Numa decisão histórica do Comitê Olímpico Internacional, o Rio de Janeiro foi eleito a cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, sendo a primeira cidade sul-americana a receber a maior festa do esporte mundial. Uma grande festa na Praia de Copacabana marcou a alegria dos cariocas com o acontecimento.
O momento é de festa. Mas é chegada a hora de arregaçar as mangas e começar a trabalhar, para que o maior evento esportivo do planeta corresponda às expectativas que merece. Não só na construção dos locais de provas, mas na transparência que isso exige. Como se sabe, há muita gente mal-intencionada que quer se dar bem com os Jogos Olímpicos, de forma nada honrosa. Basta lembrar dos Jogos Pan-Americanos de 2007, em que houve atrasos e superfaturamento, e ainda não houve fechamento das contas. Como contribuintes, temos que ficar de olho no que fazem com o dinheiro público.
Não devemos prestar atenção só no que ocorre fora das quadras e dos campos, mas dentro desses locais. O desempenho dos nossos atletas é parte integrante de uma Olimpíada digna. Isso deve ocorrer já nos preparativos para os Jogos de Londres, em 2012. É importante mostrarmos a nossa força para exibir o cartão de visitas quatro anos antes de receber os Jogos, preparando-se da melhor maneira possível e, acima de tudo, ter foco e calma na hora da decisão. Depois de 2016, usar ao máximo a estrutura deixada para que o Brasil receba eventos e revele talentos esportivos, contrariando o ocorrido pós-Pan.
Mas a infraestrutura é vital para uma Olimpíada inesquecível. É importante cobrarmos os nossos políticos para que tudo o que foi prometido no que se refere a educação, saúde, transportes etc. seja cumprido à risca. Grande parte das promessas do Pan não saiu do papel. O fato de o Rio sediar as duas maiores competições esportivas do planeta (a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016) nos próximos sete anos é uma chance de ouro para os cariocas recuperarem a sua autoestima, que andava tão machucada nas últimas décadas. Segue a dica anteriormente dada neste texto: cobrar muito os nossos políticos, já que fomos nós que os colocamos no poder. Isso vale por muito mais do que sete anos, vale para sempre: sejamos chatos. Muito chatos.
(Texto publicado originalmente no Olimpismo)
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