Sob o pretexto de "aproximação com o mundo árabe", o governo brasileiro apoia para a presidência da Unesco um egípcio, conhecido por discursos antissemitas, que concorre com dois brasileiros. O governo agora mostra a sua, digamos, coerência: foi anunciada a liberação de um suposto integrante do grupo terrorista Al-Qaeda, que havia sido preso por divulgação de mensagem racista, em São Paulo, há cerca de dois meses. Isso porque ele teria vida estável no país e é casado com uma brasileira.
A liberação do acusado, por si só, já desrespeita resolução da ONU no que se refere ao terrorismo - isso pode ser visto com maior clareza aqui. Só isso já seria preocupante. Mas sempre pode piorar: há anos suspeita-se de envolvimento de habitantes da Tríplice Fronteira com atividades pró-terroristas e nada é feito para que isso seja investigado.
Em novembro do ano passado, enquanto a cidade indiana de Mumbai sofria atentados, escrevi aqui que, nos dias atuais, nenhum país do mundo estava totalmente livre de sofrer ataques terroristas - nem mesmo o Brasil. Infelizmente, isso fica mais certo a cada fato que envolve o governo brasileiro, no que tange à política internacional - é só verem o retrospecto do Itamaraty com Celso Amorim, além da atuação de Tarso Genro. As recusas em condenar o Sudão, as condenações a Israel e a aproximação com Estados que financiam o terrorismo internacional comprovam - isso tudo sem falar na intenção em abrir embaixada na Coreia do Norte, envolvida em uma encrenca nuclear. Mas isso é assunto pra outro texto.
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