Nesta semana, com o voto-desempate do recém-empossado juiz Luiz Fux, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a Lei da Ficha Limpa (aprovada menos de um ano antes das eleições de 2010) passaria a valer apenas a partir das eleições municipais de 2012. Muitos setores da nossa sociedade, compreensivelmente, ficaram contrariados com a decisão, mesmo porque dá direito a senadores eleitos no ano passado, mas que estavam barrados, como Jader Barbalho (PMDB-PA) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), de tomarem posse assim que isso for oficializado. Mas uma coisa é fato: se alguém errou, não foi o STF.
A instância máxima do Poder Judiciário brasileiro apenas cumpriu a lei, que estabelece que cada eleição deve ter suas regras estabelecidas (no que se refere a candidatos e partidos) até um ano antes do pleito - nesse caso específico, até 3 de outubro de 2009. Sabe-se que certos candidatos não são conhecidos por ter lisura, tanto que foram condenados por base da Lei da Ficha Limpa. Mas seus eleitores, os que neles votaram e os colocaram novamente no poder, que são os maiores culpados. Se a sociedade quer e precisa cobrar de alguém, é dos milhares de cidadãos que ainda acreditam nesses candidatos que não são bem vistos pelos olhos da Justiça e que perpetuam a má fama do eleitorado brasileiro. Por isso, a consciência eleitoral brasileira segue tendo tão grande importância. Quem sabe, assim, a população aprende a ter maior maturidade política.
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