8.3.11

Um Carnaval japonês



Depois do incêndio que atingiu barracões de três escolas de samba, há pouco mais de um mês, na Cidade do Samba, esperava-se que as escolas se esmerassem mais nos esforços em fazer desfiles bons e surpreendentes. Mas o que se viu na Marquês de Sapucaí, no domingo e na segunda-feira, foi uma sucessão de apresentações previsíveis no Grupo Especial. Ou seja: não há uma favorita destacada entre as nove escolas que disputam o título deste ano. Entre as três que não serão julgadas por terem sido atingidas pelo incêndio, porém, apenas a Portela destoou ao evidenciar a crise que a escola atravessa. União da Ilha e Grande Rio fizeram apresentações emocionantes e mostraram que deveriam, sim, concorrer ao título.

Mesmo a Unidos da Tijuca, atual campeã, pareceu uma mera repetição do desfile da Viradouro em 2008, também conduzido por Paulo Barros. O medo no cinema, que em tese deveria ser explorado, teoricamente pouco apareceu. Mesmo assim, está entre as favoritas por falta de concorrentes. Talvez a Mangueira se inclua nelas por causa da emoção imposta por sua apresentação em homenagem a Nelson Cavaquinho. Ou a Vila Isabel, de uma renovada Rosa Magalhães, no seu desfile sobre o cabelo.

No segundo dia, Ilha e Grande Rio à parte, o panorama pouco mudou. O Salgueiro vinha fazendo a melhor apresentação do Grupo Especial quando sucumbiu ao gigantismo das alegorias sobre o Rio no cinema, atrasando o fim do desfile em dez minutos. A Beija-Flor, quase sem falhas, homenageou Roberto Carlos e promete brigar pelo imprevisível título.

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