Foi anunciado hoje que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços contra o desarmamento. Que esforços foram esses, devo confessar que não faço a menor ideia. A impressão que me dá sobre esse fato é de que Obama só ganhou essa honraria pelo fato de... existir. Afinal, em nove meses de governo ele pouco fez de concreto para merecê-la.
Senão, vejamos: ele foi eleito no ano passado prometendo tirar gradativamente as tropas do Iraque e do Afeganistão, por exemplo. Mas elas só fazem aumentar de tamanho desde janeiro, ao passo que recresce a violência dos ataques terroristas dos talibãs em terras afegãs. Além disso, o país demora mais para se recuperar da crise financeira que o resto do mundo. E ainda tem a polêmica da saúde pública.
Nem os cidadãos norte-americanos parecem se convencer tanto do carisma presidencial, tanto que seus índices de aprovação despencaram. Até mesmo os membros do Comitê Olímpico Internacional deixaram de se convencer de seu, digamos, alto poder de magnetismo - vide o fiasco da candidatura de Chicago, seu grande reduto eleitoral, para sediar as Olimpíadas de 2016. Mas o resto do planeta parece ainda hipnotizado pela Obamania. Tanto que veio o inesperado Nobel da Paz, resultado mais do oba-oba planetário em torno do seu nome do que por qualquer outra coisa.
Cabe a seguinte pergunta: se Obama não fosse de origem negra ou não tivesse sucedido Bush, será que ele teria ganho o Prêmio Nobel da Paz menos de um ano depois de sentar na cadeira da Sala Oval da Casa Branca? Minha resposta: nem por um milagre. Obama ganhou mais pelo nome construído enquanto ainda não era presidente do que fez (que iria fazer) depois que assumiu o poder. Talvez o comitê do Prêmio Nobel esteja com vontade de "democratizar" ainda mais o negócio. Se bem que, depois que o líder terrorista palestino Yasser Arafat ganhou o mesmo prêmio em 1994, passei a não duvidar de mais nada.
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