Talvez a Praia de Copacabana tenha o último sábado como divisor de águas, se dividindo em ARS e DRS (antes e depois dos Rolling Stones). Dias antes do espetáculo que parou o país e grande parte do mundo, muito se criticou sobre o fato de a apresentação se dar em local público de muito acesso, que o trânsito iria dar um nó, que o investimento não valeria a pena etc. De fato, houve problemas no trânsito - e o número de atendimentos dos bombeiros durante o show (em grande parte, casos de excesso de bebedeira de espectadores) ultrapassou 600. Mas de uma coisa ninguém discorda: os vovôs do rock arrasaram.
Cerca de 1,5 milhão de pessoas viram no local o maior concerto musical ao ar livre de todos os tempos, certamente um recorde mundial. Bilhões de pessoas viram ao vivo (ou quase, para quem viu pela TV aberta) através da televisão. Para quem não se importa com o fato de grande parte do repertório ser manjada (dominado pelos sucessos clássicos dos anos 60 e 70), o espetáculo dos Rolling Stones, como parte da turnê mundial que promove o mais recente disco da banda, A Bigger Bang (considerado por muitos o melhor dos Stones em mais de vinte anos), foi um prato cheio para os fãs da música. A banda inglesa sabe como poucas fazer um espetáculo de alto nível, que levante o público. Da primeira (Jumpin' Jack Flash) à última canção, (I Can't Get No) Satisfaction, o povão (entendesse ou não o que o vocalista Mick Jagger, esbanjando vitalidade com mais de 60 anos de idade, cantava) sacudiu com os clássicos e as novas canções. O ponto alto do show foi quando a banda se apresentou num palco móvel, passando pela área VIP e chegando perto da fila do gargarejo.
Pode-se dizer que o investimento valeu a pena: gente do mundo inteiro veio ao Rio assistir à apresentação, que começou um período pré-carnavalesco de respeito para os brasileiros amantes do rock - hoje e amanhã, o grupo irlandês U2 (outra banda que sabe fazer shows como poucas) se apresenta no estádio do Morumbi, em São Paulo, com abertura de uma das grandes revelações musicais, os escoceses do Franz Ferdinand (que, por sinal, se apresentam no Rio na quinta-feira, no Circo Voador).
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