17.3.09

A MARCHA DOS PATRIOTEIROS



A presente polêmica envolvendo um pai norte-americano e seu filho com uma brasileira, que mora com a família da mãe depois da morte dela, reacende a discussão sobre a incapacidade que nós, brasileiros, temos de dar o braço a torcer. Ainda mais quando os Estados Unidos estão do outro lado.

Tudo começou quando a mãe, em crise no casamento, viajou ao Brasil com o filho a passeio e simplesmente disse que não mais voltaria aos Estados Unidos, onde morava com o marido. Anos depois, ela morreu no parto da filha de seu segundo casamento, com um advogado que, atualmente, cuida do enteado juntamente com a família da falecida esposa. Mas a acusação de sequestro perdura.

Essa polêmica virou um caso diplomático entre brasileiros e norte-americanos, e despertou os instintos mais primitivos dos chamados patrioteiros, que acham que o Brasil e os brasileiros têm sempre razão, por mais errados que estejam - não sei como o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ainda não falou nenhuma bobagem a respeito disso - a ponto de haver uma passeata nada espontânea (com direito a barraco de brinde) na orla de Ipanema, no domingo passado.

Olha, há momentos em que a patriotada cega e gratuita beira o ridículo, mas esse caso já bateu todos os recordes. Se há um pai biológico e separado forçadamente do filho, a minha opinião é que ele deve cuidar da criança - por sinal, a grande vítima dessa história toda. O resto é coisa de gente que não tem nada melhor pra fazer.

Um comentário:

patricia m. disse...

E depois somos signatarios do tratado de haia...

O garoto tem de ir pros estados unidos e pronto.

Lembra do garoto cubano, pois eh, os Estados Unidos devolveram o menino para seu pior inimigo...