15.2.10

UM PRIMEIRO DIA EQUILIBRADO



O primeiro dia do desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro deu uma certeza: o baixo nível técnico do ano passado chacoalhou os carnavalescos, que fizeram desfiles bem mais caprichados desta vez.

A União da Ilha do Governador abriu os trabalhos, voltando à elite do samba depois de nove anos, desta vez com a campeoníssima Rosa Magalhães no comando. Pelo visto, o desfile funcionou bem, com muita animação para contar a história de Dom Quixote de La Mancha.

A Imperatriz Leopoldinense, ex-escola de Rosa e hoje comandado por Max Lopes (campeão pela agremiação de Ramos em 1989), fez um desfile ancorado por seu belo samba-enredo, que falava sobre a fé dos brasileiros - mas um problema com o carro abre-alas (cujos tripés frontais insistiam em ir para os lados) fez com que a escola fizesse um desfile arrastado e tivesse que correr nos minutos finais.

A Unidos da Tijuca, com a volta de Paulo Barros, fez certamente o melhor desfile da primeira noite. Cheio de elementos surpreendentes (como a comissão de frente, que usou ilusionismo para arrebatar a plateia), a escola do Borel falou dos maiores segredos da Humanidade, dando conta do recado.

A Unidos do Viradouro falou sobre o México e, pelo visto, não agradou muito: as alegorias não tinham bom acabamento e o samba-enredo também não ajudou. Certamente ficará de fora do Desfile das Campeãs.

A Acadêmicos do Salgueiro entrou na disputa pelo bicampeonato homenageando a literatura. Foi um desfile bonito, porém pouco empolgante, não correspondendo às expectativas que havia acerca da escola.

A Beija-Flor de Nilópolis, que fez um desfile sobre o cinquentenário de Brasília, fez um desfile, digamos, tipicamente Beija-Flor: bonito, eficiente, que briga pelas primeiras posições, capaz de encher os olhos... mas sem emocionar muito.

Amanhã, o texto sobre o segundo dia.

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