18.1.08

ALGUMA COISA PRECISA SER FEITA. ATÉ ISSO



Vem ganhando corpo nos últimos dias, na cidade do Rio de Janeiro, a idéia de pagar-se o IPTU apenas em juízo, depois das eleições municipais de outubro. É uma forma de protesto de vários cidadãos cariocas contra o estado de abandono que a cidade sofre, causando um estado de desordem pública poucas vezes visto no Rio, como a crescente favelização e o amplo desrespeito às leis, sem que o poder público (o prefeito Cesar Maia à frente) faça algo para impedir. Paga-se um imposto altíssimo para o pouco que está sendo feito pela prefeitura da cidade. Trata-se de uma forma de pressionar pela redução do preço do IPTU.

Pode parecer, à primeira vista, uma atitude extrema - e é. Mas, acima de tudo, é extremamente necessária para que seja mostrado que a população carioca não quer ver a degradação da cidade de forma passiva, de braços cruzados. Como já disse várias vezes por aqui, o crescente empobrecimento populacional é uma forma de angariar votos no futuro. E, malandramente, Cesar Maia espera que a tendência nacional de memória curta se realize para se dar bem nas eleições municipais, elegendo o candidato que apoiar. Se bem que, pelo elenco de candidatos que se desenha almejando o Palácio da Cidade em 2009, não podemos nutrir grandes esperanças. Algo que vem de várias eleições anteriores. Em 2004, quando Maia se reelegeu no primeiro turno por muito pouco (50,12% dos votos válidos), seus principais adversários eram Marcelo Crivella, Luiz Paulo Conde, Jandira Feghali e Jorge Bittar. Ou seja, foi reeleito por pura falta de opção melhor.

A população carioca paga o preço por décadas de populismo eleitoral, desde a fusão dos antigos estados do Rio e da Guanabara. E vai demorar, no mínimo, outras décadas para recuperar o tempo perdido. Gostaria muito que o próximo prefeito do Rio tivesse a hombridade de um Carlos Lacerda, ou fosse inspirado em Nicolas Sarkozy (somente na vida política, claro). Mas é difícil. Enquanto tal circunstância não aparece, seguimos nessa triste rotina de mediocridade administrativa de Saturninos, Marcellos, Condes e Césares.

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