17.3.11

Qual é o sentido de um programa nuclear?


Antes de mais nada, quero deixar bem claro que minha opinião é de um leigo no assunto - ou seja, de quem pouco entende de suprir as necessidades de energia de cada localidade. Mas não deixa de ser contraditório um país que sofreu dois ataques nucleares ao fim da Segunda Guerra Mundial investir tanto em energia atômica, ainda mais em uma região conhecida por ter grande quantidade de terremotos. Sessenta e seis anos depois dos ataques a Hiroshima e Nagasaki, que desencadearam a rendição nipônica aos Aliados (embora fossem, no fundo, um recado à União Soviética), o Japão sofre com a perspectiva de sofrer mais um trauma atômico - desta vez com a usina de Fukushima, a mais atingida pelo mais intenso terremoto registrado em território japonês, de 8,9 graus na escala Richter, sexta-feira passada.

Que não tenha sido por falta de aviso: a Agência Internacional de Energia Atômica havia advertido os japoneses sobre falhas na manutenção do programa nuclear, há três anos. Pelo visto, nada foi feito, e as consequências se fazem sentir agora. A situação caminha a passos largos para se tornar o pior acidente nuclear em 25 anos, desde a tragédia de Chernobyl, na então república soviética da Ucrânia, em 1986. Colabora para isso a postura quase passiva dos governantes japoneses, que segundo relatos não vêm dizendo tudo o que deveriam sobre o assunto, deixando autoridades internacionais ainda mais apreensivas.

Agora, eu me pergunto: qual é o sentido de um programa nuclear, considerando-se que é o mais perigoso, o mais caro e, segundo dizem, o menos eficiente de todos?

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