28.11.08

A NOVA E NADA BEM-VINDA ERA DO TERROR GLOBALIZADO



É muita desgraça para uma semana só. Ao mesmo tempo em que, por aqui, o estado de Santa Catarina chora seus mortos na tragédia dos temporais em que foi atingido, lá fora uma série de atentados terroristas deixaram vítimas na cidade de Mumbai (ou Bombaim), centro financeiro e maior cidade da Índia, e também uma das maiores e mais populosas cidades do planeta.

Um desconhecido grupo terrorista, possivelmente treinado no vizinho e rival Paquistão, impôs o terror principalmente a estrangeiros que estavam na cidade, à procura de norte-americanos, britânicos e israelenses. Aliás, além do mais luxuoso hotel da cidade ter sido atacado, um centro cultural judaico foi invadido pelos radicais. A polícia local se encarregou de acabar com o seqüestro, ainda que cinco reféns tenham morrido. No momento, as atenções se voltam ao hotel Taj Mahal, onde está ainda um terrorista com reféns.

Os ataques dentro de um país que não tem um largo histórico de terrorismo (ainda que haja escaramuças, inclusive de ordem nuclear, com o vizinho Paquistão, com quem disputa o estado da Cachemira, o único indiano de maioria muçulmana), e tem uma sociedade amplamente misturada, leva a uma temerária conclusão: hoje em dia, os grandes atentados terroristas não estão restritos a ocorrer em um número limitado de países (Estados Unidos, Grã-Bretanha, Espanha, Israel, Iraque), com algumas exceções (Indonésia, vários países africanos e, num passado não tão distante, Argentina). O caso da Índia, com uma série de ataques à moda da Al-Qaeda (fosse um tempo atrás, afirmaríamos que trataria-se de um ato do grupo de Osama bin Laden; hoje, não podemos ter essa certeza, visto que muitos estão aprendendo seus métodos com rapidez e eficiência), afirma que, hoje, nenhum país está livre de sofrer atentados terroristas de grande magnitude. Nem o Brasil.

E é a esse ponto que pretendo chegar. Nossa sociedade é multifacetada, miscigenada e suas parcelas, se não se respeitam, ao menos se toleram. Ou seja: um prato cheio para os radicais, que atacariam um país onde ninguém esperaria que pudesse haver um grande atentado. Não vejo ninguém no governo ou mesmo na nossa sociedade com disposição suficiente para tentar evitar um ato criminoso de gigantescas proporções. Não conseguimos nem mesmo segurar a criminalidade que nos açoita todos os dias, quanto mais um hipotético ataque de um grupo terrorista internacional. O pior é que haverá quem simpatize com tais atos, como há os que exaltam as "respostas dos oprimidos aos opressores"...

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