24.10.09

SE CORRER, O BICHO PEGA. SE FICAR...



Não bastasse a guerra diária entre traficantes que a Zona Norte do Rio sofre há uma semana, ainda há o escândalo de dois policiais que negaram socorro a uma vítima de assalto no Centro da cidade. Sinceramente, não sei o que será da população do Rio (a dos cidadãos de bem, que pagam seus impostos em dia, e querem o melhor para a cidade em que vivem) tendo que conviver com essas duas parcelas que são uma verdadeira praga na sociedade. Ainda mais com o Rio tendo sete anos para provar que tem dignidade a mostrar ao mundo inteiro.

Depois de ter sido escolhida cidade-sede das Olimpíadas de 2016 (deverá sediar também a final da Copa do Mundo de 2014), a cidade do Rio de Janeiro está tendo uma grande exposição na imprensa mundial, evidentemente. Mais do que a habitual. Por isso, é importante que a população cobre e fiscalize, e o poder público tenha atitude para resolver os crônicos problemas de segurança, a prioridade do momento. Os seguidos desgovernos cariocas e fluminenses nas últimas décadas (em que grassaram o politicamente correto e o afrouxamento no combate à bandidagem) deixaram sequelas, é certo. Mas sociedade e classe política não podem esmorecer, de jeito nenhum.

É imperioso que haja uma política que deixe claro que quaisquer tipos de delito não podem ser tolerados, tanto no âmbito municipal quanto no estadual e federal. E é pra ontem, não pra daqui a cinco ou sete anos. O Rio tem tradição em fazer eventos que deem relativa calma à cidade, voltando à velha rotina depois de seu fim - o que dá a ideia de que haja "acordos" escusos entre políticos e bandidos, o que não pode acontecer de forma alguma.

A violência é um câncer que corrói uma região aos poucos. Causa fuga de investimentos, esvaziamento econômico. Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, o Rio receberá investimentos como poucas vezes recebeu em sua história, pelo menos nos seus últimos 50 anos. Cabe aos governantes cariocas aproveitar essa grande oportunidade para pensar a cidade e investir nas obras que forem necessárias - não somente na parte estética como as instalações esportivas, mas principalmente em necessidades básicas como educação, saúde e segurança. O que passa (ao menos nessa última) pelo controle das divisas estaduais, pela reeducação da polícia e pelo ostensivo combate àqueles que desafiam a lei - não importa de que lado estejam.

Um comentário:

patricia m. disse...

Como eh que voce vai fazer um apelo a sociedade podre e decadente do Rio de Janeiro? Sinceramente, nao ha conserto no que ja esta podre por dentro.

Sugiro a sociedade carioca maconheira e cocainomana que facam passeatinhas diarias pedindo pela PAZ, o que quer que isso possa significar em suas cabecinhas ocas.

Tenho ate um pouco de inveja de voce, por manter a esperanca "no matter what".

Lembrei daquele frase no inicio do Apocalypto:

"A great civilization is not conquered from without until it has destroyed itself from within"

O Rio eh podre por dentro. A sociedade eh podre. Nao ha como salvar. Todos esses eventos verao o conluio do Estado com o Crime. Um acerto entre iguais, para que nao haja problemas. Uma pax falsa.