8.2.06

ECOS DA INTOLERÂNCIA


Vejam vocês como são as coisas: nunca se poderia pensar que um conjunto de charges publicadas em setembro fosse dar em tamanha confusão, cinco meses depois. As charges sobre o profeta Maomé, originalmente publicada numa reportagem do jornal dinamarquês Jyllands-Posten, só enfureceram o mundo islâmico porque esse foi um mero pretexto para os adeptos mais radicais do Islã declararem guerra total aos maiores valores do Ocidente, como a democracia e a liberdade de expressão.

Em protestos tão espontâneos quanto um bêbado sendo empurrado ladeira abaixo, bandeiras dinamarquesas e de outros países que publicaram as caricaturas foram queimadas, assim como suas embaixadas e consulados foram atingidos. Os revoltosos asseguram que, segundo a tradição muçulmana, a imagem do profeta Maomé não pode ser mostrada para evitar a idolatria. Mas a seguinte questão, em se tratando de se intrometer no direito alheio, é: como reclamar dos desenhos dos outros se eles próprios fazem desenhos ofensivos? Afinal de contas, há décadas a imprensa árabe e de países de maioria muçulmana publica mensagens e charges ofensivas a cristãos e judeus, sem que ninguém reclamasse de "desrespeito à fé alheia".

Creio que há limites quanto a questionar diretrizes religiosas, e elas devem ser respeitadas. Mas para quem não se acostumou com a liberdade é duro aceitar alguma coisa que questione esses fatos. Mesmo porque, em tempos idos, a figura do profeta já foi retratada sem que houvesse reações violentas (para comprovar, acesse o De Olho na Mídia - http://www.deolhonamidia.org.br. Leia o link à direita, para reflexão). Tire suas conclusões a respeito do assunto.

Em tempo: a charge ao lado é da revista francesa Charlie Hebdo, que reproduz a figura de Maomé cobrindo o rosto com as mãos e proferindo a seguinte frase: "É duro ser amado por tolos...".

Um comentário:

Saúvo Carrapatoso disse...

Na boa, se soubesse que teria seguidores tão chatos, Maomé nem teria criado o Islamismo...