmo ano). A então oposição meteu o pau no governo, acusando-o de omissão (algo parecido aconteceria seis anos depois, como podem ler aqui). Lula foi eleito e reeleito, e não se tocou mais no assunto - tanto que a gripe suína chegou com força neste 2009 e o governo não está sendo tão atingido como poderia. Talvez seja por causa da passividade da oposição atual...

De todo modo, imaginemos o seguinte: se Geraldo Alckmin tivesse sido eleito em 2006 e a H1N1 chegasse durante seu mandato, teríamos um chororô nunca antes visto neste país. "Viram só? A direita (sic) não sabe cuidar do povo!" "Bem feito! Se o Lula tivesse sido reeleito, nada disso teria acontecido!" Daí, Alckmin seria chamado de presigripe pra baixo (assim como Serra foi chamado de presidengue em 2002) e teríamos protestos "Fora Alckmin" pipocando Brasil afora.

Mas como Lula é o presidente e o ministro da Saúde se chama José Gomes Temporão, nada acontece. Marasmo total. Repararam a diferença de tratamento entre os que estão dentro e os que estão fora, assim como ocorre quando o contrário acontece? Pois é.

Um comentário:

João Pequeno disse...

Falou tudo, Daniel